Temporada nova, treinador novo, diretoria nova. Corinthians novo.
Após uma boa temporada com o técnico Mano Menezes no comando, a
diretoria anunciou o retorno do técnico Tite, campeão de tudo em um
passado não muito distante com a equipe paulista.
As fases iniciais da Taça Libertadores
e do Campeonato Paulista mostraram uma equipe sólida, que jogava em
alta intensidade, o que fazia a mesma se sobressair perante a maioria
dos seus adversários, que normalmente não conseguiam acompanhar o ritmo.
Na Libertadores, destaque para as vitórias sobre Once Caldas e São
Paulo, ambas em casa. Nessas partidas a equipe mostrou uma execução
quase perfeita do seu sistema e modelo de jogo, jogando com intensidade,
compactação e bola no chão durante praticamente os 90 minutos. Já no
estadual, por conta da Libertadores, a equipe apresentou uma
rotatividade no uso dos seus atletas e, se não chegou a apresentar o
mesmo nível de exibição, conseguiu manter a regularidade, mostrando-se
sempre uma equipe intensa, compacta e eficiente que, se não dava sempre
espetáculo, conseguia obter os resultados necessários, embora a mesma
tenha sido eliminada na semi final do campeonato.
Logo acima, o "time reserva". Não era exatamente com esses jogadores que a equipe precisava descansar seus titulares, já que sempre haviam um ou dois "titulares" para compor a equipe. Porém, cada um desses jogadores eram utilizados frequentemente nessa posição/função, com pouca alteração no modo da equipe jogar em relação ao time titular.
Após
essa breve introdução sobre o ano corintiano você deve estar se
perguntando: "E aí, o que se pode esperar taticamente da equipe para o
campeonato nacional?". Bom, primeiramente, algo que já está bem
claro são as variações no sistema de jogo da equipe, que, embora tenha o
4-1-4-1 ,com Elias e Renato atuando como centrais na segunda linha de
4, como sistema base, constantemente apresenta a variação para o
4-2-3-1, com Elias recuando e ficando mais ao lado de Ralf, liberando
assim Renato para ficar mais adiantado.
Sem a bola,
pode-se esperar as marcas da equipe nesse início de temporada:
compactação e intensidade. Intensidade essa que poderá ser vista em
praticamente todos os seus momentos durante o jogo. Mas, voltando a
tratar somente da fase defensiva, o que se pode esperar também é a
manutenção do 4-1-4-1, com leves variações para o 4-4-2 em linhas,
sempre que Elias ou Renato adiantam-se e auxiliam o homem mais avançado,
normalmente Guerrero, na pressão exercida na saída de bola adversária. A
equipe também deverá sempre alternar a altura do bloco de marcação,
que, conforme a situação do jogo, varia entre bloco alto e bloco
médio-baixo.
É com a bola que a equipe começa a mostrar
as suas dificuldades. De início já podemos citar a saída de bola. O
principal foco da saída de bola da equipe paulista é pelas beiradas do
campo, com Fagner e Fábio Santos, já que, pelo centro, o passe não é
exatamente especialidade do "cão de guarda". Por conta disso, muitas
equipes tem mantido suas linhas mais recuadas perante a equipe
corintiana, com homens abertos para bloquear essa saída de bola,
causando sérias dificuldades a equipe. Os recuos de Renato, Elias e até
mesmo Jadson, para auxiliar nessa saída são alternativa válida, mas que
acabam diminuindo o número de opções para linha de passe em regiões mais
adiantadas e, como consequência, diminuindo as opções de linhas de
passe que poderiam fornecer quebras na marcação da equipe adversária.
Como
já dito, a equipe corintiana tem apresentado dificuldades quando detém a
posse da bola, mais especificamente para propor o jogo. Porém, quando
consegue jogar de forma reativa, as coisas são bem diferentes. A
intensidade apresentada pela equipe é alta. A velocidade com que a bola é
conduzida, seja através de somente um jogador correndo com a mesma,
seja através de trocas rápidas de passe, as famosas triangulações que
ocorrem pelos lados do campo, além das constantes movimentações,
principalmente do quarteto de meias, permitem a equipe ser quase mortal
quando consegue fazer a transição defesa-ataque com velocidade. E é
exatamente dessa virtude que a equipe poderá se valer para conquistar
suas vitórias.
Um time de bom nível, com elenco
entrosado, que consegue manter o nível de atuação em praticamente
todas as posições, e um
treinador experiente, um dos melhores atualmente no país. Esse é o
Corinthians do técnico que, mesmo necessitando conciliar o Campeonato
Brasileiro com a Taça Libertadores, vem forte para a disputa, e que, se
conseguir conseguir corrigir alguns de seus defeitos, tem tudo para
levantar a taça de campeão brasileiro pela sexta vez em sua história.
O
4-1-4-1, com Jadson vindo constantemente para o meio para armar os ataques da equipe, deverá ser a base do Timão no Campeonato Brasileiro.
Intensidade máxima em todas as ações do jogo é a principal arma
da equipe.
Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)