Em uma movimentada partida, o Atlético soube mostrar eficiência diante de um duro adversário. O elástico placar mascara as dificuldades encontradas pelo Atlético, e exalta as virtudes ofensivas de uma equipe entrosada, além de letal em bolas paradas. Os diversos aspectos táticos interessantes desse jogo foram dissecados a partir de imagens e esquemas.
Escalações iniciais e formações básicas
Atlético (4-2-3-1): Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca; Luan, Dátolo, Thiago Ribeiro; Lucas Pratto.
Flamengo (4-2-3-1): Paulo Victor; Pará, Samir, Marcelo, Éverton; Canteros, Marcio Araújo; Marcelo Cirino, Alan Patrick, Paulinho; Paolo Guerrero.
Uma movimentação interessante do Flamengo culmina em uma penalidade
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| A centralização de Paulinho gerou superioridade numérica no setor, e a movimentação de Guerrero atrasou a aproximação de Leandro Donizete (Reprodução: Globo). |
No lance que dá origem ao pênalti para o Flamengo, Paulinho sai da sua posição original como winger pela esquerda e trabalha pelo centro. Canteros e Alan Patrick o apoiam, e os volantes atleticanos, em desvantagem numérica, ficam indecisos sobre a próxima ação a realizar. Perceba que Guerrero, um pouco deslocado para a esquerda, tinha saído da referência e se apresentava para receber, fazendo com que Leandro Donizete, que vigiava o peruano, hesitasse em realizar a aproximação de Paulinho, o portador da bola. Rafael Carioca tenta se aproximar, mas não chega a tempo: Paulinho realiza passe contundente para Marcelo Cirino, que rapidamente se livra do lateral Douglas Santos, entra na área e sofre a (contestada) penalidade. Os wingers, bem abertos e sem realizar função defensiva relevante, poderiam ter sido de grande ajuda para que se evitasse o passe de Paulinho. Caso Luan realizasse o balanço defensivo, estaria próximo a Guerrero, e Leandro Donizete poderia avançar com confiança para fechar a linha de passe, impedindo o lance.
A fase defensiva atleticana
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| Atlético em fase defensiva com duas linhas de quatro, e Dátolo à frente (Reprodução: Globo). |
Na imagem acima, é possível visualizar o posicionamento na fase defensiva do Galo, com duas linhas de quatro e Dátolo à frente. Pratto também se localiza em campo defensivo, o que caracteriza uma média compactação. Luan, novamente, encontra-se aberto e não faz o balanço defensivo.
A intensa pressão do Atlético
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| Atlético realizando pressão ao portador da bola e às opções de passe próximas (Reprodução: Globo). |
O primeiro gol do Galo teve início a partir da intensa pressão, em Marcelo Cirino, que acabara de dominar a bola, assim como em suas opções de passe mais próximas. Na sequência, Cirino tenta o passe, Dátolo consegue interceptá-lo e inicia a jogada que terminou no bizarro gol contra do zagueiro Marcelo.
Sem a pressão, a tentativa era neutralizar Alan Patrick
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| Como alternativa à pressão, o domínio espacial do centro, isolando o meia adversário. |
O Atlético, ao longo do primeiro tempo, procurou alternar momentos de pressão intensa a saída de bola, e uma abordagem menos agressiva. Em momentos que não havia pressão, Pratto e Dátolo buscavam marcar o centro, bem próximos um ao outro e tentando diminuir a distância dos volantes rubro-negros. Essa ação impedia Alan Patrick de receber a bola diretamente dos volantes. A estes só sobrava a opção de abrir com os laterais ou tentar a ligação direta. O meia flamenguista, dessa forma, demorou para aparecer na partida, até iniciar junto com os volantes uma movimentação que contornou a marcação dos dois argentinos.
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| Esta nova movimentação trouxe Alan Patrick de volta ao jogo. |
Na imagem acima, é possível perceber a nova movimentação, que teve início mais para o fim da primeira etapa. Canteros e Marcio Araújo se deslocavam para a direita, enquanto Alan Patrick recuava pela esquerda, e dessa forma podia receber o passe e, além disso, construir o jogo a partir de trás.
Um erro individual foi determinante para o gol de empate
O gol de empate do Flamengo ocorreu após um erro individual, que gerou um efeito dominó, culminando na desarticulação do sistema defensivo atleticano e no gol de empate. O primeiro frame mostra Thiago Ribeiro tentando realizar pressão ao defensor rubro-negro de forma atrapalhada, e sem contar com a cobertura de nenhum companheiro. O passe foi realizado para o lado direito, onde Thiago deveria estar.
Alan Patrick recebeu na direita, com bastante espaço.
Perceba que Douglas Santos precisa sair da segunda linha para cobrir o espaço deixado por Thiago Ribeiro, e Jemerson tem que fazer a marcação em Cirino, papel que deveria ser do lateral. Thiago Ribeiro volta desesperadamente mas chega atrasado.
Alan Patrick passa a Cirino. Jemerson diminui a distância, porém por trás do zagueiro atleticano, Canteros ataca o enorme espaço que foi deixado. Leandro Donizete tenta acompanhar, mas é incapaz de interceptar. Na sequência do lance, Canteros vai à linha de fundo e cruza para Paulinho, que finaliza para o gol.
Uma interessante movimentação de Guerrero gera lance de perigo
Nessa interessante imagem, é possível ver Paulinho novamente por dentro. Também é possível notar que Guerrero sai da referência, atraindo os dois zagueiros atleticanos. Uma movimentação importante, pois quando Paulinho realiza passe vertical para Marcelo Cirino, este só tem a marcação de Douglas Santos. Na velocidade, Cirino bate Douglas, e no drible em Victor adianta muito a bola, permitindo a recuperação do lateral atleticano.
Uma rápida virada de jogo do Atlético
A equipe do Flamengo buscou, na fase defensiva, concentrar jogadores no setor da bola, cercando o portador, fechando suas linhas de passe, e o induzindo ao erro. Porém, nessa situação do 2° tempo, Leandro Donizete encontrou uma boa solução, invertendo o jogo para Marcos Rocha. Este, recebendo do lado menos ocupado pelos adversários, teve tempo para pensar na melhor opção e espaço para progredir.
Movimentação inteligente no lance do quarto gol
No lance do antológico gol de Jesús Dátolo, uma inteligente movimentação foi utilizada para permitir o passe limpo ao jogador argentino. Thiago Ribeiro faz a movimentação da esquerda para a direita, atraindo a marcação de Marcelo, e distraindo Marcio Araújo, que passa a vigiar a linha de passe para Thiago, e deixa Dátolo livre de cobertura. Este recebe de Marcos Rocha, e a sequência é uma pintura, que fecha em grande estilo a grande vitória conquistada pela equipe da casa.
Um erro individual foi determinante para o gol de empate
O gol de empate do Flamengo ocorreu após um erro individual, que gerou um efeito dominó, culminando na desarticulação do sistema defensivo atleticano e no gol de empate. O primeiro frame mostra Thiago Ribeiro tentando realizar pressão ao defensor rubro-negro de forma atrapalhada, e sem contar com a cobertura de nenhum companheiro. O passe foi realizado para o lado direito, onde Thiago deveria estar.
Alan Patrick recebeu na direita, com bastante espaço.
Perceba que Douglas Santos precisa sair da segunda linha para cobrir o espaço deixado por Thiago Ribeiro, e Jemerson tem que fazer a marcação em Cirino, papel que deveria ser do lateral. Thiago Ribeiro volta desesperadamente mas chega atrasado.
Alan Patrick passa a Cirino. Jemerson diminui a distância, porém por trás do zagueiro atleticano, Canteros ataca o enorme espaço que foi deixado. Leandro Donizete tenta acompanhar, mas é incapaz de interceptar. Na sequência do lance, Canteros vai à linha de fundo e cruza para Paulinho, que finaliza para o gol.
Uma interessante movimentação de Guerrero gera lance de perigo
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| Novamente por dentro, Paulinho aciona mais uma vez Marcelo Cirino (Reprodução: Globo). |
Uma rápida virada de jogo do Atlético
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| Uma rápida virada de jogo gerou boa oportunidade de ataque para o Atlético (Reprodução: Globo). |
Movimentação inteligente no lance do quarto gol
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| Na jogada do quarto gol da equipe mineira, a movimentação Thiago Ribeiro foi fundamental (Reprodução: Globo). |
Por Felipe de Faria (@Felipe_de_Faria)
