No último tema do “Especial Atletiba” foram abordadas as
peças mais utilizadas de cada equipe e as suas funções táticas no time. Agora
como no segundo tema deste especial tático, o sistema defensivo será objeto de
estudo. Assim como foi na primeira parte, o primeiro time abordado será o
Coritiba por ser o mandante do clássico.
O sistema defensivo coxa-branca inicia com a maioria dos
jogadores de frente realizando lenta troca de ação de jogo. Porém um deles
pressiona o adversário com a bola para todos os outros se posicionem em bloco
médio para o início da marcação organizada da equipe.
Com o time já posicionado na intermediária ofensiva, os
jogadores do Coritiba passam a formar um 4-3-3 compactado em curto espaço. Este
4-3-3 altera para o 4-1-4-1 de acordo com o avanço da bola em campo defensivo e
com os recuos dos atacantes pelos lados do campo. Mas mesmo variando o
posicionamento defensivo, a curta compactação e o balanço defensivo para o lado
da bola são constantes no sistema defensivo do Coxa.
Com os jogadores organizados na intermediária ofensiva para
iniciar a marcação, o posicionamento da equipe se confunde e pode ser
considerada 4-3-1-2 ou 4-3-3, devido ao posicionamento próximo de Alex em
relação aos meio-campistas. Porém com a bola recuando em campo defensivo
adversário, o Coritiba sobe em bloco, mantém a curta compactação e balança
corretamente defensivamente para o lado da bola –assim como mostra a imagem
adiante (Reprodução: Bandeirantes):
Já com a bola recuando em campo defensivo adversário, o
4-3-3 da equipe fica mais nítico, pois os três atacantes se desprendem dos três
meio-campistas do time. Este desprendimento acontece porque o Coritiba sobe a
marcação, há o avanço conjunto das linhas da equipe e o balanço defensivo para
o lado da bola acontece. Este último é percebido pelo posicionamento de Dudu.
Pela imagem, perceba que ele “abandonou” o lateral-esquerdo do Sport para
balançar defensivamente para o lado esquerdo, que é o lado onde a bola estava
(Reprodução: Sportv/ PFC).
Agora com a bola na intermediária defensiva, o Coritiba
passa a se posicionar defensivamente no 4-1-4-1, conforme o flagrante acima. Já
que os atacantes recuam marcando os laterais adversários. Porém nem sempre o
desenho do 4-1-4-1 é formado, pois o 4-5-1 também é utilizado defensivamente
pelo Coxa (Reprodução: Bandeirantes).
Neste jogo contra o Flamengo, Dudu e Zé Love voltaram
marcando somente os laterais e, defensivamente, o Coritiba posicionou no 4-5-1,
assim como mostra a imagem anterior (Reprodução: Rede Globo).
A marcação de quase todos os jogadores que formam o sistema
defensivo do Coritiba é por zona, já que somente os atacantes marcam
individualmente os laterais adversários. Estes dois tipos de marcação entram em
“conflito” em alguns momentos defensivos da equipe, pois há momentos onde o
trio de meio-campistas balança lateralmente e defensivamente para o lado da
bola mesmo havendo um dos atacantes do Coxa no setor. Este “conflito” gera uma
coluna de três jogadores coxa-branca marcando o lado do campo.
Assim como mostra o flagrante acima, percebe-se os atacantes
marcando individualmente os laterais adversários (marcações estas representadas
pela cor azul), enquanto que o restante está marcando por zona. Esta marcação
zonal é caracterizada pela quantidade de jogadores do Flamengo sem um jogador
do Coritiba muito próximo (Reprodução: Rede Globo).
Pela imagem anterior, nota-se os três meio-campistas
balançando defensivamente para o lado da bola. Já que Robinho está a caminho de
fazer a marcação à frente de Carlinhos, enquanto que Helder e Rosinei estão
começando a centralizar para fechar o centro à frente de Wellinton e Leandro
Almeida (Reprodução: Bandeirantes).
Já neste flagrante do jogo contra o Flamengo, os três
meio-campistas também balançaram defensivamente para o lado da bola (Robinho
pela direita, Helder e Gil pelo centro). Porém, no caso da situação flagrada,
Dudu já estava marcando o setor. Pode ser que os meio-campistas do Coritiba
tenham ido devido à quantidade de jogadores do time adversário no setor da bola
(Reprodução: Rede Globo).
O caso deste flagrante é parecido taticamente em relação ao
anterior. Os três meio-campistas do Coritiba balançaram defensivamente para o
lado da bola, mesmo havendo o atacante aberto marcando no setor. Com um dos
meio-campistas (Rosinei), o atacante aberto (Joel) e mais Norberto, o Coxa
realizou uma marcação tripla no setor, gerou superioridade numérica, mas um
pouco desorganizada. Já que há três jogadores marcando praticamente o mesmo
setor. Isso acontece devido ao “conflito” de marcação por zona e individual
destes jogadores próximos (Reprodução: Bandeirantes).
Em relação ao modo de marcar nos escanteios defensivos, o
Coritiba marca com dois jogadores na zona da primeira trave e os demais
marcando individualmente os adversários. A marcação individual é boa, pois os
defensores sempre de olho dos adversários e os acompanham, mas, por outro lado,
os defensores podem ser levados para qualquer lugar da área através da
movimentação adversária.
Em escanteios defensivos, o Coxa marca com dois jogadores
por zona na primeira trave (marcações representadas pelos círculos amarelos) e
o restante marcando na individual (marcação representada pelos traços azuis)
(Reprodução: Sportv/ PFC).
Por Caio Gondo (@CaioGondo)