segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Botafogo e Sport ficam no empate em Volta Redonda!


Em Volta Redonda, Botafogo e Sport ficaram no empate. 1 a 1. Com o resultado, o time carioca permanece na zona de rebaixamento, enquanto que o rubro-negro fica na 12ª colocação, há apenas um ponto atrás dos primeiros times do grupo dos 10 primeiros colocados. 

Ambos os times entraram no 4-2-3-1 com a bola e marcando no 4-4-2 em linhas, porém, com propostas/planos de jogo diferentes. O Botafogo tentava propor o jogo, usando da velocidade de seus homens de lado e de Jobson, que também tinha certa mobilidade para se deslocar para os flancos, não se restringindo apenas ao centro do ataque. Sem a bola, o Botafogo buscava uma marcação agressiva e mais adiantada, iniciando-a na intermediária defensiva adversária, porém, tinha recomposição/transição defensiva lenta, dando espaços para os contragolpes do Sport. Aliás, contragolpe era a principal arma do Sport, que jogava reativamente, marcando predominantemente em bloco mais baixo, caracterizando-se pela compactação curta entre as linhas e limitação de espaços à criação adversária, o que dificultava bastante o Botafogo em sua fase de ataque organizado. 

Após o golaço de Diego Souza, o Sport reforçou sua proposta transicional e teve outras chances de ampliar, porém, teve dificuldades para encaixar os contra-ataques no começo da segunda etapa. E depois do empate botafoguense, com gol de falta marcado por Wallyson, o Leão da Ilha teve que sair mais pra jogar. Encontrava espaços pra progredir e articular na intermediária ofensiva, porém, acabava falhando no último passe/conclusão. O Botafogo recuou mais, porém, cedia espaços defensivamente e pouco produzia com a bola.

Nos frames abaixo, pode-se observar alguns aspectos táticos apresentados pelas duas equipes em determinadas situações de jogo:

 Botafogo adianta suas linhas para exercer pressão alta na saída de bola do Sport, com a linha de frente igualando o 4x4. Um jogador pressiona o portador da bola, o lateral do lado da bola sobe o encaixe no winger leonino do setor para pressioná-lo em caso de recuo para oferecer linha de passe, um dos atacantes trava a opção de passe mais curta com um dos volantes, enquanto que o outro volante leonino(mais distante no lance) já está encaixado por um volante botafoguense. Porém, o winger oposto do Botafogo fecha com o zagueiro rubro-negro da esquerda e Jóbson fica "sobrando", de modo a deixar o lateral-esquerdo Renê livre para receber a virada de jogo. O mais apropriado seria Jóbson fechar com o zagueiro oposto e o winger encaixar no lateral-esquerdo. Na sequência do lance, Renê progride pelo flanco esquerdo, os wingers não recompõem para fechar a linha de 4 no meio com os dois volantes, que são obrigados a balancear para o lado da bola. Diego Souza deixa o centro do ataque e faz a diagonal pro lado direito, atraindo o lateral-esquerdo Junior César, enquanto que Ibson ataca o espaço entrelinhas, posicionando-se de frente para a linha defensiva como opção para possível recepção do passe diagonal no espaço deixado pela basculação defensiva dos volantes. Esse movimento de Diego Souza também gerou espaço para Felipe Azevedo afunilar na diagonal pro meio e receber com espaço para bater pro gol. 


No momento do lançamento do goleiro Magrão, observa-se o posicionamento das duas linhas de quatro(mais precisamente das duas primeiras linhas) do Botafogo, mais acuadas e com a fixação individual dos wingers nos laterais pernambucanos. Diego Souza atrai o zagueiro pra fora da área na disputa pela primeira bola da ligação direta e se projeta nas costas do mesmo(que tenta dobrar a pressão no portador da bola) para receber o passe de ruptura. Neste momento, Ibson ataca o vazio no centro da área, o volante que o marcava mais de perto não conseguiu acompanhá-lo até o fim(o outro volante fechava a opção de retorno mais próxima do setor da bola) e chega como opção para a conclusão da jogada juntamente com Ananias, que fecha no facão em diagonal, atraindo o lateral-direito na cobertura por dentro. 


Diego Souza novamente balanceia ofensivamente para o lado direito, formando uma sociedade triangular no setor com Patric e Felipe Azevedo, e projetando-se para ser opção de passe em profundidade no espaço entre o zagueiro e o lateral-esquerdo. As opções de retorno com os volantes são fechadas e Ibson é encaixado pelo volante do Botafogo que não balanceia pro setor da bola, enquanto que Ananias novamente fecha em diagonal, atraindo o lateral oposto ao da bola e gera o espaço pra uma possível chegada de Renê na virada de jogo. Porém, no lance, o Sport ataca com apenas um lateral. E por isso, o winger oposto do Botafogo não aparece na imagem. Porque está fixo individualmente no lateral-esquerdo leonino. Logo, se este lateral não sobe, o winger direito botafoguense também não participa da ação defensiva. 


 
Flagrante das duas linhas de quatro do Sport, que mesmo sem ter o balanceamento defensivo mais apropriado de Felipe Azevedo(no lance estava muito desalinhado em relação aos volantes) consegue ter a superioridade numérica no setor da bola(4x3), com Renê subindo o encaixe no winger botafoguense, que recuou pra receber na intermediária. Wendel também fez o movimento correto ao abrir para a cobertura do espaço vertical às costas de Renê, que poderia ser explorado pela movimentação de Jóbson. Após a roubada de bola, o Leão da Ilha articulou rápida transição. Ananias e Renê buscando o 2x1 pra cima do lateral-direito botafoguense, enquanto que na área chegam três jogadores. Diego Souza atraindo um dos zagueiros, Felipe Azevedo atraindo o lateral da cobertura por dentro e Ibson vindo de trás para atacar o vazio e ser opção para tabelar ou fazer 1-2 pelo lado da área. Chegada maciça à frente, com boa quantidade jogadores(5 jogadores na situação acima) também é importante no futebol atual.


*Por João Elias Cruz