O jogo decisivo das oitavas-de-final entre Vasco e Flamengo teve nível técnico significativamente melhor do que o primeiro, com mais bola rolando, e menos faltas. Houve um volume baixo de finalizações (a maioria de fora da área ou em bolas paradas), mas muitas movimentações relevantes puderam ser observadas.
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| Situação de 4-1-4-1 à partir do 4-4-2. |
Éverton, no primeiro tempo, por diversas vezes procurou auxiliar as trocas de passe pela faixa central, saindo da sua posição original para receber a bola por dentro. Esse movimento, além de abrir o corredor para Jorge, gerava um movimento encadeado, com o objetivo de manter o equilíbrio no desenho, e oferecer opções de passe. Marcio Araújo abria espaço para Éverton ao recuar, e além disso ficava como opção de escape da marcação. Emerson passava a ocupar uma posição mais à esquerda, buscando a superioridade numérica no setor, e oferecendo também outra opção para Éverton. Já Éderson tomava uma posição centralizada na entrada da área, se tornando opção para lançamentos e cruzamentos.
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| No flagrante, Julio dos Santos tem a bola no centro e se prepara para o passe, enquanto Riascos e Madson se projetam para recebê-la. Neste caso, o passe foi para Riascos (Reprodução: globoesporte.com). |
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| Julio dos Santos, destro, normalmente optava por lançar a Madson ou Riascos às costas de Jorge ou Samir. Além do passe para a direita ser o menos complexo para Julio, a maior projeção de Madson ao ataque em relação a Christiano, e a posição natural de Riascos mais próxima ao gol pode ser o motivo de maior frequência de passes na direita. |
A partir de sua posição como winger à direita, Julio dos Santos diversas vezes centralizou em momentos de transição ofensiva, tentando passes incisivos, optando geralmente por lançar para o lado direito, onde Madson e Riascos eram as opções. Essa movimentação se mostrou de suma importância à chegada ao ataque, visto que os volantes vascaínos eram ausentes na construção de jogo.
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| Pressão rubro-negra à saída de bola cruzmaltina forçando a bola longa de Rodrigo. |
A pressão simples à saída de bola, realizada primariamente por Emerson e Cirino, que fecharam as opções de passe mais próximas a Rodrigo surtiu efeito. Adicionalmente, Éverton, Marcio Araújo e Canteros vigiavam outras possíveis opções. Dessa forma, Rodrigo optou, na situação acima, por rifar a bola, antes que os marcadores se aproximassem mais. A saída lavolpiana seria uma boa opção para inibir a pressão adversária.
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| Situação recorrente de 4x3 na área central do campo. |
No momento em que Marcio Araújo tinha a posse, os volantes vascaínos e Julio dos Santos fechavam as opções de passe mais simples. Nenê, por trás, vigiava para evitar o retorno a um dos zagueiros. Marcio Araújo, que tem dificuldades em realizar passes mais complexos, se via obrigado a recorrer a essa opção, e no caso acima, entregou a bola ao tentar passar para Emerson. O Vasco, atento às individualidades dos adversários, passou a dominar o centro e dificultou a construção de jogo do Flamengo ao induzir Marcio Araújo ao erro por diversas vezes. Éverton, que no primeiro tempo auxiliava muito na construção, agora estava centralizado na linha de três à frente dos volantes, e raramente voltava para construir.
Para conferir algumas movimentações interessantes do primeiro confronto entre Vasco e Flamengo, visite: http://www.apranchetatica.blogspot.com.br/2015/08/movimentacoes-interessantes-em-flamengo.html
Por Felipe de Faria
