domingo, 7 de setembro de 2014

Atletico MG 1 X 0 Botafogo - A superioridade numerica fez a diferenca

Numa tarde de domingo ensolarada no Independência, Galo e Botafogo, com muitos desfalques, sofreram para desenvolver bom futebol. Muita briga, muita marcação, muito suor e pouca bola no chão. Ambos entraram para o jogo assim:


Galo começou buscando mais a intermediaria ofensiva nos 15 primeiros minutos de jogo. Luan, que todos achavam que ficaria mais aberto a direita, se mostrou presente em toda a fase ofensiva desde a construção na defesa, saindo de seu teórico espaço inicial buscando jogo. Ele, junto com Rafael Carioca, eixo da saída de bola, foram os que mais tocaram na pelota no inicio 

Só que eles não contavam com uma boa atuação da dupla de volantes botafoguenses. Bem posicionados, Gabriel e Bolatti dificultaram muito a fluência em seu terço defensivo, com combate firme sem deixar espaços. Claudinei e Eduardo tentavam explorar a frente do circulo central com incursões do fundo alternadas, mas sempre ficavam bem marcados, o que fez Carioca ser muito mais exigido na manutenção da posse e Luan ter que sair para centralizar. A pouca pressão de Ramirez sobre o volante ex-Vasco e Grêmio fez com que ele se destacasse com bons passes longos e ótima retenção de bola.

Pelo lado direito, Rogério, ate se lesionar, recompunha forte seguindo Emerson Conceição e era a principal válvula de escape para contra-ataques, enquanto Dankler anulava bem as tentativas de entrada em diagonal de Carlos. Já no lado oposto, Marcos Rocha tinha mais liberdade para subir, pois Wallyson não tinha intensidade para acompanha-lo ate o fim. Rotineiramente atacava o espaço que Luan liberava nas suas incursões pelo centro. Observe abaixo:

Bota formava duas linhas com pontas alinhando-se aos volantes. Observe Luan aqui no lado esquerdo enquanto Marcos Rocha atacava o espaço gerado pelo numero 29 nas costas de Junior Cesar.

Já no Botafogo, a saída de Rogério para a entrada de Mamute fez a equipe perder a velocidade nos contra-ataques. Zeballos, que buscava muito os lados, nao conseguia segurar a pelota na frente e o time foi se acuando aos poucos. Ramirez também não estava inspirado, o que fazia a ligação da equipe ser quase nula. A sorte do alvinegro carioca é que o Galo não soube explorar esse recuo demasiado como deveria. Abusava das bolas diretas para Jô, em péssima fase, e ficava um jogo feio, com uma bola ou outra que chegava a empolgar a torcida, principalmente com Marcos Rocha pela direita tentando pingadas na área sucessivas sem sucesso. Tirando uma finalização com Carlos pela esquerda, o resto do primeiro tempo se resumiu a isso. Botafogo até tentou se soltar, mas sem sucesso.

Heatmap do Marcos Rocha mostrando a grande presença no setor ofensivo


Times no intervalo, volta demorada por parte do Botafogo, que atrasou 5 minutos. Conversa que não serviu para nada, pois com dois minutos de segundo tempo, Dankler tomou o segundo amarelo e foi expulso. Antes disso, percebendo a ineficiência de Eduardo, Levir Culpi o sacou e colocou Guilherme, recém voltando de lesão, querendo dificultar mais a marcação dos volantes botafoguenses. Os times se reorganizaram assim:


Com a entrada de Guilherme, Galo se organizou no tradicional 4-2-3-1 dos ultimos anos. Luan continuou saindo da posição tendo total liberdade em campo e abrindo espaço para apoios alternados de Claudinei e Marcos Rocha por ali, principalmente no buraco entre Andre Bahia, fixado a Jo e Junior Cesar.

Ja o Botafogo, com a expulsão, se reorganizou em duas linhas de quatro com Ramirez a frente delas. Tirou o atacante Zeballos, colocou Rodrigo Souto e deslocou o volante Gabriel, em tarde feliz, par a lateral direita. Nas raras tentativas de ataque, Mamute e Wallyson se posicionavam mais a frente e o peruano vinha de tras, numa especie de 4-3-2. E foram nessas raras tentativas de subir que o Botafogo sofreu alguma ameaça atleticana. O contra-ataque, rapido com Luan, Guilherme e Carlos, mais a adesao de Marcos Rocha era perigoso, mas ineficiente.

No lance acima, o unico de perigo do Galo no segundo tempo. Guilherme deixou Jo cara a cara, mas Andrey, rapido, se antecipou. Observe o momento de defesa desorganizada do Botafogo, apos roubada de bola rapida, e a adesao no contraataque de 5 jogadores, os 4 de ataque + Marcos Rocha.

A tonica do primeiro tempo nao mudou, Botafogo acuado segurando bem a pressao atleticana e Atletico pouco eficiente na frente. O bom Rafael Carioca se lesionou e saiu para a entrada de Fellipe Soutto, que nao deveu nada a seu titular. Jogo tava morno, até que o gol saiu em bola parada aos 24 minutos, com cruzamento de escanteio na cabeça de Leo Silva.


Depois disso, nada de muito diferente que pudesse vir a acrescentar. Botafogo tentou colocar Ferreyra no final do jogo para ganhar presença na area no lugar de Mamute e deslocou Wallyson para a direita. Até conseguiu produzir mais do que havia feito, mas nada ameaçador. Final de jogo, vitoria de um Galo muito desfalcado e derrota de um Botafogo tambem com problemas, mas muito medroso. Termino o meu post com o Heatmap das duas equipes, retratando bem a análise das duas equipes. Compare com o texto, observe as anotações e faça o exercicio! Abraços e ate proxima! 

GALO



BOTAFOGO