sexta-feira, 22 de maio de 2015

River Plate 0 x 1 Cruzeiro - A vitória monumental

Uma vitória monumental.

Assim pode ser resumida a vitória pelo placar mínimo do Cruzeiro diante do River, fora de casa, em um Monumental de Nuñez lotado, em jogo válido pela primeira partida das quartas de finais da Libertadores 2015.

O jogo começou a mil, como se esperava. Muita briga por espaço, disputas ríspidas e com um 
Cruzeiro com uma ótima postura. Apertando a saída de bola, marcando sob pressão, sufocando a equipe argentina e, com intensidade, chegava bem ao ataque.

No primeiro tempo, o River se defendia no 4-4-2, mas atacava no 4-3-3 e o Cruzeiro no tradicional 4-2-3-1, com De Arrascaeta bem marcado. 


O River foi a campo organizado em um tradicional 4-4-2. Carlos Sánchez era o ponta direita e Gonzalo Martínez era o ponta esquerda. Matías Kranevitter formava dupla de volantes com Ponzio, que jogava um pouco mais avançado, quando a equipe argentina tinha a bola. A equipe se defendia com duas linhas de 4 e quando atacava variava para o 4-3-3, com Martínez se juntando a dupla de ataque Mora e Teo Gutiérrez.

O atual bicampeão brasileiro foi a campo no 4-2-3-1 típico armado por Marcelo Oliveira, que privilegiava a velocidade.  Henrique e Willians na proteção da zaga. O trio de meias ofensivos era formado por Marquinhos na direita, Willian na esquerda e Arrascaeta centralizado. Leandro Damião no ataque era a referência.

Logo aos 2min, após cobrança de falta pelo flanco direito (principal alvo mineiro, principalmente pelo amplo apoio ao ataque de Vangioni), Manoel apareceu sozinho e, de canhota, chutou pra fora. A intensidade e a pressão inicial deu uma acalmada próximo dos 10min.

O River acordou. Após erro de passe de Henrique, Téo Gutierréz recebeu sozinho, cara a cara com Fábio, que saiu bem e salvou a equipe azul de Minas Gerais. O River melhorou e atacava muito pelo flanco direito de ataque (onde Mena tinha muitas dificuldades para controlar as ultrapassagens de Mammana, Sánchez e Mora, pois apenas Willians voltava para ajudar e os Milionarios quase sempre levavam vantagem). Willian voltava pouco para fazer a recomposição.

Willians errava muitos passes quando era pressionado. De Arrascaeta era muito bem marcado por Kranevitter, que não dava espaços para o jovem meia criar oportunidades ofensivas para a equipe cruzeirense. 

O ímpeto ofensivo cruzeirense caiu com os espaços deixados pela falta de compactação a partir dos 20min da primeira etapa. A equipe mineira não conseguia se acertar e dava muitos espaços para o River trabalhar a bola no campo de ataque. Errava muitos passes. O River aproveitava chuveirando bola na área para Teo Gutiérrez.

No segundo tempo, Gallardo organizou sua equipe no típico 4-3-1-2 argentino, com a entrada de Pisculichi. Marcelo Oliveira também mudou sua equipe para o 4-1-4-1 com três volantes e mais liberdade para Marquinhos e Gabriel Xavier.

Chegou a segunda etapa e ambos os técnicos mudaram. Marcelo Gallardo mudou o esquema. Saiu do 4-4-2/4-3-3 e foi para o tradicional e argentino 4-3-1-2. Colocou Camilo Mayada no lugar de Ponzio, tirou Martinez e pôs Pisculichi como enganche. No ataque, tirou Mora e colocou Cavenaghi que tem mais presença de área.

Marcelo Oliveira também promoveu mudanças. Primeiro, tirou o apagado De Arrascaeta e colocou o talentoso Gabriel Xavier. Trocou Willian por Chales, formando um 4-1-4-1 celeste, com três volantes (Willians, Henrique e Chales). Menos espaços atrás e mais liberdade para a transição ofensiva rápida com Gabriel Xavier na esquerda, Marquinhos na direita e Damião na frente.

A sorte também acompanha o Cruzeiro. Após cobrança de lateral, diante de sete defensores, três homens de área brasileiros (Damião, Marquinhos e Gabriel Xavier) aproveitaram os espaços cedidos pela zaga argentina. A bola pipocou na área argentina, a zaga não tirou e a bola sobrou para Gabriel Xavier, que bateu fraco. Barovero tentou defender, mas a bola sobrou para Marquinhos, sozinho na pequena área, que só empurrou teve o trabalho de colocar para o fundo das redes. Golpe fatal. Mérito celeste.

Mérito de Marcelo Oliveira, que após perder mais de meio um time (Egídio, Lucas Silva, Nilton, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo Moreno – sem falar de Dedé que só volta a jogar no segundo semestre), teve paciência, reforços chegaram e o comandante segue remontando a equipe azul de Minas Gerais.

Foi a quarta vitória seguida do Cruzeiro sobre o River na Argentina. Nos últimos sete jogos entre as equipes, foram sete vitórias brasileiras e apenas um gol sofrido.

A vitória pelo placar mínimo pode significar muito quando, em todos os jogos contra o mesmo adversário, o Cruzeiro marcou gols. Caso marque um gol, o River precisa fazer 3 para se classificar. 


Em casa, o retrospecto histórico é irretocável: 7 jogos e 7 vitórias, com apenas 3 gols sofrido e 18 gols marcados.