segunda-feira, 4 de maio de 2015

Guia tático do Brasileirão de 2015: Atlético-PR

Inicia-se hoje a série de postagens que formará o "Guia Tático do Brasileirão de 2015" da Prancheta Tática. Essa série terá o intuito de apresentar o que diversas equipes, as quais disputarão o Campeonato Brasileiro deste ano, poderão realizar no maior campeonato do Brasil. Ao longo dessa semana, os times terão os seus panoramas táticos apresentados. A Equipe de "A Prancheta Tática" deseja boa leitura.

Atlético-PR

Em 2015, poucos clubes no Brasil tiveram três técnicos durante os estaduais os quais disputaram. O Atlético-PR é um deles. Em cinco meses, o Furacão principal foi comandado por Claudinei Oliveira –realizou a pré-temporada e quatro jogos oficiais em 2015-, Enderson Moreira – durou 34 dias e oito partidas- e Milton Mendes, que está no comando rubro-negro desde 20 de abril. Diante de tantas mudanças no comando técnico, com reforços de nível duvidosos para disputa de uma Série A e tendo disputado o quadrangular para evitar o rebaixamento no Campeonato Paranaense, o Atlético-PR promete dar emoções para o seu torcedor no Campeonato Brasileiro de 2015.


Apesar de tantas mudanças, o esquema tático foi o mesmo entre os três técnicos. Uma vez que Milton Mendes assumiu de que o 4-2-3-1 é uma escolha do clube, esse posicionamento em campo é que será utilizado pelo o novo técnico também. Nas duas partidas as quais Milton Mendes dirigiu o Furacão, o esquema da moda no início dos anos 2010 foi o optado.

Diante do Prudentópolis e na estreia de Milton Mendes no Atlético-PR, o 4-2-3-1 foi o esquema tático escolhido. Nesse jogo, Dellatorre foi a referência do ataque rubro-negro e realizou a função de falso 9.

Já em seu segundo jogo, Dellatorre foi recuado para a linha dos três meias e Walter assumiu o comando do ataque do Furacão, e assim como na estreia, Milton Mendes fez com que a referência do ataque realizasse a função de falso 9. Vale lembrar de que os reforços os quais o Atlético-PR adquiriu ao longo do Campeonato Paranaese, como são os casos do volante Jadson (ex-Botafogo), Walter (ex-Fluminense) e Kadu (ex-Vitória), não puderam atuar no estadual, já que o regulamento não permitia a inscrição de novos jogadores na época em que chegaram. Por isso que Walter só foi titular diante do Tupi-MG, partida disputada pela Copa do Brasil.

Uma vez perceptível a preferência de Milton Mendes pelo 4-2-3-1, o modo de atuar nas duas partidas as quais comandou o Atlético-PR foi semelhante ao que o mesmo técnico realizou em seu último clube: a Ferroviária.

Transição ataque-defesa

Ao perder a bola em campo ofensivo, a compactação das equipes de Milton Mendes passa entre intermediárias e só há intensidade de marcação nesse setor do campo. Tanto que a Ferroviária realizou alguns gols e finalizações na meta adversária recuperando a bola dos zagueiros adversários enquanto que esses estavam um pouco longe da própria área. Da mesma maneira de que solicitava no time paulista, esse comandante também pede no paranaense.

Assim como mostra esse flagrante da época da Ferroviária, os comandados de Milton Mendes tinham diversas chances de gol após se compactarem entre intermediárias, esperando a linha defensiva adversária sair um pouco e acelerar o jogo entre ela e área do goleiro dessa equipe.

Da mesma maneira em que solicitava os jogadores do seu último time paulista, Milton Mendes também pede o mesmo para os seus comandados do Atlético-PR. Em sua estreia, o Furacão realizou um gol após a retomada da bola em sua intermediária ofensiva.

Sistema defensivo

Em seus dois jogos pelo Furacão, Milton Mendes fez com que a maioria de seus comandados marcasse por zona e somente os wingers marcassem com encaixe individual por setor. Uma vez que os jogadores brasileiros de lado do campo têm sérias dificuldades em marcar o setor, esse técnico prefere deixá-los como “estão”. Foi dessa maneira que Milton Mendes também comandou a sua Ferroviária. No entanto, em alguns momentos das duas partidas comandando o Atlético-PR, os wingers rubro-negros marcaram o setor. Pode ter havido uma modificação no modo de pensar em relação à maneira como esses jogadores devam marcar.

Da mesma maneira que foi contra o Prudentópolis, diante do Tupi-MG, o sistema defensivo do Furacão marcou por zona e com somente os wingers marcando com encaixe individual por setor. Diante dessa situação, frequentemente, foi notado o posicionamento defensivo do Atlético-PR do modo como está acima: o time sendo atacado de um lado e o winger oposto sem fazer parte do sistema defensivo da equipe.

Assim como foi perceptível em seus jogos pelo Furacão, na Ferroviária, o modo de marcar da sua equipe foi a mesma: time marcando por zona e wingers marcando somente o lateral adversário mais próximo. Por outro lado, em alguns momentos da partida contra o Tupi-MG, os wingers do Atlético-PR marcaram por zona.

Transição defesa-ataque

Milton Mendes é um técnico da nova geração e tem a sua base teórica nos cursos de técnicos os quais realizou na UEFA e, também, nos setes primeiros anos da carreira de técnico os quais comandou clubes portugueses. Diante dessas características, a sua transição defesa-ataque é através de passes curtos onde até mesmo o goleiro é peça importante da transição: o número 1 das suas equipes inicia a transição curta já em seus tiros de meta e sempre é opção longa de retorno. 

Na Ferroviária, o goleiro desse time paulista cobrava a maioria dos seus tiros de meta da maneira acima. Uma vez que os dois zagueiros abriam para cada lado da área, a cobrança curta dos tiros de meta passa a ser possível e a transição ofensiva através de passes curtos se inicia.


No Atlético-PR, Milton Mendes também tem pedido para que esta transição seja realizada da mesma maneira. No entanto, esse técnico herdou a dificuldade que os meias do Furacão têm desde a época de Claudinei Oliveira: os jogadores os quais ocupam essas posições no time avançam constantemente precipitadamente na transição defesa-ataque. Desse modo, acontece o que frequentemente aconteceu na época de Enderson Moreira no comando desse Atlético-PR: com os volantes querendo dar continuidade na transição ofensiva através de passes curtos, os meias avançam precipitadamente e não se tornam opção de passe.

Sistema ofensivo

Da mesma maneira de que a sua base teórica influencia na transição defesa-ataque, o sistema ofensivo das equipes de Milton Mendes também tem características mais recentes. Em seus 4-2-3-1’s, esse comandante faz com que os volantes sempre sejam opção de retorno, com que os jogadores que estão na linha dos três meias atuem próximos e com constantes trocas de posição e com que a referência do ataque seja, no mínimo, um 9 móvel e sendo opção constante de passe à frente para os meias. Características da sua base teórica.

No flagrante acima, há todos os aspectos táticos os quais Milton Mendes busca em seu sistema ofensivo: volantes sendo opções de retorno, meias com posições trocadas e próximos e centroavante posicionando para ser opção de passe à frente para os seus meias. Uma vez que o único atacante da equipe tem a função de ser opção constante de passe à frente para os seus meias, esse jogador freqüentemente atua de costas para a linha defensiva adversária e apresenta movimentação constante durante a ação ofensiva do time.

Com poucos treinos e poucas partidas dirigindo o Atlético-PR, o sistema ofensivo do Furacão de Milton Mendes ainda não tem apresentado os aspectos táticos ofensivos procurados pelo seu técnico. Em seu segundo jogo por esse time paranaense, o posicionamento ofensivo rubro-negro foi da maneira da imagem acima: meias (Marcos Guilherme, Bady e Dellatorre) até próximos, mas sem troca de posição; volante algum sendo opção de retorno; e centroavante (Walter) sendo opção de passe curto para o portador da bola. Há aspectos ofensivos de Milton Mendes para serem buscados.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)