segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Inter vence no detalhe um organizado Goiás

Foi um jogo de ataque contra defesa, na maior parte do tempo. Apesar disso, o organizado sistema defensivo do Goiás vendeu caro a derrota para o Inter, por 1 a 0, golaço de bicicleta de Paulão. Ao Inter - excetuando o lindo gol - sobrou transpiração, faltou inspiração. Mesmo assim, a equipe segue em 3o no campeonato.

1o tempo: Inter ataca, Goiás defende

O Inter começou o jogo no 4-2-3-1 que vêm sendo utilizado nas últimas rodadas. Sem Aránguiz, a linha de volantes tinha Willians pela direita e Bertotto na esquerda. Na linha de meias, Dale pela direita, Alan Patrick centralizado e Jorge Henrique na esquerda. Durante toda a primeira etapa, o Colorado criou pelo menos 3 chances claras de gol, TODAS pelo lado direito, com jogadas organizadas por Dale, que ou efetuava o cruzamento na área, ou servia Wellington Silva, a válvula de escape Colorada pelo lado direito.

O Goiás defendia no 4-1-4-1, com Amaral na primeira linha e os meias Tiago Mendes, Esquerdinha e Ramon voltando para compor a linha de 4 com David. Quando atacava, os três meias se projetavam para formar um 4-2-3-1, com Mendes na direita, Esquerdinha centralizado e Ramon na esquerda. Erik, colocado como falso-9, foi pouco acionado nos contra-ataques ao longo da primeira etapa e, quando teve a oportunidade de pegar na bola, foi desarmado por Ernando ou Alan Costa.

Um detalhe sobre os dois zagueiros do Inter: em alguns momentos, até pela falta de aptidão ofensiva de Willians e Bertotto, um dos dois zagueiros deixava o campo defensivo e se juntava ao ataque, como se fosse um volante apoiando. Essa saída do defensor como elemento-surpresa atordoou o sistema defensivo do Goiás, que não sabia como se defender nessa situação. Em uma das escapadas, Ernando tabelou com D'Alessandro, recebeu na frente e chutou na trave, na melhor oportunidade Colorada na primeira etapa.

Heatmap Ernando:
 Zagueiro teve presença importante também no campo ofensivo adversário

O grande problema do Inter era o lado esquerdo. Alan Rushel não teve boa atuação no apoio e Jorge Henrique também não esteve bem. Aos 17 minutos, Abel foi obrigado a sacar Alan Patrick e inserir Valdívia no jogo. Jogando centralizado, recebendo a bola sempre de costas para o gol, o jovem não tinha força para dar sequência às jogadas na primeira etapa. A falta de variação de jogadas pode ser um dos motivos que explica o 0 a 0 no primeiro tempo, apesar dos 56% de posse de bola (iriam se tornar 63% até o final da partida) e das 6 finalizações.

1o tempo: Inter ataca, Goiás defende

2o tempo: Pressão aumenta, Inter vence no detalhe

A pressão Colorada aumentou no segundo tempo. O Goiás - que já apresentava uma formação bastante defensiva na primeira etapa - passou a ficar ainda menos com a bola, fechando uma linha de 4 e uma de 5 na frente da área. O Inter passou a pressionar, mas sem sucesso. Jogando em bloco alto e com bastante amplitude, fazendo a bola girar, a jogada sempre chegava em Wellington Silva ou Alan Rushell, mas o cruzamento era rebatido quando a bola chegava na área. O chute de longa distância, arma recomendada para furar este tipo de bloqueio, foi pouquíssimo utilizado pelo Inter.

Ao perder mais um lesionado, Bertotto, Abel optou pela entrada de Wellington Paulista, formando um 4-1-4-1 "torto". Tendo Willians como o único volante, a ideia do treinador foi colocar WP9 como winger pelo lado direito e deixar Jorge Henrique centralizado, atuando um pouco atrás de Rafael Moura, como um segundo atacante que podia voltar para fazer a recomposição pelo centro. Para tentar ganhar campo, Ricardo Drubsky lançou Samuel no lugar de Ramon, recuando Erik para a ponta-esquerda. Não adiantou: a bola seguiu sem chegar no atacante de referência, e o Goiás seguiu sendo pressionado.

Heatmap WP9: 
Ele entrou na partida como um meia pela esquerda


Depois de abrir o placar aos 35 minutos do segundo tempo, no belo gol de Paulão - outro que só entrou em função da lesão de Alan Costa, lesionado - o Inter voltou para o 4-2-3-1, improvisando Jorge Henrique como volante pelo lado esquerdo. O Goiás foi pra cima e tentou a blitz final, colocando Bruno Mineiro, um terceiro atacante, e projetando Erik na frente. Foram 3 finalizações nos últimos 5 minutos, o que não foi o suficiente para empatar a partida.