terça-feira, 5 de maio de 2015

Guia tático do Brasileirão 2015: Corinthians

Temporada nova, treinador novo, diretoria nova. Corinthians novo. Após uma boa temporada com o técnico Mano Menezes no comando, a diretoria anunciou o retorno do técnico Tite, campeão de tudo em um passado não muito distante com a equipe paulista.

As fases iniciais da Taça Libertadores e do Campeonato Paulista mostraram uma equipe sólida, que jogava em alta intensidade, o que fazia a mesma se sobressair perante a maioria dos seus adversários, que normalmente não conseguiam acompanhar o ritmo. Na Libertadores, destaque para as vitórias sobre Once Caldas e São Paulo, ambas em casa. Nessas partidas a equipe mostrou uma execução quase perfeita do seu sistema e modelo de jogo, jogando com intensidade, compactação e bola no chão durante praticamente os 90 minutos. Já no estadual, por conta da Libertadores, a equipe apresentou uma rotatividade no uso dos seus atletas e, se não chegou a apresentar o mesmo nível de exibição, conseguiu manter a regularidade, mostrando-se sempre uma equipe intensa, compacta e eficiente que, se não dava sempre espetáculo, conseguia obter os resultados necessários, embora a mesma tenha sido eliminada na semi final do campeonato.

Logo acima, o "time reserva". Não era exatamente com esses jogadores que a equipe precisava descansar seus titulares, já que sempre haviam um ou dois "titulares" para compor a equipe. Porém, cada um desses jogadores eram utilizados frequentemente nessa posição/função, com pouca alteração no modo da equipe jogar em relação ao time titular.

Após essa breve introdução sobre o ano corintiano você deve estar se perguntando: "E aí, o que se pode esperar taticamente da equipe para o campeonato nacional?". Bom, primeiramente, algo que já está bem claro são as variações no sistema de jogo da equipe, que, embora tenha o 4-1-4-1 ,com Elias e Renato atuando como centrais na segunda linha de 4, como sistema base, constantemente apresenta a variação para o 4-2-3-1, com Elias recuando e ficando mais ao lado de Ralf, liberando assim Renato para ficar mais adiantado.

Sem a bola, pode-se esperar as marcas da equipe nesse início de temporada: compactação e intensidade. Intensidade essa que poderá ser vista em praticamente todos os seus momentos durante o jogo. Mas, voltando a tratar somente da fase defensiva, o que se pode esperar também é a manutenção do 4-1-4-1, com leves variações para o 4-4-2 em linhas, sempre que Elias ou Renato adiantam-se e auxiliam o homem mais avançado, normalmente Guerrero, na pressão exercida na saída de bola adversária. A equipe também deverá sempre alternar a altura do bloco de marcação, que, conforme a situação do jogo, varia entre bloco alto e bloco médio-baixo.

É com a bola que a equipe começa a mostrar as suas dificuldades. De início já podemos citar a saída de bola. O principal foco da saída de bola da equipe paulista é pelas beiradas do campo, com Fagner e Fábio Santos, já que, pelo centro, o passe não é exatamente especialidade do "cão de guarda". Por conta disso, muitas equipes tem mantido suas linhas mais recuadas perante a equipe corintiana, com homens abertos para bloquear essa saída de bola, causando sérias dificuldades a equipe. Os recuos de Renato, Elias e até mesmo Jadson, para auxiliar nessa saída são alternativa válida, mas que acabam diminuindo o número de opções para linha de passe em regiões mais adiantadas e, como consequência, diminuindo as opções de linhas de passe que poderiam fornecer quebras na marcação da equipe adversária.

Como já dito, a equipe corintiana tem apresentado dificuldades quando detém a posse da bola, mais especificamente para propor o jogo. Porém, quando consegue jogar de forma reativa, as coisas são bem diferentes. A intensidade apresentada pela equipe é alta. A velocidade com que a bola é conduzida, seja através de somente um jogador correndo com a mesma, seja através de trocas rápidas de passe, as famosas triangulações que ocorrem pelos lados do campo, além das constantes movimentações, principalmente do quarteto de meias, permitem a equipe ser quase mortal quando consegue fazer a transição defesa-ataque com velocidade. E é exatamente dessa virtude que a equipe poderá se valer para conquistar suas vitórias.

Um time de bom nível, com elenco entrosado, que consegue manter o nível de atuação em praticamente todas as posições, e um treinador experiente, um dos melhores atualmente no país. Esse é o Corinthians do técnico que, mesmo necessitando conciliar o Campeonato Brasileiro com a Taça Libertadores, vem forte para a disputa, e que, se conseguir conseguir corrigir alguns de seus defeitos, tem tudo para levantar a taça de campeão brasileiro pela sexta vez em sua história.

O 4-1-4-1, com Jadson vindo constantemente para o meio para armar os ataques da equipe, deverá ser a base do Timão no Campeonato Brasileiro. Intensidade máxima em todas as ações do jogo é a principal arma da equipe.

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)