Era clássico. Como todos sabemos, tudo pode acontecer. Chelsea em melhor momento, líder invicto no Campeonato. Manchester United em processo de evolução e transição com o novo treinador Louis Van Gaal. Mas, como todos sabemos, clássico é imprevisível, tudo pode acontecer,
O Manchester United entrou num 4-1-4-1 que tinha
proposta mais reativa e marcava agressivamente, fazendo encaixes no setor e
definindo-os muito bem. Blind pegava o meia-central do Chelsea(alternância
entre Oscar e Willian), Fellaini cuidava de Fábregas e Mata encaixava em Matic,
enquanto que pelos lados Januzaj e Di María voltavam acompanhando Ivanovic e
Filipe Luís respectivamente. A agressividade da marcação do United, com seus
volante-meias pressionando alto pelo meio, dificultava a circulação/posse de bola
do Chelsea em campo ofensivo e também a criatividade da equipe londrina.
Flagrante do 4-1-4-1 sem bola do Manchester United |
Flagrante dos encaixes individuais que realizava o Manchester United |
Ofensivamente, o United tentava explorar mais o
corredor esquerdo com Januzaj bem aberto para proporcionar amplitude. Mata
balanceava para os lados para formar um triângulo no setor e oferecer linha de
passe, enquanto que Fellaini participava pouco da posse ocupando a linha de
meio.
Quando a bola caía pelo lado, o belga aprofundava ao
centro e apresentava-se na área para ser opção pra cruzamento, topando com um
dos zagueiros da linha defensiva londrina e igualando o 2x2, com Van Persie
prendendo o zagueiro oposto.
Já o Chelsea entrou no seu habitual 4-2-3-1 que tem como Fábregas o cara responsável por acelerar ou segurar o jogo. O time marcava em bloco alto/médio, fazendo pressão na saída de bola, nos primeiros 15 minutos, onde criou as melhores oportunidades. Quando tinha a bola, possuía dificuldade por conta da marcação do United, que não deixava Oscar e Fábregas pensarem, prejudicando o jogo do Chelsea, e o time não conseguia jogar pelos lados, pois Willian e Hazard eram marcados muito bem, Ivanovic não é bom no apoio e o Filipe Luis era marcado brilhantemente pelo Di Maria.
Quando não tinha a bola, o time marcava em duas linhas de quatro deixando Oscar e Drogba mais a frente. Compactava-se muito bem, não dava espaços e o time do United também possuía dificuldades.
Flagrante do Chelsea sem bola marcando em duas linhas de quatro, com Drogba e Oscar mais á frente. |
A proposta
inicial era reativa e transicional, porém, os Red Devils demonstraram muitas
dificuldades de penetração e criação de espaços na fase de ataque organizado,
pois o Chelsea negava espaços com a compactação bem curta entre as linhas de
defesa e meio, impossibilitando a progressão/infiltração, de modo que o United
limitava-se a trocar passes lateralmente e sem objetividade(posse lenta
também).
Essas dificuldades de trabalhar como um time
propositor permaneceram até o final da partida, principalmente depois que o
Chelsea fez 1x0 numa cobrança de escanteio, situação de jogo na qual o
Manchester marcava individualmente no bolo da área, com um jogador marcando a
primeira trave e outro protegendo o canto oposto da meta do goleiro De Gea. O
erro foi a definição do encaixe individual do lateral-direito Rafael(1.74) em
Drogba(1.89) pela diferença de altura entre ambos. O marfinense
inteligentemente traçou a diagonal curta pra primeira trave e cabeceou para as
redes.
Uma das poucas alternativas do United também era a
bola parada pela presença de Fellaini. E foi assim que chegou ao empate no
último minuto com Van Persie, após rebote do goleiro Courtouis em cabeçada do
próprio Fellaini.
Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz) e Otavio Martins