segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Claudinei Oliveira conciliou suas mudanças no Atlético-PR

Atlético-PR e Flamengo realizaram um dos jogos da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em seu domínio, o Furacão venceu o Mengo e conquistou a sua 1ª vitória de virada no Brasileirão. Para este feito, os comandados de Claudinei Oliveira começaram no 4-2-3-1 e os de Vanderlei Luxemburgo no 4-4-2:

Atlético-PR no 4-2-3-1 e Flamengo no 4-4-2.

     Para esta partida, o Flamengo iniciou atacando e defendendo no 4-4-2. Ofensivamente, o sistema ofensivo do Mengo tinha a amplitude criada por Éverton e Luiz Antônio, a profundidade por Eduardo da Silva, Gabriel buscando a diagonal direita e em Canteros o maior destaque rubro-negro carioca. Este jogador iniciava as ações ofensivas do Flamengo, dava continuidade ao ataque e, ainda, era opção de retorno longe da linha de 4 do meio-de-campo do Atlético-PR. Ou seja, Canteros freqüentemente estava livre e fazia com que o Flamengo continuasse com a posse de bola em campo ofensivo.

Mapa dos passes certos de Canteros: o sentido do mapa é da direita para esquerda e, assim, demonstra que este jogador atuou por todo campo de jogo. Trabalhando tanto em ação ofensiva quanto defensiva e freqüentemente acertando os passes (Fonte: whoscored).

Defensivamente, o Flamengo defendeu no 4-4-2, compactado entre intermediárias, com Éverton e Luiz Antônio balançando corretamente para o lado da bola, com curtas perseguições e prioritariamente através de marcação zonal. Porém, quando Eduardo da Silva e Gabriel avançavam alinhados para marcar os zagueiros do Atlético-PR, os meio-campistas do Fla não os acompanhavam e, assim, gerava o espaço que o Furacão precisava para sair jogando através de passes curtos.

Posicionamento defensivo do Flamengo no 4-4-2 entre as intermediárias do campo (Reprodução: Rede Globo).

Distanciamento do setor do ataque e do meio-de-campo do Flamengo: espaço onde Bady, Deivid, Dellatorre e Paulinho Dias aproveitaram para sair jogando pelo Atlético-PR (Reprodução: Rede Globo).

Já pelo lado do Atlético-PR, Claudinei Oliveira tem mudado aos poucos alguns aspectos de jogo da equipe e contra o Flamengo, muitas delas foram conciliadas. Nesta partida, o Furacão se defendeu no 4-4-2, compactado em curto espaço, com linha alta defensiva e com perseguições dos wingers nos laterais adversários. Estes aspectos defensivos do Rubro-negro paranaense estão tão bem organizados que quando o trio de meias trocava de posição durante o ataque, cada um retornava pela faixa do campo mais próxima e o posicionamento defensivo do 4-4-2 se mantinha e com as devidas funções sendo bem executadas por cada um.

No flagrante acima, percebe-se o Atlético-PR marcando no 4-4-1-1 e com Marcelo pela esquerda e Dellatorre pela direita, mas mesmo assim, formando a linha de 4 do meio-de-campo do Furacão (Reprodução: Rede Globo).

Já neste flagrante, nota-se a sequência do ataque do Flamengo e a consequência da marcação dos wingers do Atlético-PR só marcando os laterais adversários. Sem Léo Moura e Anderson Pico participando do ataque do Flamengo, Marcelo e Dellatorre não voltaram compondo a segunda linha de 4 da sua equipe e deixou a faixa central do campo para Paulinho Dias, Deivid, Cléo e Bady marcarem (Reprodução: Rede Globo).

Apesar de ter um sistema defensivo organizado e entrosado, o Flamengo abriu o placar, aos 7 do primeiro tempo. Com a desvantagem no placar, o sistema ofensivo do Furacão predominou durante todo o primeiro tempo. Durante esta etapa do jogo, o Atlético-PR iniciava a sua transição defesa-ataque através de passes curtos, com Deivid realizando a saída de 3 da equipe e explorando o distanciamento dos setores do ataque e meio-de-campo do Flamengo.

Pelo flagrante acima, Deivid recua entre os zagueiros do Atlético-PR e realiza a saída de três do Atlético-PR. Deste modo, criando superioridade numérica contra Eduardo da Silva e Gabriel e, aos poucos, ia empurrando os dois através de trocas de passes curtos entre os três (Reprodução: Rede Globo).

Já no terço central do campo, o Furacão explorava o distanciamento dos setores do ataque e do meio-de-campo do Flamengo freqüentemente. Tanto que, após a saída de três, Bady, Dellatorre e Paulinho Dias receberam diversas bolas distantes da marcação dos meio-campistas cariocas e todos eles posicionados nesta entrelinha do Mengo (Reprodução: Rede Globo).

Já em campo ofensivo, o Atlético-PR atacava com alternância dos laterais, com Paulinho Dias sendo opção de retorno dos dois lados do campo e com os meias não atuando tão abertos quanto em outras partidas e com Cléo criando a profundidade do ataque. Com este posicionamento de Marcelo, Bady e Dellatorre, os dois laterais do Furacão conseguiam realizar a ultrapassagem constantemente.

Com Marcelo não tão aberto, Natanael tinha espaço para prosseguir no campo ofensivo. Ainda com Marcelo não tão aberto, ele consegue ser opção de passe de Bady e de Dellatorre. Com estes três meias jogando mais próximos e tendo projeções como no flagrante acima (Marcelo recebeu de Bady e Dellatorre se projetou no espaço vazio), a função de Cléo é criar a profundidade ao ataque e, assim, empurrando a linha defensiva para trás e criando espaço para os três tabelarem no terço ofensivo do Atlético-PR (Reprodução: Rede Globo).

Através destas movimentações ofensivas, o Atlético-PR conseguiu fazer o seu primeiro gol já aos 16 da primeira etapa. Ao perceber que o Furacão continuava com o ímpeto ofensivo, Vandelei Luxemburgo alterou o posicionamento defensivo do Flamengo até o fim do primeiro tempo. Do 4-4-2, o Mengo passou a se defender no 4-1-4-1 da seguinte maneira:

Após o primeiro gol do Atlético-PR, o Flamengo passou se defender no 4-1-4-1, assim como mostra o flagrante acima. Neste posicionamento defensivo, o Mengo passou ter um combate melhor na faixa central do campo, pois Canteros avançava e combatia rapidamente o volante do Furacão que estivesse com a bola. Com esta movimentação deste jogador argentino, o Flamengo se posicionava momentaneamente no 4-4-1-1 (Reprodução: Rede Globo).

Com o segundo gol sofrido, aos 46 do primeiro tempo, Luxemburgo não teve tempo útil para alterar algo ainda na primeira etapa. No intervalo, este técnico fez com que o Mengo voltasse a se defender no 4-4-2, mas pouco alterou o andamento da partida no segundo tempo. Já que Claudinei Oliveira manteve os mesmos aspectos de jogo que ele está modificando no Atlético-PR. Todos interessantes e adaptados aos seus jogadores.

Aos 12, Vanderlei Luxemburgo realizou três substituições ao mesmo tempo. Entraram Muralha, Nixon e João Paulo nos lugares de Cáceres, Eduardo da Silva e Anderson Pico, respectivamente. Os três jogadores entraram nas mesmas posições e somente Nixon passou a realizar função diferente. Com Nixon ao lado de Gabriel, o Flamengo passou a ter dois jogadores procurando a entrelinha e se projetando na diagonal, assim como a imagem adiante:

Com Nixon e Gabriel saindo de próximos dos zagueiros do Atlético-PR e procurando a entrelinha da defesa e do meio-de-campo adversária, ambos recebiam neste setor ofensivo, mas nenhum dava profundidade ou virava referência do ataque do Flamengo. Com eles, o Flamengo conseguia chegar mais facilmente no terço ofensivo, mas pouco finalizava ao gol de Weverton.

Já com o Flamengo avançando mais e melhor, Claudinei Oliveira começou a fazer as suas substituições. Aos 25, Douglas Coutinho entrou no lugar de Dellatorre. Com esta substituição, Douglas Coutinho manteve as mesmas funções ofensivas e defensivas do titular. Já com as entradas de Hernani e Marcos Guilherme nos lugares de Bady e Cléo, o Furacão passou a jogar no 4-3-3 a se defender no 4-1-4-1. Como o Flamengo pouco ameaçava e o Atlético-PR procurou o jogo reativo desde o começo do segundo tempo, o placar manteve inalterado até o fim do jogo.

Fim de partida: Atlético-PR no 4-3-3 e Flamengo no 4-4-2.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)