segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Inter mostra alta produtividade, mas não supera eficiência do Corinthians

Foi um jogo atípico. Se analisarmos os números, que mostram 69% de posse de bola do Inter no primeiro tempo e 15 finalizações, contra apenas 5 do adversário, se vê quem deu as caras ao longo dos 90 minutos. Apesar de ter o ímpeto da partida desde os minutos iniciais, o Colorado só conseguiu furar o forte bloqueio do Corinthians uma vez. Melhor para a equipe de Mano Menezes, que venceu um adversário complicado fora de casa.

1o tempo: Domínio Colorado, Corinthians marca os gols

O Inter iniciou a partida no seu tradicional 4-1-4-1, com Willians fazendo a primeira função, Alex e Aránguiz mais adiantados, Alan Patrick aberto pelo lado esquerdo e Dale na direita, configuração tática já comum no time de Abel Braga ao longo do Campeonato Brasileiro. O diferente foi o Corinthians, que atuou no 4-4-1-1 com duas linhas de 4 bem compactadas o tempo inteiro. Petros era o meia aberto pelo lado esquerdo, Renato Augusto na direita, dois jogadores que mostraram dinâmica e intensidade para atacar com velocidade nas escapadas do Corinthians e voltar para ajudar a marcação em outros momentos. Jadson era o responsável por armar o contragolpe Corintiano, mas atuou mais como um homem de contenção do que propriamente como um meia. A diferença era Guerrero, mesmo isolado na frente. Ele fez um carnaval na área do Inter logo no começo da partida, tendo todo o tempo do mundo para dominar a bola e fazer o primeiro gol.

Além de fechar bem os espaços atrás com duas linhas de quatro bem compactadas atrás da linha da bola, o Corinthians mostrou um cuidado diferenciado na marcação. O único jogador que tinha liberdade para ficar com a bola era Willians - o jogador menos técnico do elenco Colorado - e esse jogador não era pressionado pelos atletas Corintianos. Willians até conseguiu uma boa escapada no meio do primeiro tempo, mas optou por simular pênalti e recebeu cartão amarelo na jogada. No mais, o que se via eram passes e lançamentos errados do volante, premiando a estratégia de Mano Menezes.

O Inter achava muitos espaços no lado direito de ataque, através da dupla Wellington Silva-D'Alessandro. Destaque especial para a subida simultânea dos laterais Colorados: enquanto W.Silva achava espaço para ir à linha de fundo na direita, Fabrício fazia a diagonal e penetrava na área, se projetando da esquerda para o centro como se fosse um 2o atacante. A movimentação Colorada foi bem pensada e deu certo, com Fabrício tendo 4 finalizações - praticamente o mesmo número do Corinthians no jogo. Faltou a qualidade técnica do lateral para marcar o seu tento.

Heatmap de Fabrício: atuação sobretudo no campo ofensivo do Corinthians

No final do primeiro tempo, o Corinthians ainda conseguiu ampliar a sua vantagem. Detalhe: mesmo com os 69% de posse de bola do Inter, o time paulista teve duas finalizações e dois gols - muito também em função da colaboração da defesa do Inter, que olhou Gil subir sozinho para marcar o segundo gol do Corinthians.


1o tempo: Inter pressiona, Corinthians se defende

2o tempo: Inter segue pressionando, mas não consegue empatar

A blitz Colorada se tornou ainda mais forte ao longo de todo o segundo tempo. A estratégia de levantar muitas bolas na área, entretanto, pode não ter sido a ideal. Foram mais de 30 bolas cruzadas na área do Corinthians ao longo de toda a partida, contra apenas 5 do Corinthians. Detalhe: nas duas oportunidades em que a equipe Paulista usou a linha de fundo no segundo tempo, um gol (bem anulado) e uma bola na trave do Inter.

Abel tentou, trocando Willians e Wellington Silva por Wellington Paulista e Jorge Henrique. O time ganhou uma referência na área, mas perdeu força do lado direito, já que J.Henrique não entrou bem e W.Silva era a principal válvula de escape do time. O Inter até conseguiu diminuir com Nilmar, em uma falha individual de Gil, mas foi pouco. No final das contas, o resultado premiou não o time que teve mais volume de jogo, mas sim o que foi mais eficiente.