Atlético-PR
e Flamengo realizaram um dos jogos da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em
seu domínio, o Furacão venceu o Mengo e conquistou a sua 1ª vitória de virada
no Brasileirão. Para este feito, os comandados de Claudinei Oliveira começaram
no 4-2-3-1 e os de Vanderlei Luxemburgo no 4-4-2:
Atlético-PR
no 4-2-3-1 e Flamengo no 4-4-2.
Para esta partida, o Flamengo iniciou atacando e defendendo no 4-4-2.
Ofensivamente, o sistema ofensivo do Mengo tinha a amplitude criada por Éverton
e Luiz Antônio, a profundidade por Eduardo da Silva, Gabriel buscando a
diagonal direita e em Canteros o maior destaque rubro-negro carioca. Este
jogador iniciava as ações ofensivas do Flamengo, dava continuidade ao ataque e,
ainda, era opção de retorno longe da linha de 4 do meio-de-campo do Atlético-PR.
Ou seja, Canteros freqüentemente estava livre e fazia com que o Flamengo
continuasse com a posse de bola em campo ofensivo.
Mapa
dos passes certos de Canteros: o sentido do mapa é da direita para esquerda e,
assim, demonstra que este jogador atuou por todo campo de jogo. Trabalhando
tanto em ação ofensiva quanto defensiva e freqüentemente acertando os passes
(Fonte: whoscored).
Defensivamente,
o Flamengo defendeu no 4-4-2, compactado entre intermediárias, com Éverton e
Luiz Antônio balançando corretamente para o lado da bola, com curtas
perseguições e prioritariamente através de marcação zonal. Porém, quando
Eduardo da Silva e Gabriel avançavam alinhados para marcar os zagueiros do
Atlético-PR, os meio-campistas do Fla não os acompanhavam e, assim, gerava o
espaço que o Furacão precisava para sair jogando através de passes curtos.
Posicionamento
defensivo do Flamengo no 4-4-2 entre as intermediárias do campo (Reprodução:
Rede Globo).
Distanciamento
do setor do ataque e do meio-de-campo do Flamengo: espaço onde Bady, Deivid,
Dellatorre e Paulinho Dias aproveitaram para sair jogando pelo Atlético-PR
(Reprodução: Rede Globo).
Já
pelo lado do Atlético-PR, Claudinei Oliveira tem mudado aos poucos alguns
aspectos de jogo da equipe e contra o Flamengo, muitas delas foram conciliadas.
Nesta partida, o Furacão se defendeu no 4-4-2, compactado em curto espaço, com
linha alta defensiva e com perseguições dos wingers nos laterais adversários.
Estes aspectos defensivos do Rubro-negro paranaense estão tão bem organizados
que quando o trio de meias trocava de posição durante o ataque, cada um
retornava pela faixa do campo mais próxima e o posicionamento defensivo do
4-4-2 se mantinha e com as devidas funções sendo bem executadas por cada um.
No
flagrante acima, percebe-se o Atlético-PR marcando no 4-4-1-1 e com Marcelo
pela esquerda e Dellatorre pela direita, mas mesmo assim, formando a linha de 4
do meio-de-campo do Furacão (Reprodução: Rede Globo).
Já
neste flagrante, nota-se a sequência do ataque do Flamengo e a consequência da
marcação dos wingers do Atlético-PR só marcando os laterais adversários. Sem
Léo Moura e Anderson Pico participando do ataque do Flamengo, Marcelo e
Dellatorre não voltaram compondo a segunda linha de 4 da sua equipe e deixou a
faixa central do campo para Paulinho Dias, Deivid, Cléo e Bady marcarem
(Reprodução: Rede Globo).
Apesar
de ter um sistema defensivo organizado e entrosado, o Flamengo abriu o placar,
aos 7 do primeiro tempo. Com a desvantagem no placar, o sistema ofensivo do
Furacão predominou durante todo o primeiro tempo. Durante esta etapa do jogo, o
Atlético-PR iniciava a sua transição defesa-ataque através de passes curtos,
com Deivid realizando a saída de 3 da equipe e explorando o distanciamento dos
setores do ataque e meio-de-campo do Flamengo.
Pelo
flagrante acima, Deivid recua entre os zagueiros do Atlético-PR e realiza a
saída de três do Atlético-PR. Deste modo, criando superioridade numérica contra
Eduardo da Silva e Gabriel e, aos poucos, ia empurrando os dois através de
trocas de passes curtos entre os três (Reprodução: Rede Globo).
Já
no terço central do campo, o Furacão explorava o distanciamento dos setores do
ataque e do meio-de-campo do Flamengo freqüentemente. Tanto que, após a saída
de três, Bady, Dellatorre e Paulinho Dias receberam diversas bolas distantes da
marcação dos meio-campistas cariocas e todos eles posicionados nesta entrelinha
do Mengo (Reprodução: Rede Globo).
Já
em campo ofensivo, o Atlético-PR atacava com alternância dos laterais, com
Paulinho Dias sendo opção de retorno dos dois lados do campo e com os meias não
atuando tão abertos quanto em outras partidas e com Cléo criando a profundidade
do ataque. Com este posicionamento de Marcelo, Bady e Dellatorre, os dois
laterais do Furacão conseguiam realizar a ultrapassagem constantemente.
Com
Marcelo não tão aberto, Natanael tinha espaço para prosseguir no campo
ofensivo. Ainda com Marcelo não tão aberto, ele consegue ser opção de passe de
Bady e de Dellatorre. Com estes três meias jogando mais próximos e tendo
projeções como no flagrante acima (Marcelo recebeu de Bady e Dellatorre se
projetou no espaço vazio), a função de Cléo é criar a profundidade ao ataque e,
assim, empurrando a linha defensiva para trás e criando espaço para os três
tabelarem no terço ofensivo do Atlético-PR (Reprodução: Rede Globo).
Através
destas movimentações ofensivas, o Atlético-PR conseguiu fazer o seu primeiro
gol já aos 16 da primeira etapa. Ao perceber que o Furacão continuava com o
ímpeto ofensivo, Vandelei Luxemburgo alterou o posicionamento defensivo do
Flamengo até o fim do primeiro tempo. Do 4-4-2, o Mengo passou a se defender no
4-1-4-1 da seguinte maneira:
Após
o primeiro gol do Atlético-PR, o Flamengo passou se defender no 4-1-4-1, assim
como mostra o flagrante acima. Neste posicionamento defensivo, o Mengo passou
ter um combate melhor na faixa central do campo, pois Canteros avançava e
combatia rapidamente o volante do Furacão que estivesse com a bola. Com esta
movimentação deste jogador argentino, o Flamengo se posicionava momentaneamente
no 4-4-1-1 (Reprodução: Rede Globo).
Com
o segundo gol sofrido, aos 46 do primeiro tempo, Luxemburgo não teve tempo útil
para alterar algo ainda na primeira etapa. No intervalo, este técnico fez com que
o Mengo voltasse a se defender no 4-4-2, mas pouco alterou o andamento da
partida no segundo tempo. Já que Claudinei Oliveira manteve os mesmos aspectos
de jogo que ele está modificando no Atlético-PR. Todos interessantes e
adaptados aos seus jogadores.
Aos
12, Vanderlei Luxemburgo realizou três substituições ao mesmo tempo. Entraram
Muralha, Nixon e João Paulo nos lugares de Cáceres, Eduardo da Silva e Anderson
Pico, respectivamente. Os três jogadores entraram nas mesmas posições e somente
Nixon passou a realizar função diferente. Com Nixon ao lado de Gabriel, o
Flamengo passou a ter dois jogadores procurando a entrelinha e se projetando na
diagonal, assim como a imagem adiante:
Com
Nixon e Gabriel saindo de próximos dos zagueiros do Atlético-PR e procurando a
entrelinha da defesa e do meio-de-campo adversária, ambos recebiam neste setor
ofensivo, mas nenhum dava profundidade ou virava referência do ataque do
Flamengo. Com eles, o Flamengo conseguia chegar mais facilmente no terço
ofensivo, mas pouco finalizava ao gol de Weverton.
Já
com o Flamengo avançando mais e melhor, Claudinei Oliveira começou a fazer as
suas substituições. Aos 25, Douglas Coutinho entrou no lugar de Dellatorre. Com
esta substituição, Douglas Coutinho manteve as mesmas funções ofensivas e defensivas
do titular. Já com as entradas de Hernani e Marcos Guilherme nos lugares de
Bady e Cléo, o Furacão passou a jogar no 4-3-3 a se defender no 4-1-4-1. Como o
Flamengo pouco ameaçava e o Atlético-PR procurou o jogo reativo desde o começo
do segundo tempo, o placar manteve inalterado até o fim do jogo.
Fim
de partida: Atlético-PR no 4-3-3 e Flamengo no 4-4-2.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)