O Tricolor das Laranjeiras teve um ano não muito agradável.
Rebaixado (no campo) no ano passado e salvo por um erro de escalação, a equipe
tricolor começou o Brasileirão na primeira divisão e tendo que mostrar serviço.
Com Cristovão Borges no comando, a equipe tricolor teve a
seguinte formação na estréia diante do Figueirense, no Maracanã.
Diante de um Figueirense apático, o Flu aproveitou o embalo
e goleou. 3 a 0. Com um futebol moderno, rápido, com movimentação, versatilidade,
mobilidade e, o mais importante, marcação pressão.
A equipe comandada por Cristovão Borges se organizou no 4-2-3-1, tradicional esquema
atual, com modernidade, agilidade e rapidez. Com Conca centralizado na linha de
três meias, Wagner aberto na direita e Sóbis como winger no flanco esquerdo. Na
frente, Fred era o atacante. Diguinho e Jean foram os volantes.
Sem a bola, o Flu se organizou em grande parte do campeonato no 4-4-2, com os wingers voltando para defender e fechando os lados do campo. Fred era o responsável por marcar a saída de bola das equipes adversárias.
A equipe tricolor se organizou na maioria dos jogos em blocos médios/altos, intercalando a marcação nas intermediárias (blocos médios) e pressionando no campo ofensivo, adiantando as linhas e os setores (blocos altos). Com uma transição de média para rápida, com Jean, Diguinho, Édson ou Cícero sendo o responsável pelo primeiro passe. Apesar de inúmeros erros, o Flu teve um contra-ataque bom neste Brasileiro. A marcação da equipe durante o campeonato oscilou entre encaixe individual (que é quando a referência é o adversário) em algumas partidas e, em outras, o Flu marcou por zona, (quando a bola é a referência), impedindo os adversários de adentrar em áreas perigosas.
Em algumas partidas, Conca foi marcado individualmente, o que dificultou e muito a organização das jogadas ofensivas, pela qual Conca é o principal armador. Com isso, o Flu não tinha mobilidade e sobrecarregava Conca nas armações. O jeito era chuveirar na área.
Após vencer em casa, o Figueirense, o Flu também venceu o
Palmeiras em SP, mantendo assim as duas rodadas únicas rodadas na liderança. No
terceiro jogo, no Maracanã, uma derrota inesperada para o Vitória, por 2 a 1.
Com o tropeço, o Flu caiu para 5º. Veio o primeiro clássico.
Vitória diante de um Flamengo entrando em crise. Apesar de ter dominando a
partida do início ao fim, o Flu ainda sofria com a falta de um jogador veloz.
Depois do Fla, derrota no Sul diante do Grêmio: 1 a 0. De
volta ao Maraca, goleada diante do São Paulo com Ganso, Pato e c&a. Com
show de Walter (Fred já estava com a seleção para a disputa da Copa), o Flu fez
5 a 2 na equipe comandada por Muricy Ramalho. Antes da Copa, teve ainda a
vitória sobre o Bahia (em campo neutro, na Arena Barueri), derrota para o Galo
e empate no Moacyrzão para o Internacional.
Após a Copa do Mundo, Cícero chegou. E o Flu voltou com
derrota para o Criciúma, em Santa Catarina: 3 a 2. Depois, vitória em Volta
Redonda diante do Santos pelo placar de 1 a 0. Cristovão sofria com as
suspensões por cartões amarelos e vermelhos, principalmente na zaga. Sem
reservas, improvisava volantes na lateral.
Mais uma vitória veio. Agora diante do Atlético-PR, fora de
casa, sem torcida, por 3 a 0. De volta ao RJ, 2 a 0 no Goiás. O Flu brigava
para entrar no G-4 e permanecer nele. Mas pecava nas partidas consideradas mais
fáceis. Como contra o Coritiba, em casa. Era a chance de embalar e conquistar a
quarta vitória seguida. A equipe dominou o jogo, criou mais, mas não obteve os
gols. Perdeu inúmeros gols. E no final, o castigo: 1 a 1.
Depois disso, duas derrotas: Botafogo (2 a 0, no Mané
Garrincha) e Chapecoense (1 a 0, na Arena Condá). Cristovão balançou. O Flu
saiu do G-4. De volta ao Maraca, goleada sobre o Sport por 4 a 0. E nas duas
últimas rodadas do primeiro turno, dois empates. 1 a 1 na Arena Corinthians
(após estar ganhando por 1 a 0) e 3 a 3 no Maraca diante do líder Cruzeiro.
O segundo turno foi duro. Lesões, improvisos e mais perda de
pontos para equipes da parte debaixo da tabela fizeram com que o Flu não
conseguisse a vaga na Libertadores e nem brigasse pelo título.
Cícero, Conca, Wagner, Sóbis, Fred e Walter. Muitas peças
para Cristovão montar seu “quebra-cabeça”. A cada jogo, uma equipe diferente, devido a lesões, suspensões, etc. Entretanto, dificilmente Cristovão mudava o esquema. No máximo saia do 4-2-3-1 e ia para o 4-4-2, quando Walter se juntava a Fred no ataque.
Gum se lesionou e proporcionou algumas partidas para Fabrício (que errou
demais) e saiu para a titularidade de Marlon. Elivélton também foi escalado
algumas vezes. A diretoria trouxe Henrique, ex-Bordeaux. Que também jogou nas
ausências dos titulares. Para piorar, o próprio também machucou. Guilherme
Mattis também foi contratado. Bruno também se lesionou e foi necessário improvisar Jean na
lateral direita. Ou Édson.
Faltava um jogador veloz
para uma puxada de contra-ataque para definir jogos. Como faltou nas derrotas para Vitória (3 a
1), Coritba (1 a 0). Assim como também nos empates para Figueirense (1 a 1),
Bahia (1 a 1), Atlético-MG (0 a 0) e Sport (2 a 2). Tropeços que deixaram o Flu
fora da zona da Libertadores. Tropeços que poderiam dar o título ao Flu.
Sem falar nos jogos que o Flu entrou sem postura,
desorganizado, sem o futebol do início do campeonato, Foram os casos das derrotas para o
Internacional, no Beira-Rio e para a Chapecoense, onde a equipe se comportou muito mal taticamente, desorganizada e muito apática.
A equipe, nesta reta final de campeonato, marcou em blocos altos, com as linhas adiantadas, o que facilitou e muito o lançamento por trás dos zagueiros.