terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Atlético-PR segue sem vencer em sua pré-temporada

Atlético-PR fez o seu segundo jogo pelo torneio amistoso Casino Marbella Cup. Após ter perdido a primeira partida, o Furacão perdeu desta vez para o time chinês Guangzhou por 2 x 1. Diferentemente da estreia do torneio, desta vez Claudinei Oliveira começou com Douglas Coutinho no lugar de Edigar Junio, mas manteve o 4-2-3-1 desde o começo da sua passagem no clube:


Na partida, o Atlético-PR no 4-2-3-1 e o Guangzou foi no 4-3-1-2. Obs: a escalação com nome e número do time chinês não foi possível de captar de todos.

Flagrante do 4-3-1-2 do Guangzhou com os brasileiros Ricardo Goulart e Elkesson (Reprodução: TVCAP).

Do início do primeiro tempo até o meio do mesmo, o Atlético-PR jogou tendo que propor o jogo, já que o Guangzhou posicionava a sua marcação em bloco médio/ baixo. Para tal saída de bola, o Furacão realizava a saída de três ora com Deivid ora com Hernani recuando entre os zagueiros e empurrando os atacantes chineses com os avanços sem bola dos laterais rubro-negros.

Com Deivid recuando entre os zagueiros, os laterais Daniel Borges e Natanael empurravam os laterais do Guangzhou, pois estes dois os acompanhavam até o fim do terço central do campo (Reprodução: TVCAP).

Ao marcar em bloco médio/ baixo, o Guangzhou atraia o Atlético-PR para o seu campo defensivo. Como o time chinês era obediente taticamente, veloz e todos balançavam defensivamente para o lado da bola, a geração de superioridade numérica defensiva no setor da bola era constante. Deste modo, a retomada e o contra-ataque do Guangzou aconteceram freqüentemente.

Com todos os jogadores do Guangzhou balançando defensivamente para o lado da bola e com o atacante do lado acompanhando o lateral atleticano até o fim do terço central do campo, a superioridade numérica era gerado constantemente. No caso da imagem acima, a bola está com Natanael e o time chinês fez 4 x 2 dentro do setor da bola. A retomada para o contra-ataque veloz foi constante.

Um exemplo de todos os jogadores do Guangzhou balançando para o lado da bola e veja como os três da “frente” recuavam somente até o fim do terço central do campo (Reprodução: TVCAP).

Além desta transição defesa-ataque veloz, o Guangzhou também aproveitava a deficitária marcação dos wingers rubro-negros. Como Douglas Coutinho e Dellatorre só marcavam os laterais adversários, o time chinês, através de movimentação e de passes curtos rápidos, achava freqüentemente um jogador de meio de campo livre na intermediária defensiva do Atlético-PR.

Com os wingers só marcando os laterais adversários, o sistema defensivo do Atlético-PR apresentava falhas. Como os quatro defensores se posicionavam em linha, sobrava para Deivid e Hernani fazerem toda marcação na intermediária defensiva do Furacão. Uma vez que somente estes dois jogadores não conseguiam cobrir o setor entre o lateral e o winger (setor azul), o portador da bola e as possíveis linhas de passes deste (linha pretas pontilhadas), o Guangzou conseguia facilmente chegar à frente da área de Weverton.

Vendo a tamanha facilidade que o Guangzhou chegava para ameaçar o gol de Weverton e como o placar já estava 2 x 0 para o time chinês, Claudinei Oliveira fez com que os seus wingers passassem a marcar por setor em vez de individual. Deste modo, o Guangzou parou de ter tantas opções de passes em seu campo ofensivo e o Atlético-PR parou de sofrer gol na partida.

Com Douglas Coutinho e Dellatorre marcando por setor, o posicionamento defensivo no 4-4-1-1 ou 4-4-2 foi freqüentemente realizado pelo Atlético-PR (Reprodução: TVCAP).

Agora com o sistema defensivo ajustado, o Atlético-PR precisava fazer gols. Como é início de pré-temporada e como o sistema ofensivo é o mais prejudicado nesta fase preparatória, o Furacão pouco ameaçava o gol do Guangzhou. Já que Douglas Coutinho atuava somente aberto em toda fase ofensiva (assim atrapalhando as ultrapassagens de Daniel Borges e não fazendo a diagonal ofensiva), Bady pouco participava da jogada no terço ofensivo e Dellatorre fora de ritmo de jogo, o centroavante Cléo pouco recebeu a bola para finalizar.

No meio do segundo tempo, Claudinei Oliveira começou a fazer as substituições. Entraram Edigar Junio, Olaza, Otavio, Felipe e Bruno Mota nos lugares de Dellatorre, Natanael, Hernani, Douglas Coutinho e Bady, respectivamente. Com tantos jogadores entrando, o sistema ofensivo teve um menor rendimento, mas o defensivo se manteve no nível que estava. Já que Edigar Junio e Felipe constantemente balançavam para o lado da bola e não davam os espaços que o Guangzhou queria.

Assim que entraram Bruno Mota e Felipe, o posicionamento do trio de mais foi a do flagrante acima: Felipe na direita, Bruno Mota no centro e Edigar Junio na esquerda (Reprodução: TVCAP).

Após alguns minutos, Felipe e Edigar Junio trocaram de lado. Na direita, assim como atuou no Joinville em 2013 e 2014, Edigar Junio realizou uma sequência de dribles curtos e deu a assistência para o gol de Cléo (Reprodução: TVCAP).

Como o Guangzhou ainda estava com a vantagem no placar, este time chinês manteve a mesma postura que teve do início da partida: posicionava em bloco médio/ baixo, com todos balançando defensivamente para o lado da bola, com intensidade quando ela era necessária e trocando passes curtos rápidos.

Flagrante do segundo tempo com o Guangzhou posicionado em bloco médio. Os contra-ataques velozes foram as principais jogadas do time chinês contra o Atlético-PR (Reprodução: TVCAP).

Fim de partida: Atlético-PR no 4-2-3-1 e Guangzhou no 4-3-1-2.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)