quarta-feira, 6 de maio de 2015

Guia Tático do Brasileirão de 2015: Flamengo

A base está montada. Essa afirmação é notória nesse Flamengo da continuidade do trabalho de Vanderlei Luxemburgo e das contratações ao longo de 2015. No entanto, o rendimento da equipe rubro-negra não está agradando a torcida, já que o time foi “apenas” semifinalista do Campeonato Carioca e não tem “convencido” em campo. Mas vale notar que Luxa tem em seu time base cinco jogadores os quais não eram titulares em 2014. É meio time! Com a base montada e as boas contratações durante o Carioca dão esperanças de, ao menos, um Campeonato Brasileiro de 2015 digno ao Flamengo.


Neste ano, Vanderlei Luxemburgo iniciou o ano afirmando de que queria um time leve e com constante movimentação ofensiva, e assim o fez. Durante o Campeonato Carioca, o Flamengo variou entre 4-2-3-1 e 4-3-3 e em todos os esquemas táticos, a equipe atuava com trocas de posição durante a ação ofensiva. Destaque para Marcelo Cirino, já que esse jogador atuou na referência do ataque, na meia central do 4-2-3-1 e na direita da linha dos três meias. Esse jogador tem evoluído taticamente.

Durante a pré-temporada e nos primeiros jogos oficiais do Flamengo, Marcelo Cirino atuou na referência do ataque rubro-negro. Nessa posição, esse jogador tinha como função a de um 9 móvel: recuava um pouco e abria para os lados com intuito de abrir espaço na faixa central do ataque para qualquer jogador do Flamengo infiltrar (Fonte: Painel Tático).

Com o decorrer do Campeonato Carioca, a contratação de Jonas e a lesão de Éverton, Luxemburgo passou a optar por outro esquema tático inicial para a sua equipe. Valorizando o tempo de jogo e a noção de espaço de Jonas, o 4-3-3 passou a ser escolhido. Nesse posicionamento, Marcelo Cirino passou a jogar aberto na direita e a marcar somente o lateral adversário mais próximo –assim como fazia na época de Atlético-PR.

Com a recuperação de Éverton e Gabriel tendo uma boa sequência de rendimento, ambos passaram a ser opção de titular na equipe. Diante dessa situação, Vanderlei jogou algumas partidas no 4-2-3-1 tendo Éverton aberto na esquerda, Gabriel no centro e Marcelo na direita. No entanto com as constantes movimentações ofensivas, Gabriel e Marcelo costumeiramente trocavam de posição e, assim, o camisa 7 rubro-negro voltava a atuar na meia central assim como no início de 2015 no Fla.

Com Jonas e Canteros no meio-de-campo, a transição defesa-ataque do Flamengo naturalmente é realizado através de passes curtos com qualidade. Além disso, como os dois têm boas noções de espaço, tempo de jogo e não se infiltram tanto na área adversária, a opção de retorno sempre havia na equipe. Com isso, as possibilidades de virada longa de jogo ou a retirada da bola do setor congestionado pelo sistema defensivo adversário sempre havia.

Nos primeiros amistosos da pré-temporada, Canteros era o solitário jogador que iniciava a saída de jogo curta do Flamengo. Com o time ainda em processo de formação, o espaçamento entre ele e os meias da equipe era enorme, assim como nota-se na imagem acima (Fonte: Painel Tático).

Com o decorrer do Carioca, o Fla contratou Jonas. Além de esse jogador colaborar na saída de jogo com Canteros, a noção de espaço dos dois aumentaram a possibilidade de controle de jogo. O aproveitamento do espaço ofensivo que o sistema defensivo adversário cede passou a ter chance de ser aproveitando tanto por Canteros quanto por Jonas, assim como percebe-se no flagrante anterior (Fonte: Painel Tático).

Agora defensivamente, esse Flamengo de Vanderlei Luxemburgo apresenta características dos anos 90, coincidentemente essa época foi a mesma época a qual esse técnico teve o seu auge da carreira. O sistema defensivo do Fla marca através de encaixes individuais por setor e com perseguições.

Com os encaixes individuais por setor sendo o modo de marcar, os jogadores do Flamengo passam a ser passíveis de se retirados do seu setor por causa da movimentação adversária. Diante dessa situação, foi comum durante o Campeonato Carioca de 2015 situações defensivas como a de cima: jogadores do Fla são levados para um setor do campo devido à movimentação ofensiva adversária e, assim, abre-se outro setor no sistema defensivo rubro-negro (Fonte: Painel Tático).

Para ter tempo de realizar os encaixes, o Flamengo realiza marcação pressão desde a saída de bola adversária. Desse modo, os encaixes ficam evidenciados para cada jogador rubro-negro e, desse modo, claramente o “quem pega quem”.


Na pré-temporada, o Flamengo marcava já em campo ofensivo desde a saída de bola adversária e, assim, os encaixes individuais por setor ficavam claros para os jogadores rubro-negros. Desse modo, a perseguição, por tabela, passava a ser definida (Fonte: Painel Tático).

Por Caio Gondo (@CaioGondo)