sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ESPECIAL LARANJA MECANICA - PARTE 4 (2.2)

MODELO DE JOGO HOLANDES

SISTEMA OFENSIVO

Voltei, e voltei com vontade de terminar esse especial interminavel da laranja mecanica. A falta de tempo me consumiu e eu não conseguia mata-lo. Quem quiser reler a primeira parte: 
http://www.apranchetatica.com.br/2014/11/especial-holanda-1974-parte-4-2-modelo.html  
Vamos continuar...


OS PADRÕES OFENSIVOS NAS PARTES CENTRAIS

A.2) DESENVOLVIMENTO DA JOGADA (FASE 2 OFENSIVA):

A.2.2.1) COM A BOLA NO CORREDOR CENTRAL

Macroprincipio 1: Circulação de bola ainda através de jogo CURTO quando a região está com baixa densidade e ritmo um pouco maior que o da fase anterior. Formação do bloco ofensivo, time ataca como um todo. Apoios escalonados visando equilibrio da ocupação do espaço.

Subprincipio 1: Zagueiros, após a progressão, ficam na linha de meio de campo oferecendo constante opção de passe de recuo.

Subprincipio 2: Quatro homens centrais (Jansen, Van Hanegen, Neeskens e Cruyff) sem posições definidas. Um dos homens como portador, uma/duas ofertas de passe em apoio, proximas ao possessor da bola nas duas direções diagonais de progressão e um/dois homens atacando as costas dos volantes adversários (normalmente Neeskens ou Jansen)

No primeiro quadro: Suurbier carrega pelo centro e tem apoio de retorno de um dos zagueiros que subiu (Rijsbergen), apoio lateral de Van Hanegen e passe de progressão a Jansen, atras do homem em contenção. No segundo, duplo apoio lateral e Neeskens fixando zagueiro. No terceiro, apoio de Cruyff e Neeskens atacando as costas da contenção. No quarto, Neeskens ja no entre linhas e Jansen penetrando a defesa.

Subsubprincipio 1: Quando algum desses quatro homens do meio participam da primeira fase ofensiva, um dos zagueiros incorpora o meio campo e ataca espaço a frente, para evitar subpopulação na região central.



Subsubprincipio 2: Quando Cruyff for opção de apoio, preferencia de passe para ele. Se ele for buscar a bola no pé, o jogador que estava com a bola se oferece como opção ou ataca espaços mais a frente.

Subsubprincipio 3: Quando o portador entrar no mesoespaço com a bola, um volante ataca o espaço as costas da linha de meio adversaria para receber de frente na zona chave.

Quatro bons flagrantes de ótima exploraçao do entre-linhas

Macroprincipio 2: Espaço do centroavante inicialmente não ocupado por ninguem nessa fase para ser ocupado através de incursões. Zagueiros adversários sem referencia de marcação e volantes sobrecarregados com superioridade numérica no meio campo.


Subprincipio 1: Rep e Resenbrink tendem a atuar mais abertos quando a bola fica no centro. Fazem movimentações diagonais buscando a frente da área.

Subprincipio 2: Neeskens e Jansen, por serem os volantes de maior intensidade física, são os que mais exploram esse espaço aberto. Junto com os atacantes, oferecem constante apoio em ruptura para essa região do campo.

Em 1, um flagrante do espaço teórico do camisa 9 vazio tirando a referencia dos zagueiros adversarios. Espaço aberto para incursões. Em 2, um pouco mais do mesmo, com o flagrante do Neeskens recebendo de costas entre as linhas, movimentaçao comum. Em 3 e em 4, ataques diagonais de Rep ao centro com a subida do lateral Suurbier


Macroprincipio 3: Quando o espaço central tiver muito cheio, busca-se explorar a amplitude gerada pelos pontas e laterais.

Obviamente isso é um jeito de organizar as ideias do jogo holandes, mas bem interessante para entender a sequencia logica de ideias que aquela equipe utilizava em seus ataques pelo centro quando a bola está pelo setor. No proximo post, padroes com a bola fora do centro e ultima fase ofensiva! Abraços e boa leitura!