segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Atletiba foi resolvido pela continuidade do trabalho de Marquinhos Santos

Mais uma vez o Atlético-PR disputa o Campeonato Paranaense com o sub-23 e, mais uma vez, o time rubro-negro perdeu mais um Atletiba. O projeto de disputar o campeonato estadual é ousado, mas não consegue vencer o seu maior rival no Campeonato Paranaense. Do outro lado do clássico, o Coritiba mantém o seu técnico e, deste modo, tem apresentado variações táticas ao longo dos jogos. Nada como a continuidade no trabalho.

Para o clássico de domingo, o Furacão jogou no 4-2-3-1 e o Coxa em um 4-1-4-1 bem maleável:

Atlético-PR no 4-2-3-1 e Coritiba no 4-1-4-1

A surpresa na escalação de Marquinhos Santos ao escalar três zagueiros de origem parecia que o Coritiba iria abandonar o 4-1-4-1 base de 2015. Porém o que se viu em campo foi a manutenção do esquema tático base deste ano somada a algumas dinâmicas de 2014. No ano passado, este técnico alviverde utilizou do 5-4-1, 4-1-4-1 e do 4-2-3-1 e neste Atletiba todos estes posicionamentos tomavam forma em campo. O 4-1-4-1 foi usado na transição defesa-ataque e em ação ofensiva, o 5-4-1 em situação defensiva e o 4-2-3-1 no início da transição ataque-defesa. Somada a esta maleabilidade posicional do Coxa, o jovem e estático 4-2-3-1 do Atlético-PR não conseguia marcar o seu adversário.

No início da transição defesa-ataque, o Coritiba se posicionava no 4-1-4-1 conforme a imagem acima: o lateral-esquerdo Carlinho avança muito e Welinton, o zagueiro da esquerda, abria para o lado. Com estas movimentações, o Coxa passava do 5-4-1 para o 4-1-4-1. Como mais vantajoso de tal movimentação, o time alviverde gerava superioridade numérica naquela faixa do campo, pois Crysan perseguia Carlinhos e deixava o seu setor para Welinton usufruir. Daqui começou o baile tático de Marquinhos Santos nesta faixa do campo.

Com Crysan perseguindo Carlinhos, Welinton tinha espaço para ser opção de saída da sua equipe. Quando este jogador do Atlético-PR percebia isto, ele partia para combater o defensor coxa-branca. Entretanto, ao mesmo tempo em que esta movimentação defensiva de Crysan acontecia, o Coritiba dava o próximo da sua transição ofensiva.

Ao mesmo tempo em que Crysan partia para combater Welinton, Mário Sérgio se desalinhava para encostar em Carlinhos, Negueba empurrava Matteus do setor e abria espaço para Alan Santos se torna opção de passe livre da marcação rubro-negra. Isso acontecia porque Marcelo Vilhena, atual técnico do sub-23 do Furacão, assumiu a equipe só neste ano e o que só conseguiu fazer foi o seu time marcando na individual por setor e, também, porque Marquinhos Santos está dando continuidade no seu trabalho no Coxa e a sua equipe está mais adaptável e ajustável taticamente.

No flagrante acima, a representação prática do que acontecia com o time do Coritiba transitando ofensivamente e a situação defensiva do Atlético-PR. Com a indecisão de quem marcava Carlinhos, este jogador do Coxa recebia várias bolas com condições de dominá-la, pois Crysan e Mário Sérgio davam espaço. Ainda no mesmo flagrante, nota-se o 4-2-3-1 da transição ofensiva alviverde (Reprodução: Sportv/ PFC).

Ainda na mesma situação de jogo (transição defesa-ataque do Coritiba e sistema defensivo do Atlético-PR), Marquinhos Santos colocou para funcionar a mais recente contratação do clube. Wellington Paulista jogou como winger direito e freqüentemente fazia a diagonal ofensiva no momento correto.

Com o avanço de Norberto pela direita, Wellington Paulista já se posicionava na meia direita. Mas ao perceber que a bola poderia chegar a ele, este atacante coxa-branca fazia a diagonal ofensiva e explorava o vão entre Sidcley e Marcão. Mais uma vez, nota-se o 4-2-3-1 na transição ofensiva alviverde (Reprodução: Sportv/ PFC).


Com o destaque do posicionamento defensivo do Atlético-PR, fica mais fácil a visualização de Wellington Paulista e do 4-4-1-1 rubro-negro. Na imagem anterior, percebe-se este jogador indo no vão entre o lateral-esquerdo e o zagueiro da esquerda do Furacão (Reprodução: Sportv/ PFC).

Já quando o Atlético-PR tinha recuperava a posse da bola, o Coritiba realizava rápida troca de ação de jogo e procurava pressionar o adversário com a bola. Com esta movimentação defensiva, o Coxa ganhava um pouco de tempo para deixar o 4-2-3-1 e passar a posicionar no 5-4-1 da situação defensiva.

Ao perder a bola, o Coritiba apertava rapidamente porque o posicionamento defensivo da equipe não é o 4-2-3-1, mas sim o 5-4-1. No flagrante acima, nota-se Carlinhos e Alan Santos pressionando somente um adversário. A intenção era se reposicionar defensivamente (onde está Mazinho, leia-se Wellington Paulista)(Reprodução: Sportv/ PFC).

Agora reposicionado defensivamente, o Coritiba marcava por zona –tipo de marcação já utilizada por Marquinhos Santos desde 2014- e posicionava no 5-4-1. Neste posicionamento defensivo, os jogadores do Coxa bloqueavam todos os espaços que o sistema ofensivo do Atlético-PR fazia e faria. Nas imagens abaixo, veja como que o técnico alviverde anulou o sistema ofensivo do técnico rubro-negro:


No 5-4-1 marcando por zona, o Coritiba marcava todo balanço ofensivo do Atlético-PR e, também, as próximas movimentações do Furacão. Sem opção livre em campo ofensivo, a equipe de Marcelo Vilhena pouco ameaçou o gol de Vaná.

No flagrante acima, percebe-se o sistema defensivo do Coritiba no 5-4-1 e com a marcação por zona prevalecendo. A aproximação dos jogadores do Atlético-PR era natural em relação ao posicionamento defensivo do Coxa (Reprodução: Sportv/ PFC).

Com dois gols feitos em 19 minutos somados ao ajustável sistema do Coritiba, a jovem equipe do Atlético-PR se perdia taticamente em campo em diversos momentos do jogo. O nervosismo era tamanho que invariavelmente os jogadores do Furacão passaram a realizar funções ofensivas e defensivas em campo que não era para ser realizadas pelos mesmos. Por mais que Marcelo Vilhena modificasse o time, pouco modificava o panorama da partida taticamente e o placar se manteve em 2 x 0 até o fim da mesma.

Esta é a imagem tática símbolo do que foi o nervoso e apreensivo sub-23 do Atlético-PR diante dos profissionais do Coritiba: em campo ofensivo, o Coxa avançou com um dos seus volantes e o seu quarteto ofensivo do 4-2-3-1, enquanto que o Furacão se defendeu com todos os seus  jogadores e desordenadamente. A idade influenciou no clássico paranaense (Reprodução: Sportv/ PFC).

Por Caio Gondo (@Caiogondo)