quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Vitória bate o Sport em Salvador e avança na Copa Sul-Americana!

No duelo entre os rubro-negros da Bahia e de Pernambuco, o Vitória levou a melhor. O Leão da Barra já havia vencido o Leão da Ilha por 1 a 0 em Recife e na volta consolidou sua classificação para a fase internacional da Copa Sul-Americana ao vencer por 2 a 1 no Barradão. Mesmo utilizando de uma equipe "mista", com muitos jogadores considerados reservas, o Vitória de Ney Franco mostrou muita organização tática, pegada na marcação, oportunismo e frieza nas conclusões para decidir. Isso também é receita de competitividade. 

O Sport de Eduardo Baptista foi no 4-2-3-1 com Ibson mais centralizado na linha de 3, tendo Felipe Azevedo e Danilo mais abertos. Ibson talvez tenha sido o melhor da equipe em campo, demonstrando bom controle de bola, visão de jogo, puxando tabelas, recuando pra receber com os volantes e armando o jogo. O Leão da Ilha tinha pouca objetividade em suas ações, não conseguia puxar a transição defesa-ataque, errava muitos passes e era passivo e recuado na marcação, em bloco médio/baixo, sem pressionar e deixando o Vitória trocar passes em setor ofensivo até com certa tranqüilidade em alguns momentos. 

O 4-2-3-1 baiano buscava a manutenção de posse de bola em campo ofensivo, apesar da pouca efetividade em suas ações. Compactava-se em duas linhas de quatro sem a bola, fazendo encaixes no setor, negando, ocupando e fechando os espaços, sendo agressivo, subindo a marcação com suas linhas de meio e ataque, dificultando o toque de bola, o passe vertical entre as linhas, a transição entre os setores(da defesa para o ataque) e fazendo com que o Sport utilizasse ainda mais da ligação direta, sendo que o Vitória ficava com a bola na maior parte desses lançamentos. A principal chance pernambucana veio numa projeção de Wendel no lado esquerdo do ataque(como costuma fazer), driblando o volante Adriano, chegando na área, balançando a linha defensiva baiana e abrindo o espaço pra aparição de Ibson no centro da área, finalizando de três dedos. A bola carimbou o poste direito do goleiro Roberto Fernández e saiu. Na chance que teve, o Vitória não desperdiçou e abriu o placar com Willie:

No lance, observa-se que quatro jogadores leoninos estão encaixados na altura próxima ao portador da bola. Rithely com Marcinho, Wendel com Adriano, Felipe Azevedo com Mansur e Danilo com Nino Paraíba. Porém, Ibson está sem referência de marcação, distante em relação ao homem da bola e "sobrando" no meio. E ele acaba se mantendo assim até o fim da jogada, ao invés de pressionar o portador da bola(Richarlyson) e forçar o erro. Com liberdade, Richarlyson consegue encaixar o lançamento nas costas da linha defensiva do Sport para a infiltração de Willie no facão em diagonal. Renê não o acompanhou até o fim, deixando que o atacante baiano aparecesse às costas de Durval para concluir. 


Na segunda etapa, o Sport passou a ter mais intensidade, agressividade e imposição de estilo, empurrando o Vitória para trás. Teve mais dinâmica, fluidez de jogo, melhor compactação ofensiva por meio das aproximações e interações entre os jogadores, usando bem das bolas que saíam do lado pro centro e vice-versa, além de melhor poder de recuperação de bola ainda em campo ofensivo com Wendel e Rithely. E foi este segundo citado que empatou o jogo para o time pernambucano. 

No lance do gol leonino, pode observar que no escanteio defensivo, o Vitória marcou individualmente, com um jogador marcando a zona na primeira trave. Em movimento de muita impulsão, Rithely pulou às costas de seu marcador individual, no espaço entre ele e o atacante Beltrán, que no lance, "largou" o seu homem a ser marcado para tentar tirar a bola por ali. 


O Sport manteve a pressão, tendo posse de bola e o domínio territorial do jogo, porém, desperdiçou ótimas oportunidades. O Vitória aproveitou a chance e o espaço que teve em contragolpe e voltou à frente no placar, em mais uma falha de Renê, que já havia errado no lance no gol do Vitória no jogo de ida, mas no caso do segundo gol no jogo da volta, o erro não foi apenas do lateral-esquerdo pernambucano. 

No lance do gol do Vitória na partida de ida, Marcinho progrediu com liberdade na intermediária ofensiva na puxada de contragolpe, sem que o winger do setor direito(por onde ele avançou) ou um dos volantes encostasse nele para tentar uma falta tática e parar o contra-ataque. Ele acionou a passagem do lateral-direito. Durval fechou a cobertura no setor, com Ewerton Páscoa fechando com Beltrán no centro da área e Rithely cobrindo Patric e fechando pelo meio com Marcos Junior no lado oposto e deixando Renê mais por dentro porém, o lateral-esquerdo do Sport não acompanhou Marcinho até o final em sua infiltração na área, deixando-o entrar com liberdade para concluir. 


Vitória fez virada de jogo da esquerda para direita, acionando a ultrapassagem do lateral-direito Nino Paraíba. No lance, pode-se reparar que Felipe Azevedo(que passou a atuar mais aberto pela esquerda com a entrada de Erico Junior, que passou a ocupar a direita na linha de 3) não o acompanha(esse acompanhamento individual do lateral adversário é função do winger) para fechar ou até mesmo dobrar o combate em cima dele junto com Renê e deixa bater lateral com lateral no 1x1. Resultado: Nino Paraíba conquista a vitória pessoal pra cima de Renê na passada larga e se projeta pelo lado da área. Ferron encaixa em Edno mais ao centro, Patric fecha com Beltrán na área no movimento de cobertura por dentro e Durval(que inicialmente estava fechando com Marcinho) teve que sair para fechar a cobertura de Renê. Wendel(o volante mais próximo na ocasião) não conseguiu voltar a tempo para fechar com Marcinho no centro da área e o camisa 10 do Leão da Barra, livre de marcação, finalizou para as redes.