domingo, 4 de outubro de 2015

Em bom jogo no Morumbi, São Paulo foi ofensivo e propositor para aproveitar os defeitos do Atlético Paranaense

Em primeiro momento deve-se dizer que o confronto entre tricolores e rubro-negros foi bom no quesito "estética de jogo", apesar de ambas as equipes terem apresentado virtudes e defeitos no decorrer da partida, que serão apresentados nessa análise tática.

O São Paulo se posicionou no 4-1-4-1, que mais tinha de 4-3-3, já que seu trio de ataque não voltava para ocupar os espaços, proporcionando assim a basculação defensiva necessária para consolidar a retaguarda quando perde a bola, com isso o Atlético Paranaense também conseguia chegar a meta defendida por Ceni, e assim como o time mandante pecava na hora de finalizar.

O Tricolor Paulista tinha a princípio dificuldades para sair de seu campo de defesa, com uma saída de bola lenta, que começava com os zagueiros, e que jogava bastante pelos lados, já que Hudson, o volante posicionado na frente da defesa, não tem passe e saída de jogo. Mas no decorrer do jogo essa dificuldade foi se acertando quando Thiago Mendes começou a buscar a pelota e iniciar a transição ofensiva, e foi a partir daí que o camisa 23 começou a se destacar, sendo o melhor em campo.

A estratégia do time de Juan Carlos Osório era claramente propor o jogo, seja com bola no chão com trocas de passes verticais e projeção de jogadores no espaço vazio, como Thiago Mendes, o homem da infiltração, fez várias vezes no jogo, ou o Tricolor Paulista usava bolas longas em diagonais, muitas vezes procurado Centurion na ponta direita, explorando os espaços as costas da avançada linha de defesa do Furacão, que posicionado num 4-4-1-1, a princípio tinha suas linhas avançadas procurando se compactar.

Atlético Paranaense posicionado com 2 linhas de 4 compactas. (Reprodução: PFC/SporTV)


Quarteto ofensivo do 4-1-4-1/4-3-3, que as vezes também lembrava um 4-2-3-1 dependendo do posicionamento de Thiago Mendes que se desdobrava em campo. (Reprodução: PFC/SporTV)

O Furacão tinha sérios problemas defensivos, posicionando-se mal já que no decorrer da partida seus jogadores ofensivos não voltavam também para fazer a basculação defensiva, como pode-se ver nos dois flagrantes táticos abaixo, onde o São Paulo utilizou a inversão de bola longa para Centurión, gerando uma situação de jogo a favor de um possível gol do Tricolor Paulista.

Nesse frame tático pode-se perceber uma das variações táticas do CAP, o 4-4-2, onde seus jogadores abertos pelos lados não voltaram para marcar, e com uma defesa mal posicionada, Centurión teve espaço para infiltrar na área e levar perigo a meta de Weverton. (Reprodução: PFC/SporTV)

O São Paulo insistiu nessa estratégia na segunda etapa, com um Thiago Mendes mais solto para puxar o contragolpe e infiltrando na área como elemento surpreso, e valendo-se também de muitos cruzamentos para a área, num desses veio o gol de Rogério. O São Paulo se fechou em seu campo, ora com duas linhas de quatro, ora no mesmo 4-1-4-1, cedendo campo para o Furacão avançar e ter espaço para o contragolpe.

São Paulo posicionado com 2 linhas de 4. (Reprodução: PFC/SporTV)
Ofensivamente, o Atlético Paranaense se portou bem durante o primeiro tempo, controlando bem a bola no meio de campo e usando o pivô de seu atacante para a infiltração dos jogadores de trás, caracterizando uma variação ofensiva para um 4-1-4-1 ou 4-2-3-1 dependendo do posicionamento de um dos volantes.

No flagrante tático percebe-se o Atlético Paranaense posicionado ofensivamente no 4-2-3-1, mas na sequência da jogada, geometricamente a equipe assumiu a forma de um 4-1-4-1, com a mudança de posição do jogador circulado de branco. O futebol deixou de ser um esporte onde existe apenas uma formação tática no jogo inteiro, e sim várias, numa rotação e jogo de posições que consiste em ocupação de espaços que podem fazer a diferença numa partida. (Reprodução: PFC/SporTV)

Apesar de ser um time espaçado, o São Paulo foi bem dentro de sua proposta ofensiva, onde soube explorar erros de seu adversário, faltou isso ao Furacão quando teve que assumir uma postura atacante. 

Por Diogo R. Martins (@diogorm013)