A base está montada. Essa
afirmação é notória nesse Flamengo da continuidade do trabalho de Vanderlei
Luxemburgo e das contratações ao longo de 2015. No entanto, o rendimento da
equipe rubro-negra não está agradando a torcida, já que o time foi “apenas” semifinalista
do Campeonato Carioca e não tem “convencido” em campo. Mas vale notar que Luxa
tem em seu time base cinco jogadores os quais não eram titulares em 2014. É
meio time! Com a base montada e as boas contratações durante o Carioca dão
esperanças de, ao menos, um Campeonato Brasileiro de 2015 digno ao Flamengo.
Neste ano, Vanderlei
Luxemburgo iniciou o ano afirmando de que queria um time leve e com constante
movimentação ofensiva, e assim o fez. Durante o Campeonato Carioca, o Flamengo
variou entre 4-2-3-1 e 4-3-3 e em todos os esquemas táticos, a equipe atuava
com trocas de posição durante a ação ofensiva. Destaque para Marcelo Cirino, já
que esse jogador atuou na referência do ataque, na meia central do 4-2-3-1 e na
direita da linha dos três meias. Esse jogador tem evoluído taticamente.
Durante
a pré-temporada e nos primeiros jogos oficiais do Flamengo, Marcelo Cirino
atuou na referência do ataque rubro-negro. Nessa posição, esse jogador tinha
como função a de um 9 móvel: recuava um pouco e abria para os lados com intuito
de abrir espaço na faixa central do ataque para qualquer jogador do Flamengo
infiltrar (Fonte: Painel Tático).
Com
o decorrer do Campeonato Carioca, a contratação de Jonas e a lesão de Éverton,
Luxemburgo passou a optar por outro esquema tático inicial para a sua equipe.
Valorizando o tempo de jogo e a noção de espaço de Jonas, o 4-3-3 passou a ser
escolhido. Nesse posicionamento, Marcelo Cirino passou a jogar aberto na
direita e a marcar somente o lateral adversário mais próximo –assim como fazia
na época de Atlético-PR.
Com
a recuperação de Éverton e Gabriel tendo uma boa sequência de rendimento, ambos
passaram a ser opção de titular na equipe. Diante dessa situação, Vanderlei
jogou algumas partidas no 4-2-3-1 tendo Éverton aberto na esquerda, Gabriel no
centro e Marcelo na direita. No entanto com as constantes movimentações
ofensivas, Gabriel e Marcelo costumeiramente trocavam de posição e, assim, o
camisa 7 rubro-negro voltava a atuar na meia central assim como no início de
2015 no Fla.
Com Jonas e Canteros no meio-de-campo, a transição defesa-ataque do
Flamengo naturalmente é realizado através de passes curtos com qualidade. Além
disso, como os dois têm boas noções de espaço, tempo de jogo e não se infiltram
tanto na área adversária, a opção de retorno sempre havia na equipe. Com isso,
as possibilidades de virada longa de jogo ou a retirada da bola do setor
congestionado pelo sistema defensivo adversário sempre havia.
Nos
primeiros amistosos da pré-temporada, Canteros era o solitário jogador que
iniciava a saída de jogo curta do Flamengo. Com o time ainda em processo de
formação, o espaçamento entre ele e os meias da equipe era enorme, assim como
nota-se na imagem acima (Fonte: Painel Tático).
Com
o decorrer do Carioca, o Fla contratou Jonas. Além de esse jogador colaborar na
saída de jogo com Canteros, a noção de espaço dos dois aumentaram a
possibilidade de controle de jogo. O aproveitamento do espaço ofensivo que o
sistema defensivo adversário cede passou a ter chance de ser aproveitando tanto
por Canteros quanto por Jonas, assim como percebe-se no flagrante anterior
(Fonte: Painel Tático).
Agora defensivamente, esse
Flamengo de Vanderlei Luxemburgo apresenta características dos anos 90, coincidentemente
essa época foi a mesma época a qual esse técnico teve o seu auge da carreira. O
sistema defensivo do Fla marca através de encaixes individuais por setor e com
perseguições.
Com
os encaixes individuais por setor sendo o modo de marcar, os jogadores do
Flamengo passam a ser passíveis de se retirados do seu setor por causa da
movimentação adversária. Diante dessa situação, foi comum durante o Campeonato
Carioca de 2015 situações defensivas como a de cima: jogadores do Fla são
levados para um setor do campo devido à movimentação ofensiva adversária e,
assim, abre-se outro setor no sistema defensivo rubro-negro (Fonte: Painel
Tático).
Para ter tempo de realizar
os encaixes, o Flamengo realiza marcação pressão desde a saída de bola
adversária. Desse modo, os encaixes ficam evidenciados para cada jogador
rubro-negro e, desse modo, claramente o “quem pega quem”.
Na
pré-temporada, o Flamengo marcava já em campo ofensivo desde a saída de bola
adversária e, assim, os encaixes individuais por setor ficavam claros para os
jogadores rubro-negros. Desse modo, a perseguição, por tabela, passava a ser
definida (Fonte: Painel Tático).
Por Caio Gondo (@CaioGondo)