1o tempo: Inter vai pra cima, Vitória se defende
Desde os primeiros minutos ficou claro o propósito de ambas as equipes na partida. O Vitória defendia-se com uma linha de 5 atrás, formando praticamente um 5-4-1, tendo Borges compondo entre os zagueiros e apenas o atacante de referência, Léo Ceará, isolado na frente. Já o Inter veio a campo no tradicional 4-2-3-1, a linha de meio composta por Alisson Faria na esquerda, Andrigo centralizado e Leandro na direita. Andrigo - sobrecarregado na criação, já que não tinha o apoio dos volantes Colorados - voltava para organizar o jogo, tendo como opção mais acionada na primeira etapa Alisson Faria, que fazia o "facão" partindo da esquerda e penetrava na área em velocidade. Foram pelo menos 3 chances do Inter usando este tipo de jogada, mas em duas Alisson acabou errando na hora de finalizar.
O Vitória, que marcava em bloco-baixo, esperando o adversário, e pouco teve a bola ao longo do primeiro tempo, só tinha Euller como válvula de escape na transição defesa-ataque. Mesmo sozinho, o jovem lateral-esquerdo mostrou personalidade e incomodou a marcação feita por William naquele setor, superando o lateral adversário no mano-a-mano em algumas oportunidades. Apesar da boa atuação na parte ofensiva, o excesso de confiança de Euller fez com que ele cometesse um erro crucial para o resultado da partida: ao tentar evitar com que a bola saísse pela lateral, ele errou o domínio e deu um presente para Leandro, que progrediu partindo da direita em direção à área e serviu Andrigo, o grande destaque do primeiro tempo: 1 a 0. Um resultado justo para um primeiro tempo de poucas emoções.
1o tempo: Inter agride, Vitória se defende
O Vitória voltou do intervalo disposto a empatar o jogo e ensaiou uma blitz, passando a pressionar o Inter contra o seu campo nos primeiros minutos. Usei a palavra "ensaio" em função do curto tempo em que esta estratégia foi utilizada: em apenas dois minutos, Léo Ceará empatou o jogo depois de uma falha do goleiro Jacsson num lance de bola parada.
Com o empate, o Vitória voltou a se fechar e a esperar o Inter, saindo em poucas oportunidades. Mesmo com jogadores velozes nas duas pontas, o Inter não conseguia penetrar nas duas linhas de marcação do time baiano. Clêmer projetou Geferson como se fosse quase um ponta-esquerda. O lateral passou a ser o jogador mais acionado do time do Inter, fazendo a válvula de escape e tendo liberdade para ir à linha de fundo, mas na hora de executar o último passe, o jogador não acertava.
A opção de Clêmer foi tirar Andrigo - o único articulador do time - e inserir Maurides, passando a ter dois jogadores de referência na frente. O Inter passou a utilizar somente a ligação direta, mas mesmo assim agredindo com perigo o Vitória quando os dois centroavantes conseguiam ganhar a segunda bola. No final da partida, com a entrada de Éverton no lugar de Alisson, o Inter passou para um 4-2-4, tendo Éverton e Leandro abertos pelas pontas e Maurides e Bruno Gomes centralizados. A bola nem passava pelo meio-campo, já era jogada do goleiro Jacsson ou dos laterais direto para a área do adversário. O Vitória respondeu com Cortês no lugar de Wellington, tendo a partir de então 6 jogadores na sua primeira linha - um 6-3-1.
Apesar da pressão "desorganizada" do Inter, a insistência do time fez com que o resultado fosse conquistado no último lance da partida, em uma inteligente jogada de Maurides. O atacante saiu do seu posicionamento original e veio para o meio, fazendo o pivô para Bruno Gomes, que saiu na cara do goleiro e fuzilou. As imagens abaixo mostram a falha de defesa do Vitória no lance do gol.
1o momento: Vitória fecha a linha de 4, mas Rodrigo Dourado fica sozinho.
Repare na distância do marcador do Vitória sobre o volante do Inter, que construiu a jogada com liberdade
2o momento: Maurides recebe a bola fora da sua posição original, de costas para o gol.
Perceba que dois marcadores vão em cima do jogador, deixando Bruno Gomes livre para se projetar
3o momento: Bruno Gomes recebe a bola na frente do gol, tendo 4 marcadores atrás dele.
Ele fuzila e bota o Inter em vantagem na final