Os dois
maiores clubes paranaenses decepcionaram na 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O Coritiba perdeu por 1 x 2 pelo Cruzeiro e o Atlético-PR por 0 x 3 pela
Chapecoense. Resultados que diminuíram a moral das equipes, mas que fizeram
aumentar a expectativa para o clássico curitibano da 26ª rodada. Apesar de
ambos paranaenses terem perdido, os dois apresentaram pequenas modificações em
relação às suas partidas anteriores:
Coritiba atuou no
4-3-3, mas diferentemente de partidas no comando de Marquinhos Santos, os
atacantes de lado pouco voltaram compondo o sistema defensivo. Pode ter havido
influencia do 4-2-3-1 espaçado do Cruzeiro.
Flagrante
do 4-3-3 do Coritiba: diferentemente de partidas recentes, o sistema defensivo
do Coxa foi o 4-3-3 em vez do costumeiro 4-1-4-1 compactado em curto espaço.
Como o Cruzeiro se defende no terço defensivo no 4-2-3-1 espaçado também,
Marquinhos Santos deve ter pedido para que nenhum dos seus atacantes recuasse
em situação ofensiva e defensiva (Reprodução: Sportv).
Atlético-PR iniciou,
pela primeira vez como visitante no comando de Claudinei Oliveira, no 4-2-3-1.
Já a Chapecoense atuou no 4-2-2-2.
Flagrante
do 4-2-3-1 inicial do Atlético-PR: como a partida contra a Chapecoense -diferentemente
dos jogos contra o Grêmio e o Cruzeiro- foi disputa de posições próximas da
tabela, Claudinei Oliveira arriscou (Reprodução: Sportv/ PFC).
Além
destas diferenças posicionais, Coritiba e Atlético-PR também apresentam
mudanças na saída jogo através de passes curtos. Pelo lado coxa-branca, o recuo
de Alex foi o mais acentuado como diferente em relação às partidas de
Marquinhos Santos no clube. Já pelo lado rubro-negro, Hernani iniciava a saída
de bola e ele mesmo era quem aparecia como “jogador surpresa” em campo ofensivo
do Furacão.
Até esta partida
contra o Cruzeiro, o Coritiba saia jogando através dos seus meias e Alex se
posicionava entre a linha defensiva e a do meio-de-campo adversária. Já contra
a Raposa, pois como ela se posicionou no 4-4-1-1 defensivamente e com as duas
linhas de 4 próximas quando a bola estava no terço central, o camisa 10 do
Coritiba não tinha espaço e por isso recuava para além da linha do
meio-de-campo do Cruzeiro –assim como mostra a imagem. Desta maneira, Alex não
foi o jogador de linha que mais deu assistência ou passe da partida, mas sim o
que mais deu lançamentos. Ao todo, foram 10 lançamentos (4 certos e 6 errados).
O
companheiro de volância para Deivid ainda segue em aberto entre João Paulo e
Hernani, porém o segundo tem ganho as mais recentes oportunidades como titular
na equipe. O camisa 23 do Atlético-PR, na partida contra a Chapecoense, recuava
entre os zagueiros para iniciar a saída de jogo do time. Já que desta maneira,
ele se desprendia do encaixe individual por setor que a equipe adversária fazia
e recebia a bola no setor vazio. Já com a bola dominada, Hernani tocava, se
projetava a frente sem bola e, novamente, recebia sem marcação adversária. Pois
Zezinho, o “responsável” pela sua marcação, não o acompanhava na corrida. Com
estas movimentações, o camisa 23 rubro-negro foi o jogador em campo que mais
deu passes certos. Ao todo, foram 40 passes corretos.
Apesar
destas modificações anteriormente citadas, a dupla Atletiba decepcionou em suas
partidas. Os dois times não acertaram muito o que normalmente faz a diferença
em seus jogos. O Coxa realizou 18 cruzamentos e só acertou dois. Já o
Atlético-PR fez sete finalizações e acertou somente duas na meta adversária.
Pouco aproveitamento no diferencial das equipes.
Pelo
lado do Coritiba, a sua jogada mais tradicional do sistema ofensivo funcionou:
um jogador de frente chama a atenção do lateral adversário, enquanto que o
lateral do Coxa ultrapassa nas costas do mesmo e os demais jogadores
coxa-brancas entram na área para tentar o cabeceio (Reprodução: Sportv)
(Errata: leia-se Germano no em vez de Robinho).
Pelo
lado do Atlético-PR, o 4-2-3-1 se manteve até o fim da partida e assim, em
situação ofensiva, realizando amplitude com os meias abertos (Marco Damasceno e
Marcelo) e profundidade com Mosquito. No flagrante acima, como a linha
defensiva da Chapecoense marcou Mosquito e Marcelo com os seus zagueiros, o
centroavante rubro-negro teve espaço para poder girar, pois não havia cobertura
defensiva adversária rapidamente (Reprodução: Sportv/ PFC).
Agora
defensivamente, somente o Atlético-PR manteve a mesma maneira de marcar em
comparação das partidas recentes. O Furacão de Claudinei Oliveira tem em seus
meias aberto a função defensiva de marcar somente o lateral adversário mais
próximo. Desta maneira, raramente, o sistema defensivo rubro-negro se posiciona
no 4-4-1-1 ou 4-4-2. Já o Coritiba, assim como havia sido citado anteriormente,
não contou com os seus atacantes de lado para a composição defensiva. Deste
modo, o que se viu foi o Coxa se defendendo no 4-3-3 e gerando indecisões para
si em relação quem marcava o adversário à frente dos laterais.
No
lance do terceiro gol da Chapecoense, percebe-se pelo flagrante o Atlético-PR
retornando com somente Marco Damasceno, pois Edinei (o lateral que ele estava
marcando) avançou. Nota-se que Marcelo nem aparece na imagem (Reprodução:
Sportv/ PFC).
Já
o Coritiba, que em vez de marcar no seu costumeiro 4-1-4-1 compactado em curto
espaço, se defendeu no 4-3-3 sem nenhum dos atacantes de lado recuando. Desta
maneira, assim como mostra o flagrante acima, quando qualquer jogador do
Cruzeiro realizava dupla ao lado do meia aberto da equipe (no caso foi Ricardo
Goulart quem se aproximou de Éverton Ribeiro), o lateral não sabia quem marcava
e a Raposa conseguia sair para o jogo –já que até este jogo havia um dos
atacantes do Coxa de lado ajudando na marcação deste setor (Reprodução:
Sportv).
No
fim da partida, ambos os técnicos dos times paranaenses avançaram de vez as
suas equipes. Pelo lado do Coritiba, Marquinhos Santos tirou todos os três
meio-campistas e colocou três atacantes. Com isso, o Coxa passou a jogar 4-2-4
com característica bem ofensiva. Já o Atlético-PR, Claudinei Oliveira retirou
dois meias e o lateral-esquerdo que pouco avançava e colocou um atacante, um meia
e um lateral mais ofensivo. Deste modo, mantendo a estrutura do 4-2-3-1, mas,
assim como o seu rival de cidade, o time ficou com característica mais
ofensiva.
Com o Coritiba se
lançando ao ataque, Marcelo Oliveira passou a jogar no 4-3-3 e se defender no
4-1-4-1.
Com
o Atlético-PR se lançando ao ataque, Jorginho –técnico da Chapecoense- passou a
se a jogar no 4-4-1-1 e Fabinho Alves explorando as costas do lateral do
Furacão que avançava.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)