quinta-feira, 21 de maio de 2015

Uma heroica reação: Análise tática de Figueirense 2x2 Botafogo

Ambas as equipes no 4-1-4-1.

Para esta partida, Argel Fucks organizou o Figueirense no 4-1-4-1, que por vezes assemelhava-se a um 4-3-3, com a segmentação do veloz trio de ataque formado por Mazola, Everaldo e Clayton. Everaldo era o que mais frequentemente ficava no centro de ataque, porém diversas vezes saía da referência ou invertia posições com Clayton. Com uma equipe leve e rápida, o Figueirense enfaticamente atacava pelos lados, e apesar de não utilizar passes longos com frequência, evitava a circulação de bola, procurando avançar com passes curtos ou médios, de forma direta e vertical. Ambos os laterais contribuíam muito na fase ofensiva, e os cruzamentos eram frequentes, apesar de não haver uma clara referência no centro. Defensivamente a equipe alternava entre o 4-3-3, com o primeiro combate dado pelo trio ofensivo, e o 4-4-2, geralmente com Clayton fechando a segunda linha, e Pedroso cobrindo o lado esquerdo. A pressão à saída não era frequente, e havia na fase defensiva uma concentração de atletas na área central, dificultando a troca de passes adversária por aquele setor.

O Botafogo de Renê Simões também veio organizado no 4-1-4-1. Diego Jardel era incisivo no avanço ao ataque, fazendo com que Arão ficasse mais contido. Do lado esquerdo, Pimpão partia em diagonal para fazer mais presença ofensiva no momento em que a jogada se desenvolvia pelo lado oposto. A equipe buscou na parte inicial da partida a transição ofensiva rápida a partir de passes médios e longos. Os laterais tinham boa presença ofensiva, ocasionalmente tentando a bola aérea, porém mais frequentes eram as tentativas de infiltração pelo centro. Em termos defensivos, a equipe postava-se no 4-4-1-1, com Jardel logo atrás de Henrique, e Arão compondo o centro da segunda linha de quatro com Airton.

No primeiro tempo, a equipe da casa se utilizou de seus pontos fortes, a velocidade e a mobilidade do ataque para tentar abrir o placar. Os meias Fabinho e Marquinhos Pedroso eram bastante presentes no ataque, e dessa forma conseguiram diversas vezes recuperar rebotes e bolas afastadas pela defesa adversária. As ações ofensivas eram pouco criativas, sendo os cruzamentos uma ferramenta utilizada à exaustão pelo Figueirense. E exatamente em uma bola cruzada saiu o primeiro gol do Figueira, com Clayton. Após o tento, o Botafogo passou a reter mais a posse da bola, utilizando passes curtos com mais frequência, enquanto o Figueirense manteve a proposta inicial.

A segunda etapa teve um lance bizarro logo em seu início. Após cabeçada de Everaldo, defendida por Jefferson, Giaretta entrou na frente do chute do novato Emerson, que havia entrado há poucos minutos. A bola que seria afastada colidiu com Giaretta e terminou dentro da própria meta do Botafogo. O Figueirense agora tinha um ótimo resultado em mãos, e continua a levar perigo com os cruzamentos, rasteiros e aéreos. Porém, o Botafogo passou a dominar a partida e após algumas chances perdidas, Giaretta se redimiu do erro com um gol de cabeça após cobrança de escanteio. Aos 47, o improvável aconteceu. Em forte cobrança de falta de Carleto, o goleiro Alex deu rebote, e Luis Ricardo finalizou para empatar. Um empate com sabor de vitória para o Glorioso, que decide em casa.

Por Felipe de Faria