O
Atlético-PR do técnico interino Leandro Ávila perdeu mais uma vez. Após derrota
por 3 x 0 do América-RN, pela Copa do Brasil, o Furacão teve outra derrota, mas
agora diante do Goiás e por 3 x 1. Para a construção deste placar, o time
paranaense começou no 4-3-1-2 e o goiano no 4-2-3-1:
Atlético-PR
no 4-3-1-2 e Goiás no 4-2-3-1
O
processo de reestruturação do Atlético-PR depois da saída de Doriva tem influenciado
o time em campo. Do 4-2-3-1 costumeiro do antigo técnico, o Furacão em dois
jogos já atuou em dois esquemas diferentes: no 4-2-2-2 na partida contra o
América-RN e no 4-3-1-2 contra o Goiás. Além disso, de um jogo para o outro de
Leandro Ávila, a equipe teve três alterações e o modo de atuar. Muitas mudanças
para pouco tempo de treinamento e de compreensão do novo trabalho técnico.
Contra
o Esmeraldinho, o Atlético-PR procurou ser reativo no primeiro tempo inteiro.
Neste 4-3-1-2, o posicionamento defensivo era formado pelos três volantes
balançando defensivamente de acordo com o lado da bola; Marcos Guilherme também
se movendo de acordo com o lado da bola, porém sem tantas funções defensivas e
com os dois atacantes marcando as subidas dos laterais. O flagrante adiante
mostra o explicado anterior:
Com
a bola no lado direito defensivo, Paulinho Dias fez o combate à frente de
Sueliton, Deivid e Otávio fecharam o meio, Marcos Guilherme se moveu para o
setor da bola e Cléo voltou acompanhando o lateral-direito do Goiás
(Reprodução: Sportv/ PFC).
Por
não ter nenhumas falhas no sentido tático defensivo da equipe rubro-negra, a
equipe alviverde as fez aparecerem. O
Goiás atuou iniciava o seu ataque com os dois meias bem abertos –assim criando corretamente
a amplitude do ataque-, e com o desenvolver do ataque, Samuel se movimentava
para abrir espaços para as entradas de qualquer um dos três meias esmeraldinos
entrarem no espaço vazio. Nas imagens
abaixo, veja a movimentação ofensiva do time goiano:
Pelo
Heatmap do atacante Samuel, percebe-se que ele se movimentou por quase todo o
campo ofensivo da sua equipe. Além de ter tocado bastante na bola, ofensivamente,
este atacante foi importante para todo o seu sistema ofensivo. Veja no
flagrante adiante, um dos exemplos de suas movimentações inteligentes:
No
flagrante, nota-se Samuel se movendo na diagonal e atraindo a marcação de um
dos zagueiros do Atlético-PR. Ao atrair o zagueiro da esquerda, o
lateral-esquerdo do Furacão ficou com dois jogadores do Goiás para marcar, Erik
e Thiago Mendes. Além da falta de combate no adversário com a bola que o time
rubro-negro cometeu, o Goiás conseguiu achar a entrada de Erik no espaço vazio
criado por Samuel, pois o lateral-esquerdo do Atlético-PR não o acompanhou
(Reprodução: Sportv/ PFC).
Além
da criação dos espaços gerados por Samuel, o Goiás sempre iniciava o ataque
criando com amplitude e profundidade (aspectos estes demonstrados pelas linhas
azuis do flagrante anterior).
Se
ofensivamente o Esmeraldino estava organizado para fazer criar espaços,
defensivamente, o Goiás não foi tão organizado assim. Como é natural do esquema
4-2-3-1, o posicionamento defensivo da equipe alviverde foi o 4-4-1-1, assim
como mostra o próximo flagrante:
Flagrante
do Goiás se defendendo com duas linhas de 4. Porém, assim como diversas equipes
brasileiras, Esquerdinha marcou mal o setor, pois ele só acompanhava o
lateral-direito do Atlético-PR. Pelo flagrante acima, percebe-se Esquerdinha
não posicionado corretamente defensivamente e, assim, tendo que correr atrás de
Sueliton. Pelo heatmap adiante, nota-se a quantidade de vezes que o Furacão
atuou neste setor ofensivo (Reprodução: Sportv/ PFC):
Com
Esquerdinha marcando mal o setor esquerdo do Goiás, Sueliton aproveitou e fez
com que o seu time tivesse maior quantidade de jogadas pelo seu lado do que o
lado esquerdo. O lateral-direito do Atlético-PR foi tão bem que foi ele o
responsável pela a única assistência do gol do Furacão. Completando deste modo,
a sua quinta assistência no Campeonato Brasileiro de 2014.
Com
o término do primeiro tempo com o placar adverso por dois gols, Leandro Ávila
voltou para o 4-2-3-1 utilizado pelo Doriva. Porém, assim como seu antecessor,
o sistema defensivo do Atlético-PR passou a sofrer com o mesmo mal que Doriva
passou durante todo o seu trabalho no Furacão: a falta de noção defensiva de
Douglas Coutinho e Marcelo. Com a entrada de Douglas Coutinho, o time paranaense
passou a jogar no 4-2-3-1 –assim como mostra a próxima imagem- e ter somente
Douglas Coutinho e Marcelo fazendo parte do sistema defensivo quando os
laterais do Goiás atacavam:
Com
Douglas Coutinho e Marcelo abertos no trio de meias da equipe, freqüentemente no
segundo tempo, o Atlético-PR se defendeu desta maneira:
Como
Douglas Coutinho e Marcelo só marcavam os laterais adversários, como o Goiás já
estava ganhando de 2 x 0 e seus laterais não atacavam mais com tanta freqüência,
no segundo tempo, freqüentemente, se viu o Furacão se defendendo no 4-2-1 assim
como mostra o flagrante acima. Tamanha facilidade em atacar um sistema
defensivo posicionado desta maneira que Thiago Mendes e David foram dois dos
três jogadores que mais acertaram passes na partida, com 54 e 48 passes certos
respectivamente (Reprodução: Sportv).
Mesmo
alterando ofensivamente, a dificuldade em atacar do Atlético-PR era tamanha
que, na partida inteira, o time realizou 24 cruzamentos (com 6 certos e 18
errados), ficou com 43,5% da posse da bola, fez 59 lançamentos (28 certos e 31
errados), finalizou 10 vezes (uma certa e 9 erradas) e concretizou somente três
viradas de jogo corretas.
Enquanto
que o Goiás fez 11 cruzamentos (3 certas
e 8 errados), ficou com 56,50% da posse da bola, fez 52 lançamentos (26 certos
e 26 errados, e assim justificando a quantidade de enfiadas de bola longas que
o time achava durante a sua ação ofensiva), finalizou 15 vezes (8 certas e 7
erradas) e concretizou 8 viradas de jogo corretas. Enfim, o Esmeraldino jogou.
Com
as substituições do segundo tempo, os times pouco alteraram taticamente e,
assim, o Atlético-PR manteve o 4-2-3-1 com a entrada de Douglas Coutinho e o Goiás
manteve o 4-2-3-1 do início ao fim da partida:
Atlético-PR
e Goiás no 4-2-3-1, após as substituições da segunda etapa.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)