quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O "time de guerreiros" esbarra no organizado e moderno Atlético Nacional com um segundo tempo melhor; Colombianos vão a final

Era natural que o São Paulo se dispusesse a propor mais o jogo no seu sacrossanto estádio, mas o que se foi visto nos primeiros minutos do time foi uma quantidade excessiva de ligações diretas que não chegavam em Luís Fabiano, só um pouco depois que o time do São Paulo resolveu por a bola no chão e tocá-la no 4-2-3-1, com alguns momentos de marcação avançada para tentar recuperá-la rapidamente, para buscar o resultado que os classificaria para a final.

São Paulo posicionado no 4-2-3-1. (Reprodução: SporTV)
Marcação avançada do Tricolor Paulista (Reprodução: SporTV)


Mas o Atlético Nacional teve seus méritos ao ir pro vestiário ao final do primeiro tempo sem tomar gols. Organização tática, recomposição rápida após perder a bola, compactação, com os alas do 3-5-2 retornando muitas vezes para compor a última linha de defesa, mas estes espetavam no campo de ataque quando o time colombiano recuperava a pelota, numa proposta que não era nem reativa e nem de propor o jogo, isso porque os comandados de Juan Carlos Osorio sabiam se adaptar a qualquer situação dentro do jogo, com ou sem a posse de bola. Esta é uma proposta moderna de jogo.

Atlético Nacional posicionado no 3-5-2, ou, se preferir, 3-4-1-2. (Reprodução: SporTV)


O primeiro tempo foi marcado pela ineficiência tricolor que pouco chegou ao gol graças a já dita proposta moderna de jogo. Como Rogério Ceni muito destacou, era necessário mais movimentação e velocidade para poder furar a rápida recomposição colombiana.

Chances não faltaram  no segundo tempo ao Tricolor Paulista que conseguiu penetrar na área, faltou comunicação e capricho para finalizar, erros estes que custaram numa eliminação nas penalidades, que contou com o azar de Alan Kardec isolar bisonhamente uma das cobranças. 

Na falta de capricho de finalização, a bola parada foi outra alternativa viável para o São Paulo abrir o placar no Cícero Pompeu de Toledo. Gol que também marca a grande partida do camisa 10 tricolor, um dos melhores do São Paulo, junto de Souza, que não perdia em nenhum desarme.

Nos últimos 15 minutos do tempo normal, sem Kaká, e com Osvaldo - que pouco acrescentou ofensivamente -, e Michel Bastos na lateral, o São Paulo foi para o "abafa", de forma um pouco mais desorganizada do que alguns minutos antes em que o time mandante teve o seu melhor momento na partida.

O São Paulo foi valente, e a garra do "time de guerreiros" deve ser aplaudido, mas falhas precisam ser acertadas.

Tem que ter calma e frieza para matar o jogo numa disputa de mata-mata e, acima de tudo, a proposta do São Paulo que já é moderna deve ser aprimorada para que o time consiga se adaptar as diversas situações de jogo. Menos rachões e mais treinos táticos. Colocar um time reserva ou um time de jovens jogadores da base no desnecessário campeonato paulista é uma alternativa viável para que Muricy tenha mais tempo para preparar a equipe para o primeiro semestre de 2015, com ou sem Rogério Ceni. 

Independente de quem passe na final no confronto entre os argentinos, não há favorito, pois o organizado Atlético Nacional vem com tudo para fazer história.

Por Diogo R. Martins (@diogorm013)