terça-feira, 8 de setembro de 2015

Conheça os 4 pontos que Argel já consolidou no Internacional

O Internacional tem aos poucos ficado com a cara de seu novo técnico. Argel Fucks deixou saudades em seu antigo clube, o Figueirense, já que ele, após um pouco mais de um ano no cargo, procurava fazer com que a sua equipe jogasse tanto reativamente quanto propondo o jogo. Assim, conseguindo achar o equilíbrio em campo, da mesma maneira das quais as grandes equipes europeias atualmente atuam.

  •  Ação defensiva

Desde a estreia de Argel Fuck no Internacional, no dia 16 de agosto, esse técnico praticou prioritariamente o jogo reativo. Para tal proposta de jogo, o Colorado inicia a marcação próxima do meio do campo e, normalmente, atrás da linha dos volantes adversários. Assim como mostra adiante:

Em seu 3° jogo diante o Atlético-PR, Argel Fucks já demonstrava onde os seus jogadores iriam começar a ação defensiva. Como na maioria das partidas, a proposta de jogo foi a reativa, o posicionamento dos jogadores mais avançados próximo do meio do campo facilita a atração da equipe adversária.

Mesmo diante do lanterna Vasco e ainda no Beira-Rio, o Internacional manteve o seu início de marcação próximo do meio do campo. Proposta de jogo adequada ao início da compactação defensiva.

Agora contra o São Paulo, note de novo o mesmo posicionamento dos jogadores mais avançados e há sempre a mesma organização dos quatro jogadores que formam a primeira linha da compactação colorada: dois jogadores abertos e dois centralizados. Como os dois abertos iniciam marcando os laterais adversários e como os centralizados se posicionam na linha dos volantes adversários, o Internacional tem “deixado” somente os zagueiros adversários jogarem.

Uma vez posicionado inicialmente em um 4-4-2 em fase defensiva, o Internacional de Argel Fucks tem mostrado um aspecto defensivo em seus jogadores mais avançados: o balanceamento defensivo. Sejam quais forem os jogadores que formam a primeira linha colorada de marcação, há sempre este aspecto tático ocorrendo.

Com a bola no lado esquerdo, Alex e Vitinho, os dois jogadores centralizados do posicionamento defensivo do Internacional, balancearam defensivamente para o lado da bola. Como a referência de marcação para esses dois jogadores é o espaço, repare onde Alex está posicionado no caso dessa imagem: esse jogador está atrás da linha da bola e marcando o setor onde está a bola.

Agora no caso desse flagrante, percebe-se D’Alessandro, que havia posicionado defensivamente aberto na direita do meio-de-campo colorado, tinha balanceado defensivamente e terminou a ação defensiva na faixa central do campo. Com a retomada de Rodrigo Dourado, note que o meia argentino está completamente livre para iniciar a transição ofensiva do Inter. Não à toa que esta foi a opção de passe que Dourado realizou.

Já no jogo contra o São Paulo veja a consequência o qual o balanceamento defensivo ocasiona: possibilita a formação de superioridade numérica no setor da bola. Como Lisandro Lopez e Valdivia balancearam defensivamente para o lado da bola, no caso, o esquerdo, o Internacional pôde gerar, momentaneamente, um 4 x 2 defensivo no setor da bola. Com mais jogadores no setor da bola, há maiores chances de recuperá-la.

No entanto, como Argel Fucks só comandou o Internacional em sete jogos, o início da marcação do Internacional tem apresentado algumas falhas, as quais apareceram com maior evidência em sua última partida diante do São Paulo.

Contra o Tricolor Paulista, dois tipos de falha ficaram bem evidentes: a falta de intensidade defensiva dos jogadores de frente para realizar o balanço defensivo e a falta de pressão no adversário com a bola. Veja a sequência de imagens mostrando o primeiro tipo de falha defensiva, a falta de intensidade defensiva dos jogadores de frente para realizar o balanço defensivo, e a seguir, o que a falta de pressão no adversário com a bola ocasiona:


     1) Ao iniciar a saída de jogo com Edson Silva, o zagueiro do São Paulo, nem Lisandro e nem Valdivia avançaram nele, pois ambos estavam próximos do meio do campo e atrás da linha que Hudson, o volante paulista, criava.


Com o avanço deste defensor tricolor, Lisandro Lopez balanceou com intensidade para o lado onde a bola estava e avançou a marcação no zagueiro. No entanto, Valdivia não realizou o mesmo movimento e com a mesma intensidade que o argentino realizou. Consequência? Hudson, volante do São Paulo, pôde receber a bola e continuar a transição ofensiva tricolor.


Sem sofrer pressão, Hudson conseguiu receber a bola, girar o corpo com ela e abrir virar o jogo para Lyanco, o outro zagueiro do São Paulo. Ao receber a bola, Lyanco avançou explorando o espaço deixado por Valdivia. Como novamente, esse jogador colorado realizaria o balanço defensivo e sem a intensidade devida, o defensor paulista avançaria muito campo e conseguiria chegar ao campo defensivo do Internacional.


         
      2) Agora com relação à falta de pressão no adversário com a bola, percebe-se a seguinte consequência: o adversário tem tempo suficiente para observar o jogo e tocar para o seu companheiro com as melhores condições.

Ainda sobre essa falta de pressão, de pouco adianta o Internancional realizar o balanço defensivo e gerar a superioridade numérica no setor da bola. Já que ao realizar esses movimentos defensivos, a tendência é de “abandonar” algum adversário sem a bola no lado com menos perigo e gerar igualdade numérica na última linha defensiva. Sem haver pressão no adversário com a bola e gerando as tendências as quais o sistema defensivo colorado tem realizado, as chances de o time adversário achar um companheiro livre são bem consideráveis, assim como na imagem adiante:




Apesar de haver essas falhas defensivas, o sistema defensivo do Internacional procura aproximar as suas linhas, tanto que invariavelmente a compactação da equipe é curta. Já que a linha defensiva colorada costumeiramente joga em linha alta, pois assim além de gerar compactação curta, gera-se também menor espaço de jogo para o time adversário.

Primeiramente, haverá três imagens de compactação curta do Inter de Argel Fucks e outras três com somente as linhas defensivas e do meio-de-campo próximas e, assim, evidenciando o parágrafo anterior.

Contra o Cruzeiro, foi constante o recuo do trio ofensivo formado por Valdivia, Vitinho e Sasha. Dessa maneira, percebe-se o time todo compactado em cerca de cinco faixas do Mineirão.

Contra o Atlético-PR e no primeiro tempo, foi frequente notar o 4-3-3 da partida se posicionando em um 4-4-2 conforme a imagem acima e mantendo a compactação curta da equipe.

Ainda contra o Furacão, a variação para 4-1-4-1 em ação defensiva foi também utilizada. Vale notar de que independentemente do posicionamento defensivo, a curta compactação se mantinha.


Contra o Avaí e no caso desse flagrante acima, percebe-se o Internacional posicionado em um 4-4-2, mas com somente as linhas defensivas e do meio-de-campo próximas.


Assim como no caso do Avaí, contra o Vasco, foram notáveis novamente somente as linhas defensivas e a do meio-de-campo próxima. No entanto, nesses dois casos, as linhas estão bem próximas.


Agora em sua última partida até então, Argel Fucks conseguiu aproximar as linhas de uma maneira muito próxima. No caso do flagrante anterior, percebem-se nove jogadores colorados em cerca de duas faixas do Morumbi. Duas!

  • Transição defesa-ataque e sistema ofensivo


Para partir da ação defensiva para a ofensiva, esse Internacional de Argel Fucks usa e abusa da velocidade dos seus jogadores. Valdivia, Sasha, D’Alessandro e Vitinho/ Lisandro, além de serem todos velozes, conseguem progredir com ou sem a bola no espaço vazio cedido pelo sistema defensivo adversário e com trocas de posição (guarde esse último aspecto para o penúltimo tópico desse post. Será importante!). O contra-ataque é uma das grandes marcas desse Colorado de Argel.

Agora no ataque trabalhado na transição defesa-ataque com menos velocidade, os dois jogadores mais avançados iniciam essa ação ofensiva abertos nas meias, pois dessa maneira ambos conseguem abrir corredor para os seus laterais e são opções de passes para os meio-campistas da equipe.
  Posicionados na meia dos dois lados, Valdivia e Vitinho, os jogadores mais avançados no segundo jogo contra o Ituano, criavam uma amplitude que não ocupava quase toda a medida horizontal do campo e, ainda, passavam a serem opções de passes para todos os meio-campistas da equipe, assim como mostra a imagem adiante:

 Posicionados não tão fechados, Valdivia e, normalmente, Vitinho, viram opções de passes para todos os meio-campistas e, também, abrem corredor para os laterais passarem. Como os dois jogadores mais avançados não estão tão centralizados e nem tão abertos, a linha defensiva adversária não sabe muito bem como marcá-los, pois os zagueiros não podem abrir tanto e nem somente os laterais os podem marcá-los, já que esse posicionamento nas meias vai abrir espaço para os laterais do Inter. Então como marcá-los? Marcação zonal e, não, através de encaixe no setor como diversos times brasileiros fazem.

Já em relação aos meio-campistas, nesse Internacional de Argel Fucks há três funções e três tipos de movimentações em ação ofensiva:

1) A primeira função e movimentação são as dos volantes. Tanto Nilton quanto Rodrigo Dourado iniciam a saída de bola, porém o passe deles não são com intuito de retirar a bola do setor congestionado pelo sistema defensivo adversário, mas, sim, para tocar rapidamente qualquer jogador mais avançado do que eles. Aqui a função é só entregar para esses jogadores já no início da transição defesa-ataque.

No caso dessa imagem, assim como já dissecada anteriormente, Dourado recuperou a bola e já passou para D’Alessandro que havia balanceado defensivamente para o lado da bola. O balanceamento defensivo possibilita a geração de superioridade numérica no setor da bola e o início veloz da transição ofensiva, já que haverá algum jogador da equipe livre para receber o passe.

 Diante do Avaí, nota-se o mesmo aspecto tático, mas agora para Wellington –jogador que entrou no lugar de Nilton durante a partida: com a bola no pé, Wellington tinha em Valdivia e Dourado a formação de um triângulo de passe (assim aumentando as chances de realizar o passe) e a opção de retorno em Ernando. Com tantas opções assim, a saída seria realizada. E além destes aspectos táticos, vale notar também a criação da amplitude ofensiva através de Vitinho e Sasha.

Agora em campo ofensivo, Nilton e Rodrigo Dourado avançam alinhados para serem opções de retorno para qualquer que seja o lado que o Inter ataque. Com estes volantes tendo o jogo de posição de volantes de construção, o controle colorado da bola em campo ofensivo aumenta, apesar de nenhum dos dois volantes estejam realizando viradas de jogo com tanta freqüência para retirarem a bola do setor congestionado pelo sistema defensivo adversário.

 Aqui, em campo ofensivo, Nilton e Dourado avançaram alinhados e ambos passaram a ser opções de retorno para a sua equipe. Com este posicionamento avançado dos volantes colorados, as chances de manter a posse da bola e manter o controle do jogo aumentam.
       
       2) A segunda função e movimentação dos meio-campistas do Internacional de Argel Fucks são as que D’Alessandro realiza. Essa posição, a qual também ocupada por Alex quando o argentino não está apto para a partida, não é nada convencional para um meia. 

           Sem a bola, o jogador dessa posição ocupa tanto a faixa central quanto a direita da linha de 4 do meio-de-campo. Quando estiver na faixa central, esse jogador forma a dupla dos jogadores mais avançados da equipe sem a bola, e quando está na direita da linha do meio-de-campo ocupa aquele espaço do sistema defensivo do Inter. Uma vez que tanto o titular D’Alessandro quanto o reserva Alex já estão com idade avançada e não apresentam a mesma intensidade do início até o fim das partidas, essa variação de ocupação de espaço em ação defensiva é bem útil para ambos.

 Nesse frame, nota-se D’Alessandro como o jogador mais avançado do Internacional e na faixa central do campo formando dupla com Vitinho.


 Diante do Vasco e sem D’Alessandro, Alex ocupou a posição e realizou a mesma função sem bola para o time: centralizado e formando dupla com Vitinho. Vale notar de que a formação de 2 à frente facilita o balanceamento defensivo destes jogadores e, por consequência, a ocupação do espaço defensivo. Veja na animação adiante:


        Como os quatro jogadores mais avançados realizam o balanço defensivo, todos os jogadores adversários que receberem a bola no terço central do campo e próximo do meio do campo ficarão marcados por pelo menos um jogador do Internacional, conforme foi mostrado no vídeo. Com o balanceamento defensivo destes jogadores, há maiores facilidades para o sistema defensivo colorado como um todo.

 Voltando na questão da 2ª função defensiva dos meio-campistas do Inter, pelo flagrante acima, percebe-se D’Alessandro aberto na direita e compondo a linha de 4 do meio-de-campo do Colorado.

Da mesma maneira do que o titular, Alex, quando entra em campo, normalmente realiza as mesmas funções defensivas do que o jogador argentino, seja formando dupla avançada ou compondo a linha do meio-de-campo colorado pela direita.

Já com a bola, essa segunda função do meio-de-campo do Internacional se movimenta muito para o centro da faixa central do campo. Seja partindo da direita ou do comando do ataque, a participação desse jogador passa a ser do organizador da equipe. Quase todas as jogadas ofensivas passam por esse jogador.

Mas vale aqui notar: esse jogador não fica centralizado sem a bola, ou ele parte da direita ou do comando do ataque. Com essas movimentações, dificilmente haverá uma marcação individual nele e os encaixes de marcações serão difíceis de serem realizados, já que há uma posição inicial e uma final.

Contra o Atlético-PR, D’Alessandro apresentou nesse momento a saída do comando do ataque do Internacional para, então, armar a equipe. Esse recuo o auxilia para se desvencilhar do encaixe de marcação do zagueiro adversário, explorar a entrelinha adversária e gerar indecisão no sistema defensivo adversário para marcá-lo: ou o zagueiro sobe para marcar, ou o volante recua?


Para a próxima imagem, esse 4-4-2 do jogo contra o Avaí será utilizado como posicionamento inicial de D’Alessandro.

Com a posse da bola, pelo frame acima, nota-se onde está D’Alessandro em relação a imagem anterior em relação ao 4-4-2 da partida contra o Avaí. Nesse flagrante, percebe-se que D’Alessandro está posicionado na faixa central do campo enquanto que a sua posição inicial era a meia direita. Dessa maneira, repete-se a pergunta “quem irá marcá-lo?” O lateral-esquerdo adversário ou o volante?

Esse centro da faixa central do campo é tão procurado por esse jogador que no heatmap é evidenciado tal movimentação. No caso da partida do Internacional contra o São Paulo, veja como esse jogador tocou na bola pela direita do campo defensivo e concentrou ainda mais no centro do campo, ou seja, D’Alessandro atuou nessas duas regiões e, assim, evidenciando o que foi mostrado anteriormente.

Ao sair da sua posição inicial, esse jogador costumeiramente recebe a bola seja próximo dos volantes ou na meia direita para cortar na diagonal lado-centro. Tanto no caso de uma movimentação quanto na outra, esse jogador faz abrir espaço para outro companheiro de sua equipe. Veja nas imagens adiante:

Na situação da imagem acima, D’Alessandro havia saído do comando do ataque e, assim, atraindo um dos zagueiros da equipe adversária. No caso da simulação foi o zagueiro direito, e Vitinho passou a ter espaço para poder se projetar no espaço vazio gerado, mas poderia ser também uma perseguição pelo zagueiro da esquerda e, assim, abrindo espaço para a entrada na diagonal de Valdivia.

Já quando saí da direita para o centro, D’Alessandro abre muito corredor e espaço para o lateral-direito colorado avançar, conforme é observado no flagrante acima.

1     3) E por último a função e movimentação de Eduardo Sasha. Esse jogador foi um “achado” de Argel Fucks no elenco colorado. Na estreia desse técnico, o meio-de-campo do Inter foi escalado com Nilton, Dourado e Nico Freitas. Como nenhum deles tinha a volúpia de ocupar o espaço defensivamente e, também, de atacar os espaços da faixa central e da esquerda com qualidade, Argel conseguiu achar em Sasha a peça que faltava para o seu meio-de-campo apresentar o volume e variabilidade necessários e procurados. 

Desde o segundo jogo de Argel Fucks, Sasha ocupa defensivamente toda a região à frente do lateral-esquerdo da sua equipe. Além disso, ele também realiza o balanço defensivo quando a bola está no lado oposto e, assim, costumeiramente, se aproximando do volante colorado que estiver próximo a ele.

Na estreia de Argel Fucks, o meio-de-campo foi formado por Nilton, Dourado e Nico Freitas. Com esses jogadores, a volúpia e a maleabilidade nesse setor do campo do Internacional não existiam. Para o próximo jogo, o técnico “achou” Eduardo Sasha.


Com Sasha no lugar de Nico Freitas, toda a região à frente do lateral-esquerdo do Colorado passou a ser ocupado com volúpia e maleabilidade, tanto com aspecto ofensivo quanto defensivo, que é o caso da imagem acima: note que com a bola no lado direito do time, Eduardo Sasha balanceou defensivamente para o lado da bola e está posicionado de tal modo a possibilitar a superioridade numérica no setor da bola.

Agora com a bola, prioritariamente, Sasha ocupa a região da faixa central e da esquerda. Além disso, como a movimentação ofensiva de D’Alessandro acontece através de um recuo, normalmente, a movimentação ofensiva de Sasha acontece simultaneamente a do argentino e com sentido contrário. Como essas movimentações acontecem ao mesmo tempo, é comum de se ver um quadrado se formando pelo Inter em ação ofensiva.

Aqui, nota-se a movimentação simultânea de D’Alessandro e de Eduardo Sasha: ao mesmo tempo em que um recua, o outro avança.

Assim como na imagem anterior, D’Alessandro recuou e Sasha avançou. No caso desse frame, percebe-se a formação do quadrado formado através das movimentações desses dois jogadores.

  •      Movimentação em conjunto


Assim como já foi mencionado, a troca de posição em ação ofensiva desse Internacional de Argel Fucks é um aspecto tático de destaque e, também, de que o posicionamento inicial sem bola está adequado à proposta de jogo a qual esse técnico tem optado inicialmente no Colorado. Agora tal juntar esses dois aspectos táticos?

Sim, outra virtude forte nesse Internacional de Argel é o retorno sem bola dos jogadores “fora” de posição. Oras se os jogadores trocam de posição em ação ofensiva, na transição ataque-defesa (que é ação de jogo logo após a ação ofensiva), o pensamento é a ocupação de espaço. Não importa quem seja o jogador que estiver terminado o ataque na posição, mas sabendo como realizar a ocupação do espaço defensivo é o bastante.

Uma vez que somente os jogadores de frente (Valdivia, Vitinho, D’Alessandro e Sasha) realizam trocas de posições durante a ação ofensivas, somente estes jogadores não têm posições fixas quando a equipe está sem a bola. Obs: esse post explicou que, por exemplo, D’Alessandro ocupa o lado direito e o comando do ataque, mas, didaticamente, foram-se também colocados os sinônimos de frequência na mesma frase. Veja onde estão esses jogadores anteriormente citados após trocarem de posição durante a ação ofensiva:

Sasha só na esquerda? D’Alessandro só na direita ou no comando do ataque? Esqueça! Defensivamente, o Inter se defende da maneira como o time terminou a ação ofensiva. No caso desse ataque do Avaí, Eduardo Sasha terminou na direita, Valdivia na referência e Vitinho na esquerda. Como todos têm a função de ocupar um espaço em ação defensiva, eles retornavam organizadamente e cada um ocupando um espaço.

Nessa transição ofensiva é a mesma situação: Sasha terminou aberto na esquerda, Vitinho na direita e D’Alessandro dividindo a meia central com Valdivia. Eles teriam que retornar para os seus posicionamentos iniciais para formar o sistema defensivo? Não! Como cada um irá retornar na região onde terminou o espaço, a velocidade de recomposição defensiva é maior para a equipe.

Pode Sasha na direita, Valdivia na referência e Alex na esquerda? Sim! Como eles terminaram o ataque nessas posições, que cada um retorne nessas posições em ação defensiva.

  •     Esquema tático  


Mas qual é o esquema tático desse Internacional? O posicionamento tático base é o 4-3-3 sem referência. No entanto, assim como foi visto durante todo o post, o 4-4-2 em linha, o 4-3-1-2 e o 4-2-3-1 também são visíveis, mas cada um só aparece uma fase de jogo enquanto o 4-3-3 sem referência do ataque aparece em todas, o 4-3-3 sem referência é o esquema tático base.

Internacional de Argel Fucks em seu posicionamento tático base: o 4-3-3 sem referência.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)