Uma vitória monumental.
Assim pode ser resumida a vitória pelo placar mínimo do
Cruzeiro diante do River, fora de casa, em um Monumental de Nuñez lotado, em
jogo válido pela primeira partida das quartas de finais da Libertadores 2015.
O jogo começou a mil, como se esperava. Muita briga por
espaço, disputas ríspidas e com um
Cruzeiro com uma ótima postura. Apertando a
saída de bola, marcando sob pressão, sufocando a equipe argentina e, com
intensidade, chegava bem ao ataque.
No primeiro tempo, o River se defendia no 4-4-2, mas atacava no 4-3-3 e o Cruzeiro no tradicional 4-2-3-1, com De Arrascaeta bem marcado. |
O River foi a campo organizado em um tradicional 4-4-2.
Carlos Sánchez era o ponta direita e Gonzalo Martínez era o ponta esquerda.
Matías Kranevitter formava dupla de volantes com Ponzio, que jogava um pouco
mais avançado, quando a equipe argentina tinha a bola. A equipe se defendia com
duas linhas de 4 e quando atacava variava para o 4-3-3, com Martínez se
juntando a dupla de ataque Mora e Teo Gutiérrez.
O atual bicampeão brasileiro foi a campo no 4-2-3-1 típico
armado por Marcelo Oliveira, que privilegiava a velocidade. Henrique e Willians na proteção da zaga. O
trio de meias ofensivos era formado por Marquinhos na direita, Willian na
esquerda e Arrascaeta centralizado. Leandro Damião no ataque era a referência.
Logo aos 2min, após cobrança de falta pelo flanco direito
(principal alvo mineiro, principalmente pelo amplo apoio ao ataque de Vangioni),
Manoel apareceu sozinho e, de canhota, chutou pra fora. A intensidade e a pressão
inicial deu uma acalmada próximo dos 10min.
O River acordou. Após erro de passe de Henrique, Téo
Gutierréz recebeu sozinho, cara a cara com Fábio, que saiu bem e salvou a
equipe azul de Minas Gerais. O River melhorou e atacava muito pelo flanco
direito de ataque (onde Mena tinha muitas dificuldades para controlar as ultrapassagens
de Mammana, Sánchez e Mora, pois apenas Willians voltava para ajudar e os
Milionarios quase sempre levavam vantagem). Willian voltava pouco para fazer a
recomposição.
Willians errava muitos passes quando era pressionado. De
Arrascaeta era muito bem marcado por Kranevitter, que não dava espaços para o
jovem meia criar oportunidades ofensivas para a equipe cruzeirense.
O ímpeto
ofensivo cruzeirense caiu com os espaços deixados pela falta de compactação a
partir dos 20min da primeira etapa. A equipe mineira não conseguia se acertar e
dava muitos espaços para o River trabalhar a bola no campo de ataque. Errava
muitos passes. O River aproveitava chuveirando bola na área para Teo Gutiérrez.
Chegou a segunda etapa e ambos os técnicos mudaram. Marcelo
Gallardo mudou o esquema. Saiu do 4-4-2/4-3-3 e foi para o tradicional e
argentino 4-3-1-2. Colocou Camilo Mayada no lugar de Ponzio, tirou Martinez e
pôs Pisculichi como enganche. No ataque, tirou Mora e colocou Cavenaghi que tem
mais presença de área.
Marcelo Oliveira também promoveu mudanças. Primeiro, tirou o
apagado De Arrascaeta e colocou o talentoso Gabriel Xavier. Trocou Willian por
Chales, formando um 4-1-4-1 celeste, com três volantes (Willians, Henrique e
Chales). Menos espaços atrás e mais liberdade para a transição ofensiva rápida
com Gabriel Xavier na esquerda, Marquinhos na direita e Damião na frente.
A sorte também acompanha o Cruzeiro. Após cobrança de
lateral, diante de sete defensores, três homens de área brasileiros (Damião,
Marquinhos e Gabriel Xavier) aproveitaram os espaços cedidos pela zaga
argentina. A bola pipocou na área argentina, a zaga não tirou e a bola sobrou
para Gabriel Xavier, que bateu fraco. Barovero tentou defender, mas a bola
sobrou para Marquinhos, sozinho na pequena área, que só empurrou teve o
trabalho de colocar para o fundo das redes. Golpe fatal. Mérito celeste.
Mérito de Marcelo Oliveira, que após perder mais de meio um
time (Egídio, Lucas Silva, Nilton, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo
Moreno – sem falar de Dedé que só volta a jogar no segundo semestre), teve
paciência, reforços chegaram e o comandante segue remontando a equipe azul de
Minas Gerais.
Foi a quarta vitória seguida do Cruzeiro sobre o River na
Argentina. Nos últimos sete jogos entre as equipes, foram sete vitórias
brasileiras e apenas um gol sofrido.
A vitória pelo placar mínimo pode significar muito quando,
em todos os jogos contra o mesmo adversário, o Cruzeiro marcou gols. Caso
marque um gol, o River precisa fazer 3 para se classificar.
Em casa, o retrospecto histórico é irretocável: 7 jogos e 7
vitórias, com apenas 3 gols sofrido e 18 gols marcados.