sábado, 13 de setembro de 2014

Especial SPFC 4ª parte: Sistema ofensivo

De acordo com a postagem anterior sobre a transição defesa-ataque do São Paulo, percebe-se que no terço central do campo, o portador tricolor com a bola tem muitas opções de passes. Pela imagem adiante, as opções do jogador que está com a bola do Tricolor e suas opções de passe:

Pelo desenho tático acima, nota-se Kaká com no mínimo duas opções curtas (Ganso e Alan Kardec) e duas longas (Álvaro Pereira e Alexandre Pato).

Depois de explicar os motivos dos espaços gerados com a bola no terço central do campo, este post irá explicar as movimentações no terço ofensivo do Tricolor Paulista. Nesta parte do campo, o São Paulo atua em três situações: pelo lado do campo e com somente um meia na jogada, pelo centro do campo e com Kaká e Ganso próximos e, por fim, quando os dois estão no mesmo do lado do campo.

Pelo lado do campo e com somente um meia
Nesta situação ofensiva, o meia tricolor que está com a posse da bola tem Alan Kardec como pivô a frente e Alexandre Pato procurando os espaços entre os defensores adversários para se projetar para os lados do campo. Invariavelmente, o lateral daquele lado do ataque também participa das ações ofensivas. Como muitas vezes, Pato se projeta para o lado contrário do início da jogada, o meia do São Paulo tem a opção curta em Alan Kardec e a longa em Alexandre Pato.

Com Kaká sem Ganso em um lado do campo, Alan Kardec se apresenta como pivô como opção curta para o meia, enquanto que Alexandre Pato se projeta para o outro lado do campo. Esta movimentação do camisa 11 tricolor serve para gerar amplitude ao ataque e para que Kaká tenha, no mínimo, duas opções de passe (Reprodução: Rede Globo).

Neste flagrante, Ganso se apresentou lentamente como opção para Kaká e Alan Kardec e Alexandre Pato se apresentaram da mesma maneira do que a situação ofensiva da imagem anterior. Com superioridade numérica adversária no setor da bola, Kaká, inteligentemente, virou o lado do jogo para Pato e, assim, deixando-o com Ganso para partir contra somente adversário no lado oposto do início da jogada (Reprodução: Sportv/ PFC).

Ganso e Kaká na faixa central do campo
Com os dois meias próximos, a tendência de sair boa jogada é grande. Além de toda técnica de ambos, Ganso e Kaká estão se movimentando de maneira a se completarem em campo: enquanto um inicia a jogada, o outro procura o espaço vazio entrelinhas adversário. Sem marcação e com espaço para dominar a bola, o jogador que recebeu o passe tem grandes chances de continuar com o ataque da equipe.

Pelo flagrante acima, percebe-se que quando o São Paulo inicia a sua transição defesa-ataque pelo centro e com Ganso e Kaká próximos, a tendência de um dos estar livre de marcação é grande. Pois uma vez que eles iniciam o ataque abertos e próximos dos laterais adversários e, com decorrer do mesmo, centralizam, invarivelmente, o Tricolor Paulista forma um quadrado na transição ofensiva –como mostra o flagrante acima (Reprodução Rede Globo).

Neste flagrante, há a imagem do sistema defensivo do Santos com os encaixes individuais por setor realizados. Como novamente, Ganso e Kaká partem inicialmente do ataque aberto e depois centralizam, a tendência de que um deles seja marcado pelo lateral adversário é grande. Na imagem acima, percebe-se que o lateral-esquerdo do Santos acompanha Paulo Henrique Ganso e este se movimenta na diagonal para explorar o espaço entre a linha defensiva e a do meio-de-campo adversário (Reprodução: Sportv).

Novamente, com a bola na faixa central do campo e com Kaká com a bola, Ganso se projetou entrelinhas do sistema defensivo adversário. Estas movimentações acontecem em ambos e os dois recebem livre de qualquer marcação. Deste modo, com grandes chances de continuar com o ataque tricolor (Reprodução: Sportv).

Com Ganso e Kaká pelo lado do campo
Como os dois iniciam o ataque abertos e depois de movimentam por todo o campo ofensivo, as chances deles se encontrarem no mesmo lado do campo existem. Quando isso acontece, freqüentemente, um deles aparece completamente livre de marcação e, ainda, gera superioridade numérica ofensiva no setor da bola.

Pelo flagrante acima, Ganso foi para o mesmo lado em que Kaká estava e, assim, gerou superioridade numérica no setor da bola. Fazendo um 4 x 3 com vantagem para o São Paulo. Esta superioridade numérica ofensiva pode não parecer dar muita vantagem, mas como o Tricolor Paulista prioriza os passes curtos e as projeções sem bola, ter um jogador a mais no setor da bola favorece muito este tipo de jogo (Reprodução: Rede Globo).

Nestas três situações (pelo lado do campo com somente um meia, pelo centro do campo com Ganso e Kaká próximos e pelo do campo com Ganso e Kaká próximos), a zona de aceleração é sempre na mesma região. Como nenhum destes meias, atualmente, têm características de condução de bola com velocidade, o momento de aceleração do sistema ofensivo fica restrito a dois lugares do campo ofensivo: os setores próximos às áreas adversárias.

Estes setores são onde Álvaro Pereira, Paulo Miranda e Alexandre Pato recebem a bola em projeção. Chegando nestes setores raramente a bola retorna para o terço central do campo, pois estas são as zonas de aceleração e de verticalização do sistema ofensivo tricolor.

No campo tático acima, as zonas de aceleração do São Paulo representadas pelos retângulos azuis. Nestes setores, somente Álvaro Pereira, Paulo Miranda e Alexandre Pato recebem a bola em projeção e, quando a bola entra neste setor, ela não volta para trás. Deste modo, fazendo com a jogada se verticalize de vez e caracterizando as zonas de aceleração da equipe.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)