segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Em duelo equilibrado, City mostra mais entrosamento e supera United no detalhe

O favoritismo do Manchester City realmente prevaleceu. Em um clássico de uma equipe que joga junta há 3 temporadas diante de um adversário recém formado - apesar das cifras milionárias - o City venceu o United por 1 a 0 - gol do artilheiro do campeonato Inglês, Aguero. O placar magro não condiz com o que foi a partida, muito disputada e com chances para ambos os lados.

1º tempo: Forte marcação e domínio do City

O Manchester United começou o jogo defendendo no 4-1-4-1. Blind era o homem à frente da linha de 4 defensiva, a linha de 4 de meio tinha Jaznuzaj aberto na direita, Di Maria na esquerda, Fellaini e Rooney por dentro. Detalhe para o posicionamento de Rooney, um atacante de origem, que por vezes voltava e ia pressionar o adversário na frente da área do United, como um volante. Apesar de ter a bola na maior parte do tempo, com 53%, os Red Devils sofriam com a marcação-pressão do City na saída de bola e com a forte marcação do City no campo defensivo. O fraco desempenho de Di Maria também prejudicou o United, que não finalizou sequer uma vez contra o gol de Joe Hart no primeiro tempo.

Momento defensivo do United: 4-1-4-1, com Blind na primeira linha e
Van Persie isolado na frente




Já o City, postado num 4-4-2 em duas linhas de 4, ressentiu-se de David Silva - o seu jogador mais criativo. Mesmo assim, Pellegrini mandou à campo uma equipe extremamente veloz, com Milner como winger pelo lado esquerdo, Navas winger pelo lado direito, Jovetic e Aguero na frente.

4-4-2 do City: Jovetic e Aguero alinhados na frente


Detalhe para a forte marcação imposta pelos atacantes na saída de bola do United, como mostra a imagem abaixo. O City jogou na maior parte do tempo em bloco alto, pressionando a saída de bola do adversário. Jovetic pressionava os zagueiros adversários quando o United saia com a bola pelo chão, com Jesus Navas e Milner apertando os laterais. Por vezes, o City caracterizava um 4-2-4, com os quatro jogadores de frente pressionando os defensores do adversário contra o próprio campo defensivo.

Saída de bola do United: jogadores do City sobem para fazer marcação-pressão

Situação 2: City pressiona no 4-2-4. Não há 30 metros de distância entre a primeira linha e a última


No primeiro tempo só deu City, mesmo com a posse de bola equilibrada. O time da casa tinha mais velocidade na transição defesa-ataque e mostrava um repertório variado para atacar. O placar só não foi alterado ainda na etapa inicial em função de duas defesas milagrosas do goleiro De Gea e de dois pênaltis a favor do City não-marcados pela arbitragem.

O principal prejuízo desse domínio, que mudou o rumo da partida, iria ser concretizado aos 38 do primeiro tempo: Aguero, mesmo marcado por 4 jogadores, lançou Milner na ponta-esquerda. Ele passou por Smalling, que já tinha o amarelo e acabou expulso, prejudicando demais o seu time.
Van Gaal foi obrigado a improvisar Fellaini por alguns minutos - ele cometeu um pênalti em Aguero não-assinalado pelo juiz.

Formação do United instantes após a expulsão: Fellaini improvisado na zaga

Para corrigir a sua defesa, Van Gaal optou pela improvisação de Carrick como zagueiro. Ele entrou no lugar de Jaznuzaj, e o United passou a atuar num 4-4-1, com Di Maria como winger pelo lado direito e Rooney aberto pelo lado esquerdo, se projetando da esquerda para o centro quando os Red Devils tinham o contra-ataque.

4-4-1 do United: Van Persie (fora do vídeo) era o único homem à frente da linha da bola


2o tempo: jogo equilibrado, City com mais qualidade

Apesar de estar com 10 jogadores, o Manchester United mostrou alta combatividade e tornou o jogo igual em oportunidades de gol na segunda etapa. A ideia de Van Gaal era esperar o seu adversário e contra-atacar nos momentos mais pertinentes. O time visitante criou três chances, em jogadas individuais das suas três estrelas, Rooney, Di Maria e Van Persie, mas todas pararam em Hart.

Tendo a obrigação de atacar, o City foi para cima. Aí sobrou a qualidade de Yaya Touré. Sem o jogador da sobra nas entrelinhas, o United foi obrigado a deixar o marfinense no mano-a-mano com Fellaini. Com mais espaço, o Marfinense distribui passes, organizou a criação dos Citizens e foi decisivo, criando várias oportunidades de gol, além da que iria determinar o resultado da partida. Abaixo, o flagrante do passe para Clichy, que iria cruzar para o gol de Aguero. Perceba que quem falha na jogada é Di Maria, que deixa o lateral passar nas suas costas.

Momento em que a bola sai do pé de Touré: Clichy se projeta, Di Maria não acompanha


No final do jogo, Pellegrini ainda colocou Fernandinho no jogo, projetando Yaya Touré como um meia avançado. No penúltimo lance da partida, ele passou pela marcação e quase fez o gol. Apesar da boa partida do United, sobrou a qualidade do time do City. Mais encorpado, o time do lado azul de Manchester caminha a passos largos por mais uma briga taco-a-taco pelo título da temporada com o Chelsea.