domingo, 19 de outubro de 2014

Em dia de Aguero inspirado, City goleia Tottenham

Manchester City e Tottenham fizeram uma boa partida no Etihad Stadium. Ambas as equipes tiveram seus momentos de domínio na partida, porém, o City, muito por conta de Aguero, conseguiu ser mais eficiente nas conclusões e sair de campo com a vitória.

O Manchester City veio a campo em um 4-2-3-1 que tinha Milner e Navas mais fixos nas pontas, dando assim suporte constante as descidas dos laterais que desciam pelo seu lado do campo, deixando assim Silva como o responsável por circular e efetuar a articulação da equipe, além de ter Aguero mais avançado como o nove móvel, que combina movimentação, inteligência e velocidade para infernizar a zaga adversária. Sem a bola, por conta do recuo dos wingers, o City fechava-se em um 4-4-1-1 que mantinha compactação curta principalmente entre as suas duas linhas de 4 mais David Silva, o homem que ficava a frente da segunda linha fazendo uma espécie de parabrisa, balançando e pressionando conforme a posição da bola. Aguero era quem ficava mais a frente, tendo obrigação somente de auxiliar o início da marcação pressão da equipe, normalmente realizada em bloco alto.

City no seu 4-2-3-1 que tinha os wingers mais presos pelos lados, auxiliando os laterais e Aguero como o homem mais avançado, infernizando a defesa adversária

O Tottenham também veio a campo no 4-2-3-1, porém, apresentava diferente dinâmica no seu quarteto ofensivo em relação ao do City. Os wingers, não ficavam fixos nos seus posicionamentos iniciais. Eles constantemente vinham por dentro, com Lamela centralizando e Chadli entrando em diagonal, de modo que, auxiliado a movimentação de Soldado e Eriksen, proporcionava uma movimentação constante no setor ofensivo. Havia ainda as chegadas alternadas dos laterais e do volante Mason, embora nenhum desses jogadores tivesse uma participação ativa no terço final do campo. Sem a bola a equipe também fechava-se no 4-4-1-1 com o recuo dos wingers. Esse 4-4-1-1 por vezes tornava-se um 4-1-4-1 quando o volante Mason, junto com os wingers, se desalinhavam ao volante Capoué e alinhavam-se ao meia Eriksen, realizando essa movimentação que ocorria somente quando a equipe estava realizando a sua marcação pressão normalmente nas proximidades da linha de meio campo, embora por vezes o seu quarteto ofensivo se adiantasse para pressionar os zagueiros e laterais adversários.  

 
 Tottenham no 4-2-3-1 que tinha laterais chegando pouco a linha de fundo e apostava na movimentação do seu quarteto ofensivo

Desde o início estava clara a proposta de jogo de ambas as equipes. O City buscava a manutenção da posse de bola, buscando através de passes curtos envolver a defesa adversária, e o Tottenham buscava claramente o jogo transicional veloz, marcando forte em sua intermediária ofensiva e saindo em velocidade assim que recuperava a posse de bola, buscando bagunçar o sistema defensivo adversário através da movimentação do seu quarteto de frente. 

Quem obtinha maior sucesso em sua proposta era a equipe do Tottenham, embora não conseguisse ser eficiente em suas conclusões. Já o City até conseguia chegar no terço final do campo com a posse de bola, mas tinha dificuldades tanto em ultrapassar a última linha adversária quanto em conseguir finalizar com qualidade para marcar. Até que aos 12 minutos, em roubada de bola nas proximidades da área adversária, Aguero recebeu de Lampard às costas de Dier e conseguiu finalizar sem chances para Lloris. Mas, pouco após marcar, o City sofreu o empate, com Eriksen marcando após roubada de bola de Mason próximo da linha do meio campo, tornando as avançadas linhas do City uma presa fácil para a velocidade dos homens de frente da equipe.
No flagrante o lance do gol de empate do Tottenham: Mason saiu de seu posicionamento oficial na fase defensiva(Círculo amarelo) para fazer pressão no volante do City, que acabou perdendo a bola, gerando o contra ataque que proporcionou o único gol da equipe na partida(Reprodução: Espn Brasil)


Os minutos após o empate foram de duas equipes que entregavam a bola com facilidade no meio campo para o adversário mas pouco criavam. Até que o Jonathan Moss começou a aparecer no jogo, ao marcar um pênalti inexistente de Lamela em Lampard, que Aguero converteu. Após o gol, e principalmente após a entrada de Fernandinho no lugar de Lampard, que saiu machucado, o City passou a dominar as ações da partida, jogando e não deixando o Tottenham jogar. O árbitro ainda apareceu novamente marcando pênalti, dessa vez corretamente marcado, que Lloris defendeu.
O início do segundo tempo mostrou uma leve alteração na forma de buscar o gol da equipe do City, ocasionada por uma alteração na forma de marcação da equipe do Tottenham. Os Spurs passaram a adiantar as suas linhas, pressionando a equipe adversária desde as proximidades da área da mesma, compactando boa parte de sua equipe no seu campo ofensivo, com os seus zagueiros muitas vezes ficando na linha de meio campo, o que causou maior presença no campo ofensivo, com a equipe conseguindo inclusive um pênalti, defendido por Hart. Porém, isso acabava gerando um grande espaço às costas dos zagueiros da equipe, espaço que era constantemente explorado pelos Citizens através dos lançamentos buscando a velocidade dos homens de frente. O terceiro gol do City se originou de uma jogada que explorou exatamente esse espaço.

Lançamento explorando as costas de Rose, Jesus Navas chega a linha de fundo e cruza. Aguero que vinha em velocidade é derrubado e o Jonathan Ross marca o quarto pênalti da partida, o terceiro do City. O mesmo Aguero bateu e converteu.  Esse lance ocasionou também a expulsão do zagueiro Fazio, o que forçou o treinador Mauricio Pochettino a queimar sua última substituição. O mesmo já havia colocado Dembelé e Townsend nos lugares de Capoué e Lamela, alterações que até proporcionaram maior presença no campo ofensivo mas não conseguiram dar grande melhora ao volume de jogo da equipe. Sendo assim, com um a menos, o técnico colocou Vertonghen no lugar de Mason, organizando a equipe em um 4-4-1 que tinha Dembele e Eriksen como centrais.

O Tottenham, mesmo com um a menos, seguiu buscando jogo, com Chadli e Townsend constantemente buscando o ataque, entrando em velocidade na diagonal em direção ao gol buscando a conclusão. Porém, o quarto gol do City, marcado novamente por Aguero, novamente explorando o espaço as costas das linhas adiantadas do Tottenham, abalou totalmente a confiança da equipe do norte de Londres. A equipe recuou totalmente as suas linhas, marcando em bloco baixo, em uma marcação que mais assistia o adversário jogar do que pressionava. E o City, que já havia efetuado as suas duas substituições que ainda tinha, com as entradas de Jovetic e Yaya Touré nos lugares de David Silva e Fernando, conseguia furar essas linhas quando acelerava com Navas e Milner entrando em diagonal, mas não conseguiu marcar e resolveu trabalhar mais a bola, controlando assim o jogo nos minutos finais.

No flagrante do 4 gol dos Citizens: as linhas adiantadas do Tottenham que acabavam proporcionando espaços para os lançamentos às costas da zaga(Reprodução: Espn Brasil)

Aguero. O atacante argentino mostrou mais uma vez que, quando 100% fisicamente, pode ser facilmente colocado entre os 5 melhores do mundo. Muito do sucesso do City na temporada deve passar pela condição física do atacante. Já o Tottenham segue tendo problemas contra equipes daquele grupo de 7 equipes que normalmente brigam por vagas nas competições européias, o que será um problema caso a equipe queira almejar voos maiores no campeonato.

 Equipes em suas formações finais: City no 4-4-2 em linhas e Tottenham no 4-4-1 com suas linhas totalmente recuadas

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)