Assim
como o sistema defensivo de qualquer equipe de futebol, o do São Paulo é
formado por transição ataque-defesa e posicionamento defensivo. Nestes dois
aspectos, os princípios de pressão constante no adversário com a bola, fechamento
das linhas de passes do portador da bola adversário, comprimento da compactação
e busca de superioridade numérica no setor da bola são buscados constantemente
em ação defensiva tricolor.
Transição
ataque-defesa
Após
a perda de bola em campo ofensivo, os jogadores do São Paulo rapidamente
realizam troca rápida de ação de jogo. Os primeiros a realizarem esta troca são
Alexandre Pato e Alan Kardec. Estes atacantes, junto com os outros jogadores do
Tricolor Paulista próximos ao adversário com a bola, pressionam-no rapidamente,
pois, desta maneira, os seus companheiros que não estão no setor da bola têm
mais tempo para se posicionarem defensivamente.
Após
perderem a bola em campo ofensivo, Alexandre Pato e Alan Kardec pressionam
rapidamente o adversário com a bola. Com estes dois jogadores combatendo
simultaneamente somente um adversário, eles fecharam duas linhas de passe do
zagueiro do Internacional e deixou somente a da frente para ele. Como Paulo
Miranda já estava próximo do setor da bola e marcando o adversário mais
próximo, após o passe a frente ser realizado, o São Paulo retomou rapidamente a
bola já em campo ofensivo (Reprodução: Rede Globo).
Depois
de perder a bola em campo ofensivo, Alexandre Pato, Kaká e Álvaro Pereira
pressionam em conjunto o adversário com bola. Deste modo, aumentam-se as
chances de retomada da bola e, ainda, dá tempo mais para que os companheiros de
time que não estão no setor da bola se posicionem defensivamente (Reprodução:
Sportv/ PFC).
Ainda
na transição ataque-defesa e no terço central do campo, os jogadores do São
Paulo continuam a realizar todos os princípios de marcação que realizam após
perder a bola em campo ofensivo: pressão constante no adversário com a bola,
fechamento das linhas de passes do portador da bola adversário e busca de
superioridade numérica no setor da bola. Nessa região do campo, a linha
defensiva passa a ser ativada na participação do sistema defensivo tricolor.
No
terço central do campo, a pressão no adversário com a bola continua, mas nesta
região do campo, os fechamentos das linhas de passes e a busca de superioridade
numérica no setor são mais realizados do que no campo ofensivo. No flagrante
acima, percebe-se três jogadores do Internacional contra cinco do São Paulo no
setor da bola. E não somente isto: Rafael Tolói e Denilson pressionam
conjuntamente o adversário com a bola e, ainda, Hudson, Kaká, Álvaro Pereira e
Edson Silva fecharam todas as linhas de passes que o portador tinha. A chance
de retomar a bola é enorme com esta situação (Reprodução: Rede Globo).
Já
neste flagrante que é semelhante ao anterior, Rafael Tolói e Hudson pressionam
conjuntamente o adversário com a bola; Kaká, Álvaro Pereira, Edson Silva e
Alexandre Pato fecharam as linhas de passes do portador da bola, mas nenhum
fechou a linha de passe para trás do mesmo. Deste modo e diferentemente do
flagrante anterior, o São Paulo não retomou a bola (Reprodução: Rede Globo).
Ainda
no terço central do campo, a marcação pressão do adversário com bola e
consequente superioridade numérica no setor foram realizadas na partida contra
o Palmeiras. No flagrante, percebe-se seis jogadores do São Paulo contra
somente dois do time adversário no setor da bola (Reprodução: Sportv/ PFC).
Posicionamento
defensivo
Nesta
situação defensiva, o esquema tático 4-4-2 em linha utilizado por Muricy
Ramalho fica bem evidente. O time titular que vem atuando neste 2° semestre é o
da imagem adiante:
No
4-4-2 em linha, Ganso e Kaká são jogadores do meio-de-campo que fecham os lados
do campo e, deste modo, completam a linha de 4 deste setor.
Em situação defensiva e com o time posicionado organizadamente, o São
Paulo se defende em curta compactação e entre as duas intermediárias, as duas
linhas de 4 são mais atuantes defensivamente, os dois atacantes pouco
participam das ações defensivas e todos os jogadores balançam defensivamente de
acordo com o lado da bola.
Pelo
flagrante acima, percebe-se todos os jogadores do São Paulo compactados em
curto espaço do campo, Alan Kardec não participando da ação defensiva da equipe
e com todos os jogadores balançando para o setor da bola (Reprodução: Sportv/
PFC).
Já
neste flagrante, nota-se o início da compactação entre intermediárias da equipe
tricolor, todos os jogadores balançando defensivamente para o lado da bola e
Alexandre Pato pouco participando ativamente da ação defensiva da equipe
(Reprodução: Sportv).
Ao
mesmo tempo em que o time adversário avança em seu campo defensivo, os dois
atacantes do São Paulo vão deixando de fazer parte do sistema defensivo da
equipe. No flagrante anterior, percebe-se Alan Kardec ainda sendo ativo
defensivamente, porém já parando de acompanhar o adversário com a bola
(Reprodução: Sportv).
Já
no terço do campo defensivo, os dois atacantes sequer fazem parte do sistema
defensivo tricolor. Além deste alento, percebe-se também que a distância entre
linhas se mantém pequena tanto no terço central quanto no terço defensivo do
campo (Reprodução: Rede Globo).
Alan
Kardec só passa a fazer parte do sistema defensivo do seu time quando ele
acompanha um dos adversários até o fim da jogada. No flagrante acima, nota-se o
camisa 14 próximo do setor da bola e pelo lado esquerdo do campo do São Paulo.
Ao perceber que Kardec está em seu setor, Kaká centraliza e, assim, forma a
equipe forma um 4-2-3-1 em situação defensiva (Reprodução: Rede Globo).
Uma
das falhas do posicionamento defensivo do São Paulo é espaço cedido entre a
linha do ataque e a do meio-de-campo. Este espaço é gerado durante a transição
defesa-ataque adversária e simultaneamente ao momento em que algum jogador
adversário atrai a atenção e a marcação dos volantes tricolores.
Sem
Alan Kardec e Alexandre Pato atrás da linha da bola e com os volantes do São
Paulo com atenção nos jogadores adversários mais próximos, o espaço entre a
linha de ataque e a do meio-de-campo do Tricolor Paulista apareceu para o time
adversário (Reprodução: Rede Globo).
Assim
como no flagrante anterior, o espaço cedido entre a linha de ataque e a do
meio-de-campo do São Paulo é gerado no momento em que os atacantes tricolores
estão a frente da linha da bola e quando os volantes têm as suas atenções
voltadas aos jogadores adversários mais próximos a eles (Reprodução: Sportv/
PFC).
Bolas
paradas
Diferentemente
de várias equipes no Brasil, o São Paulo marca por zona as bolas paradas defensivas.
Deste modo e principalmente nos escanteios, dois jogadores marcam o setor da
primeira trave enquanto que os demais se posicionam onde geralmente acontecem
os gols sofridos. Este tipo de marcação é interessante, mas a atitude de marcar
de cada jogador não pode faltar.
Em
escanteio defensivo, percebe-se dois jogadores marcando o setor da primeira
trave (geralmente são Alan Kardec e Ganso) e quatro jogadores marcando por zona
dentro da área. Nota-se que estes quatro jogadores estão posicionados próximos
da pequena área, já que é nesta região onde os gols mais acontecem em
escanteios (Reprodução: Rede Globo).
Já
neste escanteio defensivo, percebe-se novamente dois jogadores marcando a zona
da primeira trave –novamente Alan Kardec e Ganso- quatro jogadores marcando por
zona e um marcando individualmente. Este jogador adversário que está na
individual só é marcado deste modo, pois ele é o único que está próximo da
pequena área e, deste modo, sendo uma ameça maior para a meta de Rogério Ceni
(Reprodução: Sportv).
Por Caio Gondo (@CaioGondo)