segunda-feira, 6 de abril de 2015

PSG retoma a liderança na França diante do agressivo Marseille de Bielsa

Fiel a seu estilo, o Marseille de Bielsa deu adeus a briga pelo título da Ligue 1 por assumir todos os riscos conta o milionário PSG. Após o cotejo Bielsa foi enfático: "O PSG venceu merecidamente por imposição de seu modelo de jogo". Com dois pontos atrás dos parisienses na falta de oito rodadas, Bielsa apostou tudo no seu esquema fetiche. 

Apesar da resignação final, O 3-3-1-3 funcionou durante os 20 minutos iniciais, graças a sua habitual pressão sufocante em campo rival. Thauvin e Awey fechavam  a marcação nos laterais Marquinhos e Maxwell, ao passo que Payet e Gignac iniciavam a pressão em cima dos defensores e também de Thiago Motta. O domínio territorial rendeu ocupação ofensiva e maior posse no começo do jogo - chegou nessa tramo a 61% e 5 arremates. A alta presença, rendeu descompensações defensivas e a falta de sincronia dos laterais Dje Dje e Mandy, estes que no novo esquema de Bielsa atuam como volantes internos. Por esse estilo de jogo, constatamos que o Olympique já sofreu 34 gols da competição. Um claro contraste de um time que conta com o melhor ataque da França com 62 tentos.

Num desses erros de recomposição, Verratti  encontrou um buraco entre as linhas adiantadas do Marseille; Pastore livre em velocidade saiu cara a cara com Mandanda para chutar rente ao poste. Era o primeiro aviso. Durante a maior parte do jogo, o time mais popular da França ficaria muitas vezes exposto no mano a mano com o tridente Romao, Fanni e Morel batendo na marcação individual de Pastore, Ibra e Cavani. Uma premissa do jogo de Bielsa, que aposta tudo na pressão alta e massiva presença ofensiva.

O gol do Marseille surge de um lateral cobrado por Lemina, o primeiro volante que substituía Imbula, e a inversão precisa de seu centroavante; Payet cruzou preciso, encontrando Gignac as costas do zagueiro Marquinhos: 1 a 0 e festa no Stade Vêlodrome. Logo na sequência, David Luiz sentiria lesão muscular na coxa, dando lugar a Van Der Wiel; Marquinhos voltava para a zaga ao lado de Thiago Silva. O PSG já havia emparelhado o jogo na base da troca de passes e da maior categoria de seus jogadores. Matuidi, o grande nome do jogo, empataria em um golaço de jogada coletiva e definição com sua perna menos hábil. O jogo era eletrizante, com grande complexidade tática. O PSG parecia ter o controle das ações quando novamente se viu atrás do placar. O segundo gol de Gignac nasce de uma roubada de bola típica dos times de Bielsa: linhas adiantadas e pressão no bote ao homem da bola. O zagueiro Romao foi até a linha do meio tomar de Verratti e deixar Gignac mano a mano com Sirigu: 2x1 Marseille. O primeiro tempo terminava com 61% de posse para o PSG e 8 arremates em favor do Olympique contra 3 dos parisienses.

Na etapa derradeira, o Marseille sucumbiu após o embate oriundo de bola parada. Desatenção total de Fanni, Morel e Romao no gol de Marquinhos. Apesar do ótimo trabalho de Bielsa, a categoria individual e o elenco reduzido jogam contra o Marseille nos duelos decisivos. Contra Lyon e PSG, seus rivais diretos na Ligue 1, o Olympique conseguiu  apenas 1 ponto de 12 possíveis. A virada, logo na sequencia, surge de um contra-ataque pelo lado direito da defesa do Marseille. Matuidi e Pastore souberam durante encontrar espaço nas costas do marfinense Dje Dje. O argentino, em grande fase na seleção albiceleste, serviu Ibra, que não pode anotar o gol graças ao toque de Morel contra o próprio arco; 3x2 PSG. 

Blanc decidiu apostar no contra ataque com a entrada de Lavezzi. O Marseille incômodo, não conseguiu entrar na área rival. Bielsa mudou toda a sua linha de ataque com os ingressos dos ponteiros Lucas Ocampos e Alessandrini para os lugares de Ayew e Thauvin. Gignac deu lugar ao belga Batshuayi no comando do ataque, sem mudar o desenho. Vale destacar que Batshuayi e Ocampos, que chegaram em Janeiro, foram as duas únicas incorporações do Marseille à pedido de Bielsa. El Loco entrou em choque de colisão com a diretoria pela falta de reforços. 

Nem mesmo as mudanças de Bielsa geraram grandes risco ao PSG. O time da capital ainda teria inúmeras chances em contra ataques puxados por Pastore, Matuidi e Lavezzi. Mandanda manteve o Marseille vivo. Blanc deu maior ímpeto de marcação com Rabiot, liberando Matuidi pela ponta esquerda. Blanc só não contava com a lesão de Thiago Motta nos minutos finais, que deixou o PSG com 10 jogadores.

Por fim, a vitoria merecida devolve a liderança ao PSG, que agora tem 1 ponto na frente do Lyon. Sem confronto direito, ao Marseille resta brigar pelo vice-campeonato e a vaga na Champions.Apesar da derrota é preciso uma reflexão para o futuro baseado no clamor pela permanência de Bielsa. El Loco faz inegavelmente um bom trabalho em sua primeira temporada no sul da França. Vale lembrar o orçamento pequeno e o elenco enxuto, praticamente o mesmo que no ano passado ficou na sexta colocação e 29 pontos atrás do PSG.