quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Especial SPFC do 2° semestre de 2014- Sistema defensivo

Assim como o sistema defensivo de qualquer equipe de futebol, o do São Paulo é formado por transição ataque-defesa e posicionamento defensivo. Nestes dois aspectos, os princípios de pressão constante no adversário com a bola, fechamento das linhas de passes do portador da bola adversário, comprimento da compactação e busca de superioridade numérica no setor da bola são buscados constantemente em ação defensiva tricolor.

Transição ataque-defesa

Após a perda de bola em campo ofensivo, os jogadores do São Paulo rapidamente realizam troca rápida de ação de jogo. Os primeiros a realizarem esta troca são Alexandre Pato e Alan Kardec. Estes atacantes, junto com os outros jogadores do Tricolor Paulista próximos ao adversário com a bola, pressionam-no rapidamente, pois, desta maneira, os seus companheiros que não estão no setor da bola têm mais tempo para se posicionarem defensivamente.

Após perderem a bola em campo ofensivo, Alexandre Pato e Alan Kardec pressionam rapidamente o adversário com a bola. Com estes dois jogadores combatendo simultaneamente somente um adversário, eles fecharam duas linhas de passe do zagueiro do Internacional e deixou somente a da frente para ele. Como Paulo Miranda já estava próximo do setor da bola e marcando o adversário mais próximo, após o passe a frente ser realizado, o São Paulo retomou rapidamente a bola já em campo ofensivo (Reprodução: Rede Globo).

Depois de perder a bola em campo ofensivo, Alexandre Pato, Kaká e Álvaro Pereira pressionam em conjunto o adversário com bola. Deste modo, aumentam-se as chances de retomada da bola e, ainda, dá tempo mais para que os companheiros de time que não estão no setor da bola se posicionem defensivamente (Reprodução: Sportv/ PFC).

Ainda na transição ataque-defesa e no terço central do campo, os jogadores do São Paulo continuam a realizar todos os princípios de marcação que realizam após perder a bola em campo ofensivo: pressão constante no adversário com a bola, fechamento das linhas de passes do portador da bola adversário e busca de superioridade numérica no setor da bola. Nessa região do campo, a linha defensiva passa a ser ativada na participação do sistema defensivo tricolor.

No terço central do campo, a pressão no adversário com a bola continua, mas nesta região do campo, os fechamentos das linhas de passes e a busca de superioridade numérica no setor são mais realizados do que no campo ofensivo. No flagrante acima, percebe-se três jogadores do Internacional contra cinco do São Paulo no setor da bola. E não somente isto: Rafael Tolói e Denilson pressionam conjuntamente o adversário com a bola e, ainda, Hudson, Kaká, Álvaro Pereira e Edson Silva fecharam todas as linhas de passes que o portador tinha. A chance de retomar a bola é enorme com esta situação (Reprodução: Rede Globo).

Já neste flagrante que é semelhante ao anterior, Rafael Tolói e Hudson pressionam conjuntamente o adversário com a bola; Kaká, Álvaro Pereira, Edson Silva e Alexandre Pato fecharam as linhas de passes do portador da bola, mas nenhum fechou a linha de passe para trás do mesmo. Deste modo e diferentemente do flagrante anterior, o São Paulo não retomou a bola (Reprodução: Rede Globo).

Ainda no terço central do campo, a marcação pressão do adversário com bola e consequente superioridade numérica no setor foram realizadas na partida contra o Palmeiras. No flagrante, percebe-se seis jogadores do São Paulo contra somente dois do time adversário no setor da bola (Reprodução: Sportv/ PFC).

Posicionamento defensivo
Nesta situação defensiva, o esquema tático 4-4-2 em linha utilizado por Muricy Ramalho fica bem evidente. O time titular que vem atuando neste 2° semestre é o da imagem adiante:

No 4-4-2 em linha, Ganso e Kaká são jogadores do meio-de-campo que fecham os lados do campo e, deste modo, completam a linha de 4 deste setor.

         Em situação defensiva e com o time posicionado organizadamente, o São Paulo se defende em curta compactação e entre as duas intermediárias, as duas linhas de 4 são mais atuantes defensivamente, os dois atacantes pouco participam das ações defensivas e todos os jogadores balançam defensivamente de acordo com o lado da bola. 

Pelo flagrante acima, percebe-se todos os jogadores do São Paulo compactados em curto espaço do campo, Alan Kardec não participando da ação defensiva da equipe e com todos os jogadores balançando para o setor da bola (Reprodução: Sportv/ PFC).

Já neste flagrante, nota-se o início da compactação entre intermediárias da equipe tricolor, todos os jogadores balançando defensivamente para o lado da bola e Alexandre Pato pouco participando ativamente da ação defensiva da equipe (Reprodução: Sportv).

Ao mesmo tempo em que o time adversário avança em seu campo defensivo, os dois atacantes do São Paulo vão deixando de fazer parte do sistema defensivo da equipe. No flagrante anterior, percebe-se Alan Kardec ainda sendo ativo defensivamente, porém já parando de acompanhar o adversário com a bola (Reprodução: Sportv).

Já no terço do campo defensivo, os dois atacantes sequer fazem parte do sistema defensivo tricolor. Além deste alento, percebe-se também que a distância entre linhas se mantém pequena tanto no terço central quanto no terço defensivo do campo (Reprodução: Rede Globo).

Alan Kardec só passa a fazer parte do sistema defensivo do seu time quando ele acompanha um dos adversários até o fim da jogada. No flagrante acima, nota-se o camisa 14 próximo do setor da bola e pelo lado esquerdo do campo do São Paulo. Ao perceber que Kardec está em seu setor, Kaká centraliza e, assim, forma a equipe forma um 4-2-3-1 em situação defensiva (Reprodução: Rede Globo).

Uma das falhas do posicionamento defensivo do São Paulo é espaço cedido entre a linha do ataque e a do meio-de-campo. Este espaço é gerado durante a transição defesa-ataque adversária e simultaneamente ao momento em que algum jogador adversário atrai a atenção e a marcação dos volantes tricolores.

Sem Alan Kardec e Alexandre Pato atrás da linha da bola e com os volantes do São Paulo com atenção nos jogadores adversários mais próximos, o espaço entre a linha de ataque e a do meio-de-campo do Tricolor Paulista apareceu para o time adversário (Reprodução: Rede Globo).

Assim como no flagrante anterior, o espaço cedido entre a linha de ataque e a do meio-de-campo do São Paulo é gerado no momento em que os atacantes tricolores estão a frente da linha da bola e quando os volantes têm as suas atenções voltadas aos jogadores adversários mais próximos a eles (Reprodução: Sportv/ PFC).

Bolas paradas
Diferentemente de várias equipes no Brasil, o São Paulo marca por zona as bolas paradas defensivas. Deste modo e principalmente nos escanteios, dois jogadores marcam o setor da primeira trave enquanto que os demais se posicionam onde geralmente acontecem os gols sofridos. Este tipo de marcação é interessante, mas a atitude de marcar de cada jogador não pode faltar.

Em escanteio defensivo, percebe-se dois jogadores marcando o setor da primeira trave (geralmente são Alan Kardec e Ganso) e quatro jogadores marcando por zona dentro da área. Nota-se que estes quatro jogadores estão posicionados próximos da pequena área, já que é nesta região onde os gols mais acontecem em escanteios (Reprodução: Rede Globo).

Já neste escanteio defensivo, percebe-se novamente dois jogadores marcando a zona da primeira trave –novamente Alan Kardec e Ganso- quatro jogadores marcando por zona e um marcando individualmente. Este jogador adversário que está na individual só é marcado deste modo, pois ele é o único que está próximo da pequena área e, deste modo, sendo uma ameça maior para a meta de Rogério Ceni (Reprodução: Sportv).

Por Caio Gondo (@CaioGondo)