segunda-feira, 2 de março de 2015

GreNal: o jogo dos 7 erros

Sabe aquele jogo ruim?? Péssimo mesmo?? Aquele que não tem nem 2 minutos de "melhores momentos", aquele que faz o torcedor na arquibancada bocejar?? Poisé, o GreNal 404 foi assim. Tendo o Inter com um desentrosado time misto e o Grêmio em frangalhos com as recentes perdas, as equipes protagonizaram um jogo muito limitado tecnicamente.

Em homenagem a esta "brincadeira de criança" em forma de futebol, resolvi inovar: nada de pranchetas com formações ou mapa de calor. Apontarei a seguir os 7 erros primordiais cometidos por Aguirre e Felipão na partida - e que têm aparecido frequentemente na temporada.

1- Transição defesa-ataque

A famosa saída de bola foi o principal problema apresentado por Inter e Grêmio na partida. No caso do Inter, ela foi ainda mais perigosa, já que em algumas oportunidades a posse foi perdida no campo defensivo. 
No Inter, faltava velocidade pra fazer a saída. O 4-2-3-1 de Aguirre tinha dois volantes de bom poder de marcação, mas limitados no primeiro passe - Nico Freitas e Rodrigo Dourado. Os laterais, Claudio Winck e Geferson, entraram nervosos na partida e não conseguiam carregar a bola pelos corredores. Desta maneira, o Inter em poucas oportunidades conseguiu fazer a bola chegar com qualidade na frente. A partir da metade do primeiro tempo, Anderson passou a recuar para auxiliar na saída, mas aí o time ficava com uma opção de passe a menos na frente.

No Grêmio, o problema passou mais pelos laterais. Matias Rodriguez, que era pra ser a válvula de escape Tricolor, ainda não disse a que veio. Tendo sempre o endiabrado Valdivia às suas costas, o "Catito" errava passes simples e não conseguia ajudar na transição. Do outro lado, Marcelo Oliveira esteve muito mais preocupado e guardar posição do que se projetar ofensivamente.

2- Isolamento dos atacantes

Parecia cena do filme "Náufrago". NIlmar e Iuri Mamute tinham um OCEANO de distância para os companheiros de time. A falta de aproximação fez com que os dois atacantes não conseguissem concluir jogadas efetivas, não recebessem tantos passes e ainda fossem duramente criticados. 
No caso de Nilmar, a situação era ainda pior. O Inter por muitas vezes rifou a bola pra frente, obrigando o franzino atleta a brigar no corpo contra 2 ou até 3 defensores adversários. Alex, que teoricamente deveria ser o meia mais avançado, praticamente não deixava a ponta-direita, enquanto Valdívia atuava praticamente como um winger no lado esquerdo. Nilmar ficou isolado.
No Grêmio, o mesmo problema. Douglas - na teoria escalado como 2o atacante, voltava para auxiliar na saída de bola do time. Já Lincoln - meia-atacante de origem - fechava a linha de 4 do 4-4-1-1 Gremista pela esquerda e tinha, portanto, a incumbência de acompanhar Winck, ficando mais distante de Mamute. Nas poucas oportunidades em que os dois meninos se aproximaram em campo, o Tricolor criou situações de perigo.

3-Substituições dos treinadores

Geralmente, treinador que escala errado, mexe certo. Não foi o caso. Além de se equivocarem nas escalações, os treinadores mexeram mal e não conseguiram fazer suas equipes crescerem de produção.
No Inter, Aguirre sacou no intervalo Valdivia, o melhor em campo até então, para colocar o inoperante Vitinho. O Colorado perdeu em posse de bola e verticalidade. Já no Grêmio, Felipão trocou Araújo - o volante de mais chegada até então, por Giuliano. Poderia ter sacado Douglas, que pouco produziu e pouco vem produzindo na temporada. Depois, a entrada de Everaldo no lugar do esforçado Iuri Mamute tirou de vez o ímpeto da equipe.

4- Alex (Inter)

Não é a primeira vez que Aguirre escala Alex aberto pelo lado direito na linha de 3 meias do 4-2-3-1. Com 32 anos, Alex não tem mais a velocidade de outros tempos para fazer a diagonal em direção ao gol. Homem de bom passe e grande técnica, Alex jogou longe da sua zona de conforto e mais uma vez acabou rendendo menos do que pode. Aguirre tem que voltar a escala-lo na sua função, como fazia Abel: ou 2o homem de meio, ou o meia mais centralizado.

5- Felippe Bastos (Grêmio)

Não é de hoje que Felipão tem as suas "invencionices". Entretanto, nessa ele se superou. Colocar Felippe Bastos - um bom volante, marcador, combativo, mas de pouca velocidade - como winger pelo lado direito foi demais. Bastos tirou a velocidade do lado direito Tricolor, fazendo com que o seu time passasse a atuar quase que única e exclusivamente pelo corredor esquerdo, o que ocorreu em praticamente toda a partida.

6- Trocas de posição/movimentação

Aqui em A Prancheta Tática, eu havia elogiado o Internacional por ter preenchido bem os seus espaços na vitória diante da La U. Isso não aconteceu no GreNal. Com os homens de frente estáticos e os laterais apoiando pouco, o time se tornou previsível.
A mesma coisa pode se dizer do Grêmio. Apesar da juventude da equipe, nenhum movimento com o objetivo de confundir a marcação adversária foi percebido na partida. Além disso, Douglas não fazia a recomposição defensiva, obrigando Iuri Mamute a se sacrificar para dar combate no meio-de-campo Tricolor.

7-Distanciamento entre setores

Este foi, sem dúvida, o erro mais recorrente no Gre-Nal. No Inter, os volantes ficavam pregados, os laterais não se projetavam e os meias não se aproximavam. O time ficou dependente demais da individualidade de Valdivia e Nilmar, que por vezes ainda conseguiam criar alguma coisa.

No Grêmio, o problema também aconteceu e já foi descrito aqui. Iuri Mamute recebia a bola e, mesmo sendo forte e ganhando no corpo dos beques adversários, não tinha com quem jogar. Faltou também a projeção de um dos laterais para aproveitar os espaços deixados pelo Inter nas extremidades.


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