Devido
à vontade do presidente Mario Celso Petraglia, o Atlético-PR atuou com os
profissionais diante o Foz do Iguaçu, pela 6ª rodada do Campeonato Paranaense.
Houveram motivos políticos envolvidos em tal decisão, mas não surtiu tanto
efeito em campo. O elenco principal que estava em pré-temporada na Espanha
acabou perdendo por 1 x 0 em plena Arena da Baixada.
Para
esta derrota rubro-negra, o Furacão começou no 4-2-3-1 e o Azulão da Fronteira no 4-3-1-2:
Atlético-PR
no 4-2-3-1 e Foz do Iguaçu no 4-3-1-2
Como
era a estreia em partidas oficiais do elenco principal do Atlético-PR e em
plena Arena da Baixada, o Furacão alterou o modo atuar em relação ao que
praticou em sua pré-temporada. Neste jogo, o time de Claudinei Oliveira começou
propondo o jogo, marcando pressão desde a saída de jogo adversária e realizando
rápida troca de ação de jogo. Devido à
alternância de subida dos laterais em fase ofensiva e quando o Foz do Iguaçu
conseguia sair do pressing rubro-negro –o que pouco aconteceu no 1° tempo
inteiro-, acontecia o seguinte:
A
alternância de subida dos laterais fazia gerava espaços nas costas dos laterais
quando o Foz retomava a bola. Para amenizar este problema, o Atlético-PR
pressionava rapidamente o adversário com a bola com todos os jogadores mais
próximos dele. Porém quando algum jogador do Azulão escapava deste pressing,
ele se projetava para um dos espaços vazios que o pressing rubro-negro deixava
e poderia explorar as costas do lateral do Furacão que subiu com condução de
bola ou com lançamento no espaço.
Diante
da pressão do Atlético-PR e assim como já havia jogado contra o Coritiba, o Foz
do Iguaçu marcava em bloco médio e procurava o jogo reativo. Como os dois
atacantes e o meia central da equipe visitante não contribuíam defensivamente,
sobrava para os volantes e defensores realizarem o sistema defensivo do Azulão.
Diante desta situação, o Foz se defendia através do balanço defensivo dos seus
volantes e o Furacão conseguia sair bem tranquilamente com as suas saídas de 3.
Sem
os seus dois atacantes e o meia central contribuindo em fase defensiva, o
Atlético-PR fazia a saída de três e abria longos corredores para os seus
zagueiros usufruíssem dos espaços.
Como
os atacantes não faziam nada defensivamente, o Furacão conseguia facilmente ir
para o campo ofensivo pelos lados do campo. Já que o time realizava a saída de
3 e, assim, gerava 3 x 2 nas laterais do campo. A transição era facilmente
realizada.
Porém
em campo ofensivo, o Atlético-PR não conseguia furar o sistema defensivo do
Foz. Uma vez que a linha defensiva e a do meio-de-campo se posicionavam próximas
uma da outra, os jogadores rubro-negros tinham poucas opções de passes curtos.
Com esta dificuldade imposta pelo adversário, o Furacão utilizou de cruzamentos
para chegar até o gol de Edson Bastos. Aliás, foram muitos cruzamentos até o
fim da partida.
Além
desta dificuldade imposta pelo sistema defensivo do Foz do Iguaçu, o sistema
ofensivo do Furacão não se posicionava organizadamente. Pois um dos seus volantes
e Bady se aproximavam muito da bola, quando ela estava pelo lado do campo. A
consequência dessa aproximação de um dos volantes gerava impossibilidade de
retorno e, assim, sem conseguir virar o jogo através de passes curtos; e a do
meia central gerava menor população na área adversária quando a bola era
cruzada. Dificuldade que o próprio Atlético-PR se metia.
Com
um dos volantes muito próximo da bola, o time até gerava superioridade numérica
no setor da bola, porém impossibilitava o time de realizar retorno de bola. Sem
essa possibilidade, a única opção daquela jogada era continuar daquele lado
antes que o sistema defensivo do Foz se arrumasse. Ainda nesta imagem, nota-se
onde está Bady em relação à bola e a consequência deste posicionamento será
explicada adiante.
Além
de um dos volantes muito próximo da bola, Bady também ia em direção da mesma.
Deste modo, quando o Atlético-PR conseguia realizar um cruzamento, o meia
central não entrava no meio dos outros atacantes rubro-negros que se
movimentaram para área adversária. Assim sendo, diminuindo as chances de
realizar um gol e, também, de recuperar a bola na faixa para onde ela iria. No
flagrante acima, percebe-se Bady saindo da meia direita enquanto deveria estar
entre Dellatorre e Cléo e entrando na área adversária. Dificuldades próprias
somadas às do sistema defensivo do Foz fizeram com que o Furacão não fizesse
nenhum gol no jogo.
Enquanto
o Atlético-PR se atrapalhava, o Foz procurava o gol através de contra-ataques e
de bolas paradas. E assim o fez. Após um escanteio cobrado ainda no 1° tempo,
Wesley fez o gol da partida.
Vendo
o seu time sem conseguir chegar na meta adversária, Claudinei Oliveira colocou
Marcos Guilherme e Nathan nos lugares de Paulinho Dias e Dellatorre, aos 14 da
segunda etapa. Já que desde o término do primeiro tempo até a entrada destes
jogadores, a partida manteve o mesmo panorama tático. Com estes novos
jogadores, o Furacão passou a jogar no 4-1-4-1 e com diferentes movimentações
ofensivas e posicionamento defensivo.
No
4-1-4-1, o Atlético-PR manteve a marcação pressão e rápida troca de ação de
jogo, e acrescentou as constantes trocas de posicionamento entre Marcos
Guilherme, Nathan e Bady; e, também, o posicionamento defensivo no 4-1-4-1 com
Deivid na entrelinha marcando por zona. Como este jogador se tornou o único
volante da equipe, ele passou a não subir tanto mais e, assim, passou a ser
opção de retorno com a equipe em campo ofensivo. Ou seja, o problema de
posicionamento ofensivo havia sido resolvido.
Mesmo
com a estreia de Nikão, jogador que entrou aos 26 no lugar de Bady, as
movimentações ofensivas do Atlético-PR se mantiveram freqüentes. O time passou
a conseguir chegar ao terço ofensivo, porém continuava a não se organizar para
achar o espaço vazio no sistema defensivo do Foz.
No
4-1-4-1, o Atlético-PR passou a chegar mais facilmente no terço ofensivo, assim
como mostra a imagem anterior. Entretanto faltava usufruir dos espaços vazios
que o sistema defensivo do Foz deixava, da mesma maneira como está
representando o retângulo vermelho que o espaço na entrelinha adversária. O
espaço era grande, mas mesmo assim não havia nenhum atleticano para usufruir
dela.
Enquanto
o Furacão não ameaçava tanto, o Azulão da Fronteira passou a se organizar ainda
melhor diante da saída de jogo rubro-negra. Uma vez que o Atlético-PR só saia
pelos lados –assim como já foi demonstrado nesse post-, Edison Borges –técnico do
Foz- passou a posicionar o seu time no 4-1-4-1. Com isso, os wingers passaram a
criar dificuldades para as saídas pelas laterais rubro-negras e o centroavante
passou a marcar todo o setor por onde Deivid percorria.
No
4-1-4-1, o Foz do Iguaçu travou a saída de jogo pelos lados do Atlético-PR.
Diante deste cenário, sobrou para Marcos Guilherme e Nikão se movimentarem
realizando o movimento do “vai e volta” para empurrar a marcação adversária e
achar o espaço para jogar. Ou seja, a saída que era pelas faixas laterais passou
a ser pela central.
Com
a dificuldade imposta na saída de jogo e sem o Atlético-PR usufruir das falhas
defensivas do Azulão, o placar se manteve Furacão 0 x 1 Foz até o fim da
partida.
Fim
de partida: Atlético-PR e Foz do Iguaçu no 4-1-4-1.
Por
Caio Gondo (@CaioGondo)