quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Em primeiro clássico entre as equipes em uma edição de Libertadores, Corinthians da um ''banho'' tático e técnico em um São Paulo desorganizado em campo

Jogo com clima de clássico. Nervos a flor da pele. Estreia de Libertadores. Primeiro Majestoso em uma edição do maior torneio da América.

Sim, de fato foi uma goleada tática de Tite sobre Muricy Ramalho, apesar do placar não indicar, isso porque o Corinthians se mostrou ser um time bem montado, diante de um frágil e desorganizado São Paulo, que deixou os lados do campo escancarados e não conseguia chegar a meta de Cássio, graças a boa compactação do Corinthians.


Muricy até tentou compensar colocando um dos volantes do 4-3-1-2 do São Paulo abrirem para o lado em que a bola estava sendo trabalhada, mas de nada adiantou, assim como as tentativas de avançar a marcação para forçar o "chutão" de Cássio e impedir a proposta Corinthiana de chegar ao gol através de pressão na saída adversária, de trocas de passes, movimentação, com os seus jogadores bem próximos, diferentemente do time visitante, que era lento e previsível em suas ações ofensivas, e dependia mais do talento de seus principais jogadores para manter a posse de bola.

Tentativa do São Paulo de avançar a marcação no campo do Corinthians. (Reprodução: Fox Sports)

Dória e Tolói estavam desentrosados, era nítido, e com isso, não conseguiram ler a movimentação de Danilo, que fazia a retenção da pelota e abria espaços na frente para a chegada letal de Elias, que, por sua vez, não foi acompanhado por Denílson.

Com pouca compactação, coordenação e rapidez para recompor, esse foi o retrato do São Paulo na Arena Corinthians. Ganso, centralizado, não conseguia armar graças a marcação por zona do Corinthians que o bloqueava, principalmente quando os comandados de Tite abdicaram de ter a posse de bola e se fecharam com seus onze jogadores no próprio campo.

Já o Corinthians veio a campo no 4-1-4-1 com Danilo a frente criando espaços para as infiltrações de Elias e Renato Augusto nos passes precisos do maestro, ex-São Paulo, Jádson. Na marcação, o time marcava perfeitamente, sendo comandado aos berros como uma orquestra pelo treinador Tite, à beira do gramado. Marcação por zona em um espaço muito curto, em que o São Paulo não conseguia achar uma brecha para oferecer perigo ao time do Corinthians. Na saída de bola do time do Morumbi, Elias fazia pressão na saída de bola com muita eficácia, tanto que foi o jogador que mais fez desarmes na partida.

Observa-se no flagrante do primeiro gol do Corinthians que Danilo se movimentando abrindo espaço na defesa do São Paulo e puxando a marcação de Dória, enquanto Jádson se apresenta para receber a bola e faz grande lançamento pra infiltração de Elias, que aproveita o espaço criado pela movimentação de Danilo.


Quando possuía a bola, o time nunca iniciava as jogadas com Ralf, já que seu passe não é muito apurado. Sempre iniciava as jogadas pelas laterais, com Fágner e Fábio Santos, que levavam a bola ao ataque, para que junto com Emerson, Elias, Renato Augusto, Jádson e Danilo criassem as chances do Corinthians, com muitas triangulações e infiltrações.

São Paulo estático e desorganizado no 4-3-1-2, e Corinthians pressionando, movimentando e tocando no 4-1-4-1.


No segundo tempo, Muricy colocou Michel Bastos na frente, tentando corrigir o erro inicial, porém, no mesmo 4-3-1-2 de modo que pudesse ter a velocidade que faltou no primeiro tempo. Com isso, o Corinthians recuperou o controle de jogo, marcava e atacava em bloco, recuperava facilmente a bola e impedia que o São Paulo infiltrasse em sua área. Numa transição veloz, e polêmica, devido a falta de Émerson em Bruno, que Jadson fechou o placar na Arena Corinthians.

O treinador tricolor até tentou alguma coisa colocando Thiago Mendes pelo lado direito da linha de 3 do 4-2-3-1, mas foi inútil, pois o Corinthians se compactou e negou mais espaços ainda.

O Corinthians se mostrou um time organizado, que sabe se adequar as diversas fases do jogo, consegue ser versátil. O São Paulo precisa deixar a apatia de lado e se procurar, de modo que o sonho da Libertadores não fique tão distante assim.

Por Otavio Martins e Diogo R. Martins(@diogorm013)