quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O equilibrado empate entre São Paulo e Santos


     O primeiro clássico do ano para Santos e São Paulo na Vila Belmiro em seu saldo total foi de um jogo bastante equilibrado, onde houve momentos em que ambas as equipes tinham momentos de superioridade que não resultaram em gols. Vale ressaltar que os dois times procuraram compactar os setores sem a bola, espelhados no 4-2-3-1, onde, pelo lado santista, muitas vezes formava duas linhas de quatro que jogavam de forma reativa apostando em Lucas Lima organizando o jogo e a velocidade dos ponteiros em conjunto com os laterais, sendo que Geuvânio e Victor Ferraz levaram mais perigo no frágil lado esquerdo do tricolor paulista.

Legenda: Transição veloz do Santos. Robinho faz a diagonal, Lucas Lima organiza, Geuvânio incisivo e um lateral ultrapassando, no frame, Chiquinho pelo lado esquerdo santista. Reprodução: PFC/SporTV.

     Em sua proposta de jogo, o São Paulo apresentava mais do mesmo que se viu no segundo semestre da temporada passada. Valorização da posse de bola, imposição de volume de jogo e Denilson executando a saída de três.

     Ganso trabalhava bem na intermediaria junto de Souza e Michel Bastos, mas não brilhou que nem as partidas que partia da direita para pensar o jogo. O jovem Ewandro tinha mais funções defensivas e pouco se destacou ofensivamente. Pode evoluir ainda. Se Muricy quiser manter o esquema, Centurion pode preencher essa lacuna e se destacar.

    Os laterais tricolores muitas vezes avançavam de forma simultânea no campo ofensivo, como opção para alargar o campo, principalmente quando Denílson recuava para trabalhar entre os zagueiros.

Legenda: Frame tático da saída de bola São Paulina. Saída de três e laterais avançados. Reprodução: PFC/SporTV.

     Luis Fabiano se esforçou para se movimentar, mas, num todo, o São Paulo continua lento para definir as suas ações defensivas, com isso, a equipe não conseguiu infiltrar na área defendida por Vanderlei, que brilhou ao defender os chutes de longe do São Paulo, e se destacou assim como Ceni, que operou milagres dentro da pequena área mediante a uma defesa ainda frágil. Dória pode diminuir esse problema.

    Muricy trouxe Ganso para a direita no segundo tempo, e configurou a equipe para o 4-4-2 britânico, tentando impor mais dinamismo na frente para se obter a vitoria. Mas foi exatamente isso que faltou a dupla de ataque Pato e Kardec.

     Robinho foi para a referencia, e Enderson Moreira exigiu mais posse e movimento, algo que o Santos não conseguia fazer com excelência na etapa inicial, onde se tinha uma transição mais lenta, e que só era veloz quando havia situações de contragolpe. Terminando a etapa num 4-2-3-1 com Elano no centro da trinca de meias atrás de Robinho.

    Em meio a problemas financeiros, o Santos se reconstruí bem para a temporada com Lucas Lima comandando o time. O São Paulo precisa concertar erros pontuais que duram desde o ano passado, para que assim o título da Libertadores não seja só um sonho. Nem sempre se pode depender das defesas de Rogério Ceni para não perder.

Por Diogo R. Martins
(@diogorm013)