quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Brasil joga mal, decide em jogada ensaiada e vence o jogo. Destaque para a compactação do time.

Jogo amistoso, segundo da nova Era Dunga, contra o Equador, com um gramado péssimo para troca de passes rápida. 

O Brasil durante o primeiro tempo alternava entre 4-4-2, com duas linhas de quatro e Neymar junto com Diego Tardelli mais á frente, e o 4-2-3-1, que tinha Willian pela direita, Oscar pelo centro e Neymar pela esquerda fazendo jogadas em diagonais. Sem bola, Diego Tardelli fazia a recomposição pela esquerda.

Flagrante do 4-4-2 brasileiro no começo do jogo, em bloco médio/alto.

Flagrante do 4-4-2 sem bola do Brasil. Mostra a incrível compactação em um pouco mais de 15 metros e sem espaço entre-linhas.


Com a bola, era saída alternada dos laterais, Oscar voltava para dar seu passe qualificado na saída de bola, Willian pela direita fazia o corredor, mas faltava profundidade por seu lado. Neymar e Diego Tardelli tinham total liberdade de movimentação e o Brasil tentava trocar passes rápidos mas não conseguia por conta do gramado e lançamentos em profundidade para a velocidade de Neymar e 
Diego Tardelli.
Flagrante do deslocamento de Willian da direita pro centro, abrindo o espaço para Danilo aproveitar. Observe que se Willian ou Danilo receberem a bola, conseguirão fazer 2x1 contra o zagueiro equatoriano.

Flagrante do recuo de Oscar para dar mais qualidade a saída de bola, ajudando Ramires e Luiz Gustavo.



        
No começo do jogo, a bola ficou bate e rebate, e os times não conseguiam ficar muito tempo com a bola. Gramado prejudicava. Só aos 21 minutos que tivemos uma chance de gol no jogo: Neymar deixou dois equatorianos para trás, mas chutou para fora. Mas foi aos 30 minutos que vimos o dedo de Dunga no gol do Brasil: Em jogada ensaiada, treinada constantemente no treino, na cobrança de falta, Oscar tocou para Neymar na meia lua, que deu lindo passe para o gol de Willian. Dedo do treinador, que já vai mostrando pra que venho.

O primeiro tempo, não foi bom para o Brasil, porque não conseguia executar sua troca de passes rápida. Mas em uma jogada ensaiada, conseguiu o gol e foi para o vestiário na frente do placar, em um jogo muito complicado. 


No intervalo, para o segundo tempo, Dunga sacou a dupla do Chelsea (Oscar e Willian) e colocou a dupla do Cruzeiro (Éverton Ribeiro e Goulart). Agora não tinha como jogar no 4-4-2, porque Goulart jamais joga pela esquerda, fazendo com que Neymar se deslocasse pela esquerda, mas tinha total liberdade de movimentação. Brasil passou a jogar no 4-2-3-1, com e sem bola.
Novamente durante o jogo, mesmo em outro esquema tático, Brasil mostrou uma incrível compactação.

Flagrante do 4-2-3-1 sem bola. Neymar pela esquerda, Ricardo Goulart centralizado e Éverton Ribeiro pela direita.




Sem bola, o time passou a marcar no 4-2-3-1, com Diego Tardelli e Neymar revezando a recomposição pela esquerda. Com Neymar recompondo, ele dava muito espaço em suas costas e o Equador conseguia fazer 2x1 pelo lado direito do ataque. Com Tardelli, a recomposição era melhor, mas a partir dos 15 minutos do segundo tempo ele cansou, e aos 21 minutos foi substituído por Philippe Coutinho, que melhorou a recomposição pelo setor.

Flagrante mostra a falha recomposição de Neymar: Craque não recompõe para preencher espaço, que fica vazio, e pode ser aproveitado pelo lateral equatoriano Paredes.

Ao longo da segunda etapa, Dunga colocou Elias e Fernandinho, e no finalzinho colocou Gil. 

Seleção Brasileira mostrou um avanço da Copa nesta nova Era Dunga, teve maior consistência defensiva, não sofreu  pelos lados com bolas nas costas dos laterais, porque subiam alternadamente. O time não faz mais a saída de três, facilitando a marcação do adversário na saída de bola, mas não está mais como na Copa esvaziando o meio. O time agora faz troca de passes rápidos, bolas em profundidade para os atacantes, mas continua com o mesmo problema de criação e quando não consegue jogar, desafoga bola no Neymar, para o craque resolver.

Novos jogadores podem ser testados como Ganso, Lucas Silva, Jorginho, Kardec, Pato. Mas o que sabemos é que com bom planejamento, temos jogadores talentosos e disciplina tática para chegarmos lá.

Por Otavio Martins