terça-feira, 5 de maio de 2015

Guia Tático do Brasileirão 2015: São Paulo

A temporada começou péssima para o Tricolor Paulista, com problemas políticos e dificuldades do time se ajustar em campo devido as consequentes derrotas em clássicos e a queda emocional. Muricy Ramalho não conseguiu encaixar a equipe após as sentidas perdas de Kaká (a principal liderança e referência técnica da equipe em 2014) e Alvaro Pereira, sem contar a queda de rendimento de peças fundamentais como Ganso e Souza. Por outro lado, quem cresceu de rendimento foi Michel Bastos, meia mais vertical do que articulador do que Kaká e se tornou titular absoluto, e a grata surpresa foi Hudson, volante de origem, mas é polivalente o suficiente para ser lateral direito ou winger pelo lado direito no 4-4-1-1 do São Paulo. O argentino Ricardo Centurión pode ainda vir a se tornar uma grande peça dessa equipe.

Milton Cruz manteve a estrutura tática da equipe após a saída de Muricy Ramalho para cuidar de sua saúde. Duas linhas de quatro, porém, com pequenas alterações que se tornaram cruciais para que a equipe recuperasse a moral na última rodada de Libertadores e vencesse o Majestoso em casa na melhor partida da equipe no ano.

O SP-2015 de Milton Cruz, com Ganso solto como "segundo atacante", Hudson dando pragmatismo e ora Pato e ora Luís Fabiano no ataque.



A mudança não foi na estrutura tática, e sim nas peças para que o esquema tático desse certo, isso porque a dinâmica de jogo do São Paulo ainda é ter a posse de bola, com a saída de bola começando sempre com os zagueiros e volantes, porém, há mais movimentação na frente, com um Ganso mais solto na frente, como uma espécie de "segundo atacante", livre de obrigações defensivas, e Hudson preenchendo o lado direito para dar mais solidez e pragmatismo na equipe, com mais jogadas pelos lados e cruzamentos para a área.

Hudson aberto pela direita e Ganso mais solto. As mudanças de Milton Cruz (Reprodução: Fox Sports Brasil)


Com o emocional da equipe recuperado após a classificação para as oitavas de final da Libertadores, o São Paulo ainda é uma incógnita para o Brasileirão devido ao elenco frágil, são necessários no mínimo 4 peças de reposição para que a equipe se torne mais competitiva nesse campeonato e sonhe alto. Na Libertadores, a equipe, além de organização, necessita de algo que não faltou contra o Corinthians. Raça, já que durante o resto da temporada o que se viu foi uma equipe mais apática. 


Por Diogo R. Martins (@diogorm013)