domingo, 14 de dezembro de 2014

Retrospectiva Brasileirão 2014: Fluminense

O Tricolor das Laranjeiras teve um ano não muito agradável. Rebaixado (no campo) no ano passado e salvo por um erro de escalação, a equipe tricolor começou o Brasileirão na primeira divisão e tendo que mostrar serviço.

Com Cristovão Borges no comando, a equipe tricolor teve a seguinte formação na estréia diante do Figueirense, no Maracanã.



Diante de um Figueirense apático, o Flu aproveitou o embalo e goleou. 3 a 0. Com um futebol moderno, rápido, com movimentação, versatilidade, mobilidade e, o mais importante, marcação pressão.

A equipe comandada por Cristovão Borges se organizou no 4-2-3-1, tradicional esquema atual, com modernidade, agilidade e rapidez. Com Conca centralizado na linha de três meias, Wagner aberto na direita e Sóbis como winger no flanco esquerdo. Na frente, Fred era o atacante. Diguinho e Jean foram os volantes.

Sem a bola, o Flu se organizou em grande parte do campeonato no 4-4-2, com os wingers voltando para defender e fechando os lados do campo. Fred era o responsável por marcar a saída de bola das equipes adversárias. 

A equipe tricolor se organizou na maioria dos jogos em blocos médios/altos, intercalando a marcação nas intermediárias (blocos médios) e pressionando no campo ofensivo, adiantando as linhas e os setores (blocos altos). Com uma transição de média para rápida, com Jean, Diguinho, Édson ou Cícero sendo o responsável pelo primeiro passe. Apesar de inúmeros erros, o Flu teve um contra-ataque bom neste Brasileiro. A marcação da equipe durante o campeonato oscilou entre encaixe individual (que é quando a referência é o adversário) em algumas partidas e, em outras, o Flu marcou por zona, (quando a bola é a referência), impedindo os adversários de adentrar em áreas perigosas. 

Em algumas partidas, Conca foi marcado individualmente, o que dificultou e muito a organização das jogadas ofensivas, pela qual Conca é o principal armador. Com isso, o Flu não tinha mobilidade e sobrecarregava Conca nas armações. O jeito era chuveirar na área. 

Após vencer em casa, o Figueirense, o Flu também venceu o Palmeiras em SP, mantendo assim as duas rodadas únicas rodadas na liderança. No terceiro jogo, no Maracanã, uma derrota inesperada para o Vitória, por 2 a 1.

Com o tropeço, o Flu caiu para 5º. Veio o primeiro clássico. Vitória diante de um Flamengo entrando em crise. Apesar de ter dominando a partida do início ao fim, o Flu ainda sofria com a falta de um jogador veloz.

Depois do Fla, derrota no Sul diante do Grêmio: 1 a 0. De volta ao Maraca, goleada diante do São Paulo com Ganso, Pato e c&a. Com show de Walter (Fred já estava com a seleção para a disputa da Copa), o Flu fez 5 a 2 na equipe comandada por Muricy Ramalho. Antes da Copa, teve ainda a vitória sobre o Bahia (em campo neutro, na Arena Barueri), derrota para o Galo e empate no Moacyrzão para o Internacional.

Após a Copa do Mundo, Cícero chegou. E o Flu voltou com derrota para o Criciúma, em Santa Catarina: 3 a 2. Depois, vitória em Volta Redonda diante do Santos pelo placar de 1 a 0. Cristovão sofria com as suspensões por cartões amarelos e vermelhos, principalmente na zaga. Sem reservas, improvisava volantes na lateral.

Mais uma vitória veio. Agora diante do Atlético-PR, fora de casa, sem torcida, por 3 a 0. De volta ao RJ, 2 a 0 no Goiás. O Flu brigava para entrar no G-4 e permanecer nele. Mas pecava nas partidas consideradas mais fáceis. Como contra o Coritiba, em casa. Era a chance de embalar e conquistar a quarta vitória seguida. A equipe dominou o jogo, criou mais, mas não obteve os gols. Perdeu inúmeros gols. E no final, o castigo: 1 a 1.

Depois disso, duas derrotas: Botafogo (2 a 0, no Mané Garrincha) e Chapecoense (1 a 0, na Arena Condá). Cristovão balançou. O Flu saiu do G-4. De volta ao Maraca, goleada sobre o Sport por 4 a 0. E nas duas últimas rodadas do primeiro turno, dois empates. 1 a 1 na Arena Corinthians (após estar ganhando por 1 a 0) e 3 a 3 no Maraca diante do líder Cruzeiro.

O segundo turno foi duro. Lesões, improvisos e mais perda de pontos para equipes da parte debaixo da tabela fizeram com que o Flu não conseguisse a vaga na Libertadores e nem brigasse pelo título.
Cícero, Conca, Wagner, Sóbis, Fred e Walter. Muitas peças para Cristovão montar seu “quebra-cabeça”. A cada jogo, uma equipe diferente, devido a lesões, suspensões, etc. Entretanto, dificilmente Cristovão mudava o esquema. No máximo saia do 4-2-3-1 e ia para o 4-4-2, quando Walter se juntava a Fred no ataque. 

Gum se lesionou e proporcionou algumas partidas para Fabrício (que errou demais) e saiu para a titularidade de Marlon. Elivélton também foi escalado algumas vezes. A diretoria trouxe Henrique, ex-Bordeaux. Que também jogou nas ausências dos titulares. Para piorar, o próprio também machucou. Guilherme Mattis também foi contratado. Bruno também se lesionou e foi necessário improvisar Jean na lateral direita. Ou Édson. 

Faltava um jogador veloz para uma puxada de contra-ataque para definir jogos. Como faltou nas derrotas para Vitória (3 a 1), Coritba (1 a 0). Assim como também nos empates para Figueirense (1 a 1), Bahia (1 a 1), Atlético-MG (0 a 0) e Sport (2 a 2). Tropeços que deixaram o Flu fora da zona da Libertadores. Tropeços que poderiam dar o título ao Flu.

Sem falar nos jogos que o Flu entrou sem postura, desorganizado, sem o futebol do início do campeonato, Foram os casos das derrotas para o Internacional, no Beira-Rio e para a Chapecoense, onde a equipe se comportou muito mal taticamente, desorganizada e muito apática. 

A equipe, nesta reta final de campeonato, marcou em blocos altos, com as linhas adiantadas, o que facilitou e muito o lançamento por trás dos zagueiros. 

No último e festivo duelo diante do Campeão Brasileiro Cruzeiro, o Flu apresentou um futebol não muito bom, perdeu por 2 a 1 mas, com o empate entre Flamengo e Grêmio, terminou o campeonato em 6º, com a vaga nas oitavas-de-final na Copa do Brasil garantida.