domingo, 5 de outubro de 2014

Em Itaquera, Corinthians aproveita os espaços e bate o Sport: 3 a 0

Corinthians veio no 4-2-3-1 com Renato Augusto centralizado, Petros pela esquerda, Malcom pela direita e Guerrero mais á frente. Quando tinha a posse de bola, o time atacava muito mais pela direita, formando um triângulo com Renato Augusto, Fágner e Malcom. Petros fechava o meio e Fábio Santos avançava dando opção de virada de jogo. Na transição ofensiva, o time do Corinthians sempre lançava a bola na frente para Guerrero, que como em todos os jogos, se movimentava para a esquerda buscando a diagonal curta. Quando não tinha a bola, o time recompunha formando duas linhas de quatro, mas Malcom, talvez pela inexperiência, fixava a marcação no lateral-esquerdo do Sport, abrindo um buraco no meio quando a equipe do Corinthians basculava.

Corinthians começou o jogo tocando a bola, mas esbarrava na forte marcação da equipe nordestina. Só que conseguiu novamente o gol no jogo aéreo: cobrança de escanteio de Renato Augusto e gol de cabeça de Anderson Martins. Gol que facilitava a vida corintiana no jogo, e complicava o Sport.
Ao longo do primeiro tempo, o Sport tentava mas a zaga do Corinthians estava bem posicionada. Quando recuperava a bola, tocava a bola para Malcom ou Guerrero, puxarem o contra-ataque e aproveitarem os espaços.

No segundo tempo, o Corinthians ajustou as duas linhas de quatro, deixou menos espaço entre linhas e teve proposta de jogar em transição. Quando recuperava a bola, lançava para Guerrero que fazia a diagonal curta para a linha de fundo e cruzava para o meio da área, dando tempo que seus companheiros chegassem na área para concluir.


Corinthians já mostrou nesse campeonato que dentro de casa tem posse de bola, joga pra frente e normalmente consegue as vitórias. O grande problema é que fora de casa, o time joga em transição, cria uma ou duas chances mas desperdiça e sempre leva um gol.

O Sport começou marcando compactadamente na própria intermediária defensiva e trabalhando bem a posse de bola com fluidez e intensa movimentação em campo ofensivo, com seus componentes da linha de 3 tendo muita mobilidade, buscando aproximações entre si e gerando espaços vazios a serem atacados por outros. O Leão apresentava interessantíssima dinâmica ofensiva, mas falhava no último passe, tomada de decisão nos instantes finais da construção de jogada, além dos erros de passe(também forçados quando o Corinthians subia as linhas mais avançadas para pressionar) na saída de bola que complicavam a saída pro jogo e transição entre os setores. Após o primeiro gol do Corinthians, o time rubro-negro perdeu a tranqüilidade e se complicou. Na segunda etapa, tentou propor o jogo, porém, teve dificuldades de retenção de bola no ataque e penetração/infiltração na grande área corintiana. Além de que pela necessidade natural de atacar, acaba deixando espaços para a veloz transição defesa-ataque do Timão. 

Nos flagrantes abaixo, pode-se observar a constante flutuação dos homens de frente rubro-negros e alguns outros aspectos táticos do time da Ilha do Retiro já citados aqui no post:



Nos dois flagrantes, observa-se a compactação curta do Sport no 4-4-2 em linhas(primeiro flagrante com os 10 jogadores de linha preenchendo um curto espaço do campo e balanceando pro lado da bola), que marcava predominantemente em bloco baixo, com as linhas postadas dentro do próprio campo e balanceando em função da movimentação da bola para proteger o lado atacado, contando na maioria das vezes com a centralização do winger oposto para a basculação da linha de meio(mesmo que esse movimento fosse executado com certa lentidão em algumas situações). 



Nos escanteios defensivos, o Sport marcava individualmente, com dois jogadores projetados para marcar a zona na primeira trave. No segundo flagrante, observa-se a movimentação do Corinthians no lance do gol de Anderson Martins. O jogador corintiano faz a diagonal curta pro primeiro pau, carregando seu marcador e "limpando" a zona para Anderson Martins atacar o espaço vindo de trás e cabecear no canto esquerdo do goleiro Magrão. 


No lance, Diego Souza balança ofensivamente para o lado esquerdo para dar opção de esticada, carregando a marcação do volante Bruno Henrique. Ibson deixa o flanco direito e fecha por dentro, atraindo Fábio Santos. Felipe Azevedo aproveita o espaço deixado pelo deslocamento de Diego Souza que levou o volante pra fora do setor e entra em diagonal pra área para ser opção pra conclusão do cruzamento na segunda trave. 


Neto Baiano(centroavante), Diego Souza(meia-central) e Ibson(winger direito) caem pela esquerda, formando um quadrado com Felipe Azevedo num curto espaço do campo. As diagonais de Ibson e Diego Souza abrem espaço ao centro da intermediária para ser atacado por Rithely.



No primeiro flagrante, Diego Souza balança ofensivamente pra esquerda, formando uma sociedade triangular num espaço curto com Renê e Felipe Azevedo, enquanto que Neto Baiano espera o cruzamento na área para tentar subir nas costas do lateral do lado oposto ao da bola que fechou na cobertura por dentro(Fábio Santos) e usar de sua boa estatura(1.87). O Corinthians também povoa o setor com três jogadores, iguala numericamente e trava a opção de retorno mais próxima do setor(o volante Willian). Ibson novamente centraliza, atrai o volante na entrada da área e abre o espaço para Rithely aproveitar numa possível virada do lado pro centro, onde o volante certamente receberia com espaço para finalizar de média distância. No segundo flagrante, Diego Souza também forma o triângulo na esquerda e Ibson atrai o volante na frente da área, porém, Rithely já tem um marcador mais próximo para situação de virada pro meio. Patric aproveita o espaço aberto por Ibson e entra em diagonal pro meio, podendo receber com mais liberdade para arriscar do que Rithely. 


Diego Souza recebe por dentro e encaixa o passe de ruptura pra Felipe Azevedo infiltrar no facão, atacando o espaço entre Gil e Fagner(atraído por Ibson). 


Diego Souza novamente balança pra esquerda, atraindo Fagner. As duas linhas de quatro do Corinthians basculam pro lado atacado, porém, Malcom se fixa individualmente em Renê(canto esquerdo da tela) e um dos volantes tem que cobrir o espaço e fechar o primeiro combate em Felipe Azevedo. Ibson vem por dentro e se posiciona às costas dos volantes para a recepção do passe em diagonal entre as duas linhas de 4 adversárias. Esse movimento de Ibson gera o corredor que poderia ter sido atacado por Patric numa virada de jogo. 



 Sport tem a bola na direita. No primeiro flagrante, o portador da bola(Patric) tem duas opções de passe diagonal com dois jogadores que atacam o entrelinhas(Ibson e Rithely). Felipe Azevedo afunila e topa com Fagner(que centraliza para o balanço da linha defensiva), enquanto que Diego Souza fica bem aberto no lado esquerdo para dar amplitude, tendo um imenso espaço no corredor à sua frente, que poderia ser explorado se o Sport tivesse feito a inversão de jogo/troca de lado. No segundo flagrante, Ibson tenta tabelar com Patric pra fazer a saída. Pelo lado do Corinthians, Guerrero pressiona o homem da bola, Fábio Santos sobe o encaixe em Ibson, Petros fecha a linha de passe com o volante Rithely(opção de retorno mais próxima) e Malcom não balança pro lado da bola, fixando-se em Renê no lado oposto. Ao inverso do que acontece na primeira imagem, Diego Souza é quem "tranca" Fágner e Felipe Azevedo é quem se projeta para infiltrar no espaço vazio.




 No primeiro flagrante, Ibson corta um pouco mais pra dentro, Diego Souza balança mais pra direita atraindo Fábio Santos e Patric ultrapassa paralelamente no corredor para opcionar passe em profundidade. Dessa vez Malcom corretamente bascula defensivamente com a linha de meio. No lado oposto, Felipe Azevedo fecha por dentro como opção pro passe de ruptura entre as linhas, gerando o corredor pra Renê, que opciona a virada/lançamento diagonal. No segundo flagrante, Zé Mário(que substituiu Willian) e Rithely iniciam a jogada na intermediária ofensiva, Ibson centraliza pra armar, Diego Souza se alinha com Neto Baiano igualando o 2x2 com os zagueiros corintianos e Patric passa no corredor aberto pela centralização de Ibson, sendo opção para buscar a linha de fundo ou entrar no facão pra área. No terceiro flagrante, Ibson e Patric fazem a saída pela direita, carregando a pelota de fora pra dentro, Felipe Azevedo afunila pra receber e tem a opção de acionar Renê em profundidade nas costas de Fágner. 


*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz) e Otávio Lisak