Grêmio
e Atlético-PR realizaram uma das partidas da 20ª rodada do Campeonato
Brasileiro. Nela, o Tricolor Gaúcho venceu o Furacão por 1 x 0. Para o início
da construção deste placar, o time de Felipão começou no 4-3-3 e o de Claudinei
Oliveira no 4-4-2:
Atlético
no 4-4-2 e Grêmio no 4-3-3.
Do
início da primeira etapa até a entrada de Giuliano, aos 39 do primeiro tempo, a
partida se manteve parelha. O Grêmio se defendia entre o meio do campo e até
próximo da área de Marcelo Grohe (bloco médio) e se posicionava defensivamente
no 4-1-4-1 com setores bem próximos. Já o Atlético, assim como em sua última
partida contra o Palmeiras, não conseguia furar o bloqueio compactado
adversário. O Furacão atacou com alternância dos laterais, com Nathan e Marcos
Guilherme centralizando, com Dellatorre como centroavante móvel e Marcelo com
liberdade total ofensiva. Porém, assim como ele já demonstrou no ano passado, o
camisa 7 rubro-negro sempre procura receber a bola em projeção e entre os vãos
dos defensores adversários (zagueiro-zagueiro e zagueiro-lateral). Sem o
Atlético-PR conseguir lançá-lo, a maior estrela do Atlético-PR não apareceu
tanto na partida.
Com
o Grêmio em bloco médio e com todos os jogadores balançando defensivamente para
o lado da bola, as movimentações ofensivas atleticana esbarravam nos jogadores
gaúchos. Ao centralizarem em ação ofensiva, Marcos Guilherme e Nathan eram
facilmente marcados pelos volantes opostos a jogada e, deixando assim, o
portador da bola do seu time sem opção de passe curto. Já que Dellatorre e
Marcelo, em freqüentes situações, foram marcados por zona e tendo 2 x 1 contra
cada um deles.
Porém,
assim como o Atlético, o Grêmio também esbarrou no sistema defensivo
rubro-negro. O Furacão marcou no 4-4-2, em bloco médio e com Marcelo e
Dellatorre balançando corretamente para o lado da bola. Com estas movimentações
defensivas dos atacantes atleticanos, Ramiro e Biteco não tinham espaço para
ajudar a saída de bola da sua equipe. Neste momento, Wallace era quem fazia a
saída, mas só com passes curtos. A ação ofensiva gaúcha, no 4-3-3, depende
muito dos espaços que o sistema defensivo adversário dá a Barcos. Sem espaço,
este atacante não consegue fazer com que seus companheiros se aproximem do
ataque e logo perde a bola na intermediária ofensiva.
Em
ação ofensiva, a saída de bola do Grêmio era atrapalhada pelos atacantes do
Atlético e pela falta de habilidade técnica de Wallace em fazer passes longos.
Quando a bola chegava em campo ofensivo, Barcos era facilmente marcado na sua
intermediária ofensiva (no quadrado azul), pois qualquer um dos quatro jogadores
do Furacão o marcava. Já que Ramiro e Biteco estavam neutralizados por Marcelo
e Dellatorre.
Vendo
esta situação em campo e como o Grêmio era o mandante da partida, Felipão
colocou Giuliano no lugar de Wallace, aos 39 do primeiro tempo. Com isso, o
Tricolor Gaúcho passou a jogar no 4-2-3-1 e a dar mais espaços para Barcos e Dudu
se mexerem em campo ofensivo. Porém, no primeiro tempo, como o sistema
defensivo rubro-negro se manteve compactado, a substituição pouco surtiu
efeito.
No
4-2-3-1, na saída de bola do Grêmio, os volantes se afastaram das marcações de
Marcelo e Dellatorre e juntos com os laterais passaram a procurar o meia
central no vão entre o winger e o atacante rubro-negro. Eles até acharam, mas
como o sistema defensivo do Atlético-PR estava compactado, o meia central geralmente
tinha inferioridade numérica no setor e perdia a bola.
O
início do segundo tempo se manteve com o mesmo panorama tático em campo.
Claudinei Oliveira parecia estar satisfeito com o resultado, pois a sua
substituição por lesão, aos 10 da segunda etapa, manteve o mesmo esquema tático
da equipe. Saiu Nathan para a entrada de Sidcley. Porém, ao longo do último
tempo, o sistema defensivo do Atlético-PR não compactava como antes. Marcelo e
Dellatorre não conseguiam voltar até próximo do meio do campo e, assim, dando o
espaço procurado no primeiro tempo pelo meia central do Grêmio.
Com
o passar do segundo tempo, Marcelo e Dellatorre não conseguiam mais compactar
como no primeiro tempo. Deste modo, Giuliano passou a ter o espaço que queria
para armar o time no terço central do campo e, naturalmente, os volantes
atleticanos passaram a subir a marcação também. Porém, assim como aconteceu
para Giuliano, Barcos também passou a ter mais espaço entre a linha defensiva e
a do meio-de-campo rubro-negra e, assim, teve mais teve para ajeitar, esperar a
aproximação dos seus wingers e os lançá-los. Era necessária a correção
defensiva para o Furacão.
Ao
perceber este cenário em campo, Claudinei Oliveira colocou Mosquito no lugar de
Dellatorre. Com esta substituição, o Atlético-PR passou a jogar no 4-2-3-1 e
neutralizar melhor o espaço de Giuliano e, por consequência, o de Barcos. Vendo
que o Furacão se organizou em campo, Felipão colocou Lucas Coelho no lugar de
Dudu para fazer a diagonal com mais força. Mas pouco alterou o panorama do
jogo.
No
4-2-3-1 e posicionando defensivamente no 4-4-1-1, o Atlético marcou melhor a
saída de bola do Grêmio. No exemplo na saída de bola pela direita gaúcha, os
nove jogadores do Furacão que participam do sistema defensivo balançaram para o
lado da bola e, assim, automaticamente, tirou o espaço que Giuliano estava
tendo –com principalmente o balanço de Marcos Guilherme- e Barcos era marcado
por Deivid, Cleberson ou por Willian Rocha. O Tricolor Gaúcho voltou a ser
neutralizado em campo.
Tamanha
era a dificuldade do Grêmio em campo que mesmo com mais posse de bola (54,60%),
com mais finalizações (13 x 9), com mais passes certos (327 x 247) e mais
viradas de jogo corretas (9 x 2) do que o Atlético, o Tricolor Gaúcho utilizou
muito dos cruzamentos como forma de ataque. Ao todo, foram 31 cruzamentos para
Barcos que era marcado por três jogadores rubro-negros ou por um deles. Porém
foi em um desses cruzamentos que saiu o gol, aos 47 do segundo tempo.
No
lance do gol, o camisa 9 do Grêmio escorou a bola mesmo marcado pelo jovem
Cleberson. Como o zagueiro tomou a decisão equivocada no lance, Barcos fez o
gol da vitória gremista. Pelo equilíbrio do jogo, o empate era mais esperado,
mas por causa da jovialidade de Cleberson e de muitos jogadores do Atlético-PR,
a derrota aconteceu, aos 47 da segunda etapa.
Fim
de partida: Atlético-PR e Grêmio no 4-2-3-1.
Por
Caio Gondo (@CaioGondo)